Vai subir mais, Petrobras (PETR4)? Goldman Sachs alerta que preço da gasolina está abaixo dos patamares internacionais; porta fica aberta para novos reajustes
Estatal anunciou um aumento de 19% para as distribuidoras — o litro passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 a partir de amanhã; Credit Suisse vê medida como positiva

A notícia de que a Petrobras (PETR4) vai aumentar o preço da gasolina para as distribuidoras a partir de amanhã é motivo de preocupação aos consumidores: embora o repasse para a bomba não seja automático, é comum que o reajuste acabe pesando no bolso de quem vai abastecer o carro.
Segundo o anúncio desta quinta-feira (10), o litro da gasolina vendida às distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86, um aumento de 19%. Para quem depende de diesel, a situação é ainda pior: a estatal promoveu um reajuste de 24,9%, de R$ 3,61 a R$ 4,51 por litro.
A questão é que o aumento anunciado nesta quinta-feira (10) pode ser apenas a ponta do iceberg. Para o Goldman Sachs, o preço da gasolina praticado no Brasil ainda está abaixo dos patamares internacionais.
Nos cálculos do banco, os valores da gasolina e do diesel comercializados pela Petrobras estão 6% e 12%, respectivamente, abaixo da paridade de importação.
Já para o Credit Suisse, após os reajustes anunciados nesta manhã, os preços da Petrobras estão com desconto de 9% para a gasolina e 7% para o diesel.
"O aumento anunciado pela Petrobras é oportuno após a queda nos preços internacionais do petróleo no pregão de ontem, já que reduz o desconto para a paridade no curtíssimo prazo. Os preços atuais dos combustíveis da Petrobras refletem o Brent em US$ 99 o barril", diz o banco.
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Segundo o Credit Suisse, nesse caso, a Petrobras pode distribuir dividendos de US$ 29 bilhões em 2022.
O efeito do reajuste sobre a Petrobras
A disparada do petróleo no mercado internacional por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia ampliou a defasagem entre os preços cobrados pela Petrobras e as principais bolsas de negociação do mundo — o Brent, usado como referência global, chegou a casa dos US$ 130 o barril pela primeira vez em mais de uma década.
Segundo cálculos do consultor em gerenciamento de risco da consultoria Stonex, Pedro Shinzato, essa diferença chegou a 24% para a gasolina e 27% para o óleo diesel na semana passada.
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Para evitar que a alta do petróleo corroa seu caixa, a Petrobras recorre aos estoques comprados há cerca de dois meses, a preços mais baixos. No entanto, havia o risco de esgotamento dessas reservas, o que poderia afetar o abastecimento interno.
“Vemos este anúncio da Petrobras como positivo, pois, a partir de conversas recentes com investidores, entendemos que os reajustes dos preços dos combustíveis não eram esperados por todos os participantes do mercado à luz do ambiente macro desafiador do Brasil”, disseram Bruno Amorim e João Frizo, analistas do Goldman Sachs.
O Credit Suisse compartilha da mesma opinião, mas faz um alerta. "A nosso ver, isso é um sinal positivo de que a Petrobras continuará seguindo a paridade de importação. No entanto, também destacamos que o risco político pode aumentar, pois os preços dos combustíveis são politicamente sensíveis no Brasil", diz o banco em relatório.
O gráfico mostra o preço praticado pela Petrobras e a paridade internacional:

O governo ainda pode intervir na gasolina?
O mercado mostrou-se entusiasmado com o reajuste promovido pela Petrobras e o respeito à política de preços, sem interferências maiores do governo. Assim que o anúncio saiu, as ações PN da companhia (PETR4) subiam 2,80% e as ONs avançavam 2,54%, liderando a ponta positiva do Ibovespa.
Mas nem por isso o Goldman Sachs deixa de alertar sobre os riscos de interferência do governo em decisões futuras da estatal.
“Dada a magnitude dos ajustes, acreditamos que isso pode levar a mais ruído negativo do governo em torno da política de preços dos combustíveis e paridade internacional e aumento do risco de interferência na política da empresa”, afirmam Amorim e Frizo.
Confira o desempenho da Petrobras no quarto trimestre de 2021:
Petrobras (PETR4): riscos e recompensa
Segundo os analistas, há uma relação atraente de risco-recompensa, ao mesmo tempo em que reconhecem os riscos de uma mudança na política de precificação de combustível e na estratégia de alocação de capital entrando e, principalmente, após a eleição presidencial de outubro.
O Goldman Sachs mantém recomendação de compra para as ADRs da Petrobras e preço-alvo de R$ 35,80 para as ações PN (PETR4), o que representa um potencial de alta de 10% em relação ao valor de fechamento de ontem.
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