A virada financeira do Corinthians. Saiba como o clube se reforçou com nomes de peso e ainda conseguiu lucrar em 2021
Clube aposta em estrutura de custos mais enxuta e tenta engordar receitas para melhorar sua capacidade de investimentos no futuro, enquanto isso procura “oportunidades de mercado” para montar o elenco

A pandemia teve grande impacto sobre o mundo do futebol, mas poucos clubes brasileiros pareciam se encontrar numa situação financeira tão delicada quanto o Corinthians em 2020. Além da pandemia, alegações de falta de transparência nas contas causavam um terremoto político dentro do clube.
Como então é possível que, apenas um ano depois, esse mesmo Corinthians conseguiu contratar jogadores do porte de Willian, Renato Augusto, Roger Guedes e Giuliano, e ainda sair de um déficit R$ 123 milhões em 2020 para fechar o ano passado com um superávit (lucro) de R$ 5,7 milhões?
Vale destacar que o clube não fechou nenhuma grande venda nova de jogador e contou com apenas três meses de portões abertos na Neo Química Arena.
Elenco mais enxuto, contratações mais baratas
Promessa é dívida, já diria o ditado. Outros presidentes do Corinthians, pareciam se arrepiar ao simplesmente escutar a palavra “dívida”, mas este não parece ser o caso de Duílio Monteiro Alves, que assumiu o clube no ano passado e agora apresenta os resultados financeiros da sua primeira temporada à frente do clube.
Um dos pilares da campanha do mandatário era levar a cabo uma reestruturação financeira que possibilitasse ao Corinthians realizar investimentos compatíveis com sua capacidade de geração de receitas.
Durante a campanha, o tamanho do elenco esteve frequentemente em discussão. Na briga pelo comando do clube, chegaram até a circular acusações de que a direção teria deliberadamente contratado jogadores que, além de desnecessários, eram incompatíveis com o nível das competições disputadas pelo clube.
Leia Também
Parece que quem levou a eleição resolveu dar uma resposta às críticas. Em 2021, o Corinthians reduziu o plantel de 61 para 46 atletas. Ao mesmo tempo, o clube aumentou os gastos com a folha salarial, o que aponta para uma nova estratégia na formação do elenco — trazer nomes de peso, já identificados com o clube, que estejam em final de contrato ou que estejam sendo pouco utilizados em seus clubes.
Basta olhar para o campo para perceber que muita gente voltou para o Parque São Jorge. Paulinho, Willian e Maycon são exemplos de atletas que estariam fora das possibilidades do clube não fossem circunstâncias contratuais e esportivas bastante específicas.
- Leia também: A receita de um banco para os times de futebol brasileiros voltarem a disputar grandes títulos com os europeus
Corinthians reforça o time — e gastando quase nada?
Fora de campo, o Corinthians melhorou em vários aspectos. Mas um deles chama muito a atenção, e merece uma maior investigação.
Trata-se da linha “custos com vendas e aquisição de atletas”, que saiu de R$ 63 milhões em 2020 para R$ 870 mil em 2021, ou 1,38% do que foi gasto em 2020.
Para se ter uma ideia do tamanho da variação, o prejuízo causado pelo futebol profissional em 2020 havia sido de R$ 61,7 milhões. Ou seja, somente essa redução já “empataria” o jogo quando o assunto é grana.
O problema é que faltam detalhes sobre o que consta nesta linha. Diferente de outros clubes, o Corinthians não discrimina os custos de intermediação na compra e venda de atletas e oferece pouco detalhamento para o impacto das movimentações do elenco nas contas do timão.
Timão arruma a casa
Além da gestão do elenco e da lógica que norteia a montagem do time, o Corinthians também evoluiu em outros aspectos. Houve redução considerável nas despesas de maneira geral. Apenas com o futebol profissional, a queda nos gastos foi de quase 30%, para R$ 332 milhões.
O que mais contribuiu para a melhora na situação financeira do clube foi uma redução de quase 70% nas despesas gerais e administrativas e um corte de mais de 60% em gastos com serviços de terceiros.
