Chile e mineradoras: projeto de lei busca o pagamento de royalties e empresas do setor ameaçam país com boicote
Empresas como BHP e Antofagasta Minerals informaram ao parlamento chileno que a aprovação da medida seria um duro golpe para a competitividade do país

O Chile entrou em uma bola dividida com gigantes do setor de mineração devido a um projeto de lei sobre o pagamento de royalties sobre as atividades. Empresas como BHP e Antofagasta Minerals informaram ao Parlamento chileno que a aprovação da medida seria um duro golpe na competitividade do país sul-americano.
Outras empresas como Codelco, Glencore, Anglo American e Freeport-McMoRan, que também operam no Chile, fazem pressão para que a lei não seja aprovada.
- Não deixe de seguir o Seu Dinheiro no Instagram hoje!
Mas porque essas companhias estão tão preocupadas com a estreita faixa de terra da América do Sul?
O Chile é o principal produtor de cobre do mundo, tendo ainda reservas abundantes em outros minérios — como manganês, ferro, chumbo e zinco. Investimentos estimados em cerca de US$ 15 bilhões no país estariam em risco com a proposta.
Chile quer royalties sobre a mineração
O projeto de lei procura estabelecer o pagamento de royalties, processo semelhante ao que acontece com a produção da Petrobras (PETR3;PETR4) aqui no Brasil. O governo quer atrelar a remuneração às vendas das companhias que exploram a região.
Entretanto, um segundo ponto é ainda mais importante para essas grandes empresas.
Leia Também
O texto propõe que parte do pagamento de royalties também estaria atrelado ao aumento da lucratividade — que progride na medida em que os preços do cobre aumentam.
No pregão desta quinta-feira (20), o preço do cobre deu um salto de 3,57%, para US$ 3,4000 por pound (cerca de 0,453 quilos). Em um ano, porém, o preço da commodity caiu quase 30% devido a baixa demanda global.
E as empresas não querem deixar barato
Do outro lado da mesa de negociações, o vice-presidente da BHP para as Américas, Rene Muga, disse que o atual projeto impactará não apenas a competitividade da empresa no exterior como também as operações em outros países.
“Nosso dever é alertar que, em um mundo globalizado e altamente competitivo, o Chile não pode aumentar desproporcionalmente seus impostos sem afetar significativamente os níveis de investimento”, afirmou.
Na ponta do lápis: o impacto na mineração
Como uma forma de pressionar o país, a BHP ainda mostrou que pode reconsiderar o plano de investimentos no Chile — que poderiam chegar aos US$ 10 bilhões — uma vez que a empresa não considerou um “aumento tão excessivo da carga tributária".
Do mesmo modo, o vice-presidente de assuntos corporativos da Antofagasta Minerals, René Aguilar, também destacou que as mudanças elevariam a carga tributária de suas operações.
As cobranças poderiam chegar a 48% e equiparar-se a outros países mineradores como Congo, Mongólia e Zâmbia.
"Esse é um ponto muito relevante, principalmente para grupos como o Antofagasta, que tem um potencial de investimentos de cerca de US$ 5 bilhões para os próximos anos", disse.
Dando o braço a torcer pelo Chile
A queda de braço ocorre em um momento de tensão política no Chile.
O país governado pelo jovem Gabriel Boric tentou aprovar uma nova constituição recentemente, mas a reedição da carta magna foi descartada pelo Congresso.
Ao mesmo tempo, a disputa com as empresas ainda não chegou ao fim.
Ambos os representantes das mineradoras reconhecem que há espaço para mais contribuições do setor — ainda que haja pressão por acordos mais maleáveis.
Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço
Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo
Com chuva de incertezas, nova stablecoin atrelada ao CPI dos EUA busca oferecer proteção inflacionária
A USDi acompanha o poder de compra do dólar, ajustando-se pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA a partir de dezembro de 2024
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Países do Golfo Pérsico têm vantagens para lidar com o tarifaço de Trump — mas cotação do petróleo em queda pode ser uma pedra no caminho
As relações calorosas com Trump não protegeram os países da região de entrar na mira do tarifaço, mas, em conjunto com o petróleo, fortalecem possíveis negociações
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Tarifas gerais de Trump começam a valer hoje e Brasil está na mira; veja como o governo quer reagir
Além do Brasil, Trump também impôs tarifa mínima de 10% a 126 outros países, como Argentina e Reino Unido
China se deu mal, mas ações da Vale (VALE3) ainda têm potencial de alta, diz Genial; Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) devem sair mais prejudicadas
O cenário é visto como negativo e turbulento para as mineradoras e siderúrgicas brasileiras, porém, Vale está muito descontada e tem espaço para ganhos
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Se cuida, Elon Musk: nem os milionários vão escapar de Trump
Se a lua de mel do presidente norte-americano com Wall Street parece ter chegado ao fim, o casamento com os donos de grandes fortunas nos EUA também beira uma crise — e não é a dos sete anos
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Como declarar aposentadorias e pensões da Previdência Social no imposto de renda
Aposentados e pensionistas da Previdência Social têm direito à isenção de imposto de renda sobre uma parte de seus rendimentos. Veja os detalhes de como declará-los no IR 2025
Inteligência artificial ajuda China a reduzir os impactos da guerra tarifária de Donald Trump
Desenvolvimento de inteligência artificial na China vem fazendo empresas brilharem com a tecnologia e ajuda a proteger o país das tarifas de Trump
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
‘Taxa das blusinhas’: entenda por que vai ficar mais caro (de novo) comprar produtos da China
As compras feitas em sites como Shein, Shopee e AliExpress passarão a pagar mais Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que sobe de 17% para 20%
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses