Quanto vale um CEO? No caso do banco norte-americano JP Morgan, os acionistas devem decidir nesta terça-feira (17) se aceitam remunerar Jamie Dimon com um bônus de US$ 52 milhões (R$ 263,4 milhões), em ações.
No comando do JP Morgan desde 2005, Dimon deverá receber o bônus em julho, como prêmio para permanecer no cargo pelos próximos cinco anos.
Cabe ponderar que a votação dos acionistas terá caráter apenas consultivo. Ou seja, a decisão não deve alterar o valor que o executivo receberá, nem para mais e nem para menos. A ideia é que os investidores validem ou não a remuneração “extra”.
O valor de US$ 52 milhões do bônus do CEO do JP Morgan é um prêmio separado, além do pagamento anual - o PLR - de US$ 34,5 milhões em 2021 (R$ 174,7 milhões). E, que deve ser mantido por até 10 anos após a outorga.
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Nem todos estão felizes com o bônus do CEO do JP Morgan
As altas remunerações em bônus não são uma novidade no mercado financeiro. A ideia é manter os executivos de alta performance e evitar que eles sejam atraídos pela concorrência.
Em oito dos últimos 12 anos, o JP Morgan obteve mais de 90% de votos dos acionistas que atestaram o pagamento de bônus. Contudo, neste ano, duas empresas de consultoria recomendaram o voto “não”.
A Institutional Shareholder Services Inc. e a Glass Lewis&Co criticaram o prêmio milionário para Dimon, que, segundo as consultorias, não atenderam os requisitos de desempenho para a aquisição de direitos.
Em contrapartida, os diretores do JP Morgan afirmaram que o prêmio extra a Dimon “reflete o desejo do conselho de que ele continue liderando a empresa por mais anos”. Além disso, destacaram o desempenho do executivo “em meio a um cenário altamente competitivo por talentos de alta liderança”.
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Além do JP Morgan: CEOs com bônus milionários
Recentemente, o Goldman Sachs Group Inc. também concedeu bônus na casa dos milhões para os principais executivos. No ano passado, o CEO David Salomon recebeu o valor de US$ 17 milhões (R$ 86,1 milhões).
Os bônus milionários também são recorrentes no setor de tecnologia. Em 2021, Patrick Gelsinger, CEO da Intel, recebeu US$ 177 milhões (R$ 896,6 milhões) em remuneração “extra”, sendo o líder na lista de executivos com maior prêmio. Em seguida, ficou Tim Cook, CEO da Apple, com US$ 98 milhões (R$ 496,4 milhões).
Enquanto isso aqui no Brasil, chamou a atenção do mercado a remuneração proposta para os executivos do Nubank. Em particular o CEO e fundador, David Vélez, que poderá receber R$ 670 milhões em cinco anos se o banco digital cumprir as metas.
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*Com informações de Reuters