A folha de pagamento em si subiu de R$ 188 milhões em 2020 para quase R$ 208 milhões em 2021. Aumento de 10% que confirma a nova estratégia de montagem de elenco que vem sendo empregada.
Do lado das receitas, o clube também conseguiu se colocar em uma situação mais favorável ao melhorar sua arrecadação. E isso ocorreu mesmo com a redução de 85% no que o clube arrecadou com a venda de atletas.
O que tornou a melhora possível foram negociações mais vantajosas para os direitos de transmissão e patrocínios, que no caso dos patrocínios, renderam R$ 126 milhões no ano passado — alta de 77%. Já as receitas com direitos de transmissão saltaram 66% no ano passado e somaram R$ 266 milhões.
Mas nem tudo são flores. Isso porque se olharmos para o tamanho da dívida que o Corinthians tem com bancos, vamos notar um aumento tanto no curto quanto no longo-prazo. De maneira geral, o time devia em 2020 R$ 104 milhões e agora deve R$ 117 milhões.
Dinheiro na mão é vendaval
Outra coisa digna de nota é que apesar da melhora significativa nos números, que apontam para um futuro um pouco mais tranquilo, o Corinthians acabou fechando o ano com menos dinheiro em caixa do que no ano anterior, R$ 4,6 milhões a menos para ser exato.
Fica para a próxima…
O torcedor corinthiano ainda tem mais algumas coisas que podem animá-lo a sonhar com um posto entre as principais potências do futebol nacional. Primeiro, as vendas de Ederson e Gabriel Pereira foram formalizadas em 2022.
O volante Ederson foi negociado com o time italiano Salernitana por 6,5 milhões de euros, ao passo que Gabriel Pereira foi para os Estados Unidos, vestir a camisa do New York City FC, por US$ 5,5 milhões. Os prazos para pagamento não foram divulgados pelo clube.
Falando em negociações de atletas, o Benfica deve pagar ao Corinthians R$ 33 milhões por Pedrinho. Entre o 2020 e 2021, o clube português desembolsou R$ 60 milhões pela contratação do jogador.
Mas o dinheiro a receber com a venda de jogadores de outras temporadas deve diminuir neste ano. De 2020 para 2021 esse valor já caiu pela metade. Ou seja, o clube precisa negociar novos atletas para manter essa importante linha de receitas neste ano.
Para terminar em uma nota positiva, a NeoQuimica Arena, que continuou incorrendo em despesas apesar das receitas severamente prejudicadas, não deve custar tanto ao Corinthians, já que as despesas assumidas pelo clube estão sendo ressarcidas pelo Arena FII, responsável pela gestão do estádio.
Governo vai abrir crédito de R$ 3 bilhões para ressarcir vítimas da fraude do INSS; confira como vai funcionar o reembolso
Entre os R$ 3 bilhões em crédito extraordinário, R$ 400 milhões vão servir para ressarcir as vítimas em situação de vulnerabilidade e que não tenham questionado os valores descontados
Trump é a maior fonte de imprevisibilidade geopolítica e econômica da atualidade — e quem diz isso pode surpreender
Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, falou com exclusividade ao Seu Dinheiro sobre a imposição, por Donald Trump, da sobretaxa de 50% às exportações brasileiras para os EUA
De Galípolo para Haddad: a carta do presidente do BC ao ministro da Fazenda deixa alerta sobre inflação
Embora Galípolo tenha reforçado o compromisso com a convergência, foi o que ele não disse que chamou atenção
O Brasil pode escapar dos impactos das tarifas de Trump: economista-chefe da ARX revela estratégias — e diz por que a retaliação não é uma delas
Segundo Gabriel Barros, Lula teria uma série de opções estratégicas para mitigar os efeitos negativos dessa medida sobre a economia; confira a visão do especialista
Tarifa de Trump sobre produtos do Brasil acirra guerra política: PT mira Eduardo Bolsonaro, e oposição culpa Lula e STF
Sobretaxa de 50% vira munição em Brasília; governo estuda retaliação e Eduardo, nos EUA, celebra medida como resposta ao ‘autoritarismo do STF’
Trump cortou as asinhas do Brasil? Os efeitos escondidos da tarifa de 50% chegam até as eleições de 2026
A taxação dos EUA não mexe apenas com o volume de exportações brasileiras, mas com o cenário macroeconômico e político do país
Dólar disparou, alerta de inflação acendeu: tarifa de Trump é cavalo de troia que Copom terá que enfrentar
Depois de meses de desvalorização frente ao real, o dólar voltou a subir diante dos novos riscos comerciais para o Brasil e tende a pressionar os preços novamente, revertendo o alívio anterior
Meta de inflação de 3% é plausível para o Brasil? Veja o que dizem economistas sobre os preços que não cedem no país
Com juros nas alturas e IPCA a 5,35%, o Banco Central se prepara para mais uma explicação oficial, sem a meta de 3% no horizonte próximo
Lotofácil, Quina e Dupla Sena dividem os holofotes com 8 novos milionários (e um quase)
Enquanto isso, começa a valer hoje o reajuste dos preços para as apostas na Lotofácil, na Quina, na Mega-Sena e em outras loterias da Caixa
De Lula aos representantes das indústrias: as reações à tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil
O presidente brasileiro promete acionar a lei de reciprocidade brasileira para responder à taxa extra dos EUA, que deve entrar em vigor em 1 de agosto
Tarifa de 50% de Trump contra o Brasil vem aí, derruba a bolsa, faz juros dispararem e provoca reação do governo Lula
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5%, enquanto o dólar para agosto renovou máxima a R$ 5,603, subindo mais de 2%
Não adianta criticar os juros e pedir para BC ignorar a meta, diz Galípolo: “inflação ainda incomoda bastante”
O presidente do Banco Central participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados e ressaltou que a inflação na meta é objetivo indiscutível
Lotofácil deixa duas pessoas mais próximas do primeiro milhão; Mega-Sena e Quina acumulam
Como hoje só é feriado no Estado de São Paulo, a Lotofácil, a Quina e outras loterias da Caixa terão novos sorteios hoje
Horário de verão pode voltar para evitar apagão; ONS explica o que deve acontecer agora
Déficit estrutural se aprofunda e governo pode decidir em agosto sobre retorno da medida extinta em 2019
Galípolo diz que dorme tranquilo com Selic em 15% e que o importante é perseguir a meta da inflação
Com os maiores juros desde 2026, Galípolo dispensa faixa e flores: “dificilmente vamos ganhar o torneio de Miss Simpatia no ano de 2025”
Investidores sacam R$ 38 bilhões de fundos no ano, e perdem a oportunidade de uma rentabilidade de até 35,8% em uma classe
Dados da Anbima mostram que a sangria dos multimercados continua, mas pelo menos a rentabilidade foi recuperada, superando o CDI com folga
Cury (CURY3): ações sobem na bolsa depois da prévia operacional do segundo trimestre; bancos dizem o que fazer com os papéis
Na visão do Itaú BBA, os resultados vieram neutros com algumas linhas do balanço vindo abaixo das expectativas. O BTG Pactual também não viu nada de muito extraordinário
Bolsa, dólar ou juros? A estratégia para vencer o CDI com os juros a 15% ao ano
No Touros e Ursos desta semana, Paula Moreno, sócia e co-CIO da Armor Capital, fala sobre a estratégia da casa para ter um retorno maior do que o do benchmark
Lotofácil inicia a semana com um novo milionário; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna
O ganhador ou a ganhadora do concurso 3436 da Lotofácil efetuou sua aposta em uma casa lotérica nos arredores de São Luís do Maranhão
Cruzar do Atlântico ao Pacífico de trem? Brasil e China dão primeiro passo para criar a ferrovia bioceânica; entenda o projeto
O projeto pretende unir as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS) ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru.