🔴 É AMANHÃ: ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – VEJA COMO PARTICIPAR GRATUITAMENTE

Ana Carolina Neira

Ana Carolina Neira

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.

SEU DINHEIRO NA COPA

A Ambev (ABEV3) vai levantar a taça? Como a Copa do Mundo tende a aumentar as vendas da empresa — e recuperar suas margens

Ambev (ABEV3) pode experimentar melhora operacional considerável nos próximos meses, condição essencial para que os papéis fiquem mais atraentes para os investidores

Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
9 de novembro de 2022
6:45 - atualizado às 17:58
Cervejas da Ambev
Imagem: Divulgação Ambev

Tradicionalmente, os grandes eventos do calendário nacional são de grande importância para a Ambev (ABEV3), maior fabricante de cervejas do mundo. E, neste ano, a companhia está animada: antes das festas de fim de ano, das férias e do Carnaval, teremos uma Copa do Mundo fora de época — e com promessa de calor, o que aumenta as chances de consumo das pessoas.

Com isso, a expectativa é de crescimento nas vendas e recomposição de margens, após meses em que foi preciso habilidades de equilibrista para suportar o aumento de custos e a necessidade de repasse de preços sem perder em vendas.

A melhora operacional é apontada como essencial para que os papéis ABEV3 fiquem mais atraentes para os investidores — as margens pressionadas foram um ponto de atenção para os analistas nos últimos meses.

Com o Mundial, a ideia é investir pesado em marketing e nas marcas premium, de modo a associar ao máximo o consumo de bebidas — inclusive as não alcoólicas — com o período. O resultado dessa estratégia deve ser visto já no balanço do quarto trimestre, especialmente no volume de vendas.

No entanto, o caminho pela frente não está totalmente desimpedido, uma vez que a situação macroeconômica ainda preocupa e tem impacto direto na demanda. Afinal, não basta ter festa para garantir que as pessoas vão lotar os bares ou encher o carrinho do mercado com cerveja.

"Para 2023, temos muito a fazer em termos de rentabilidade. Nossos focos para o ano que vem serão proteger liquidez e melhorar não apenas a rentabilidade, mas também retorno sobre o capital e nossas margens, além de ter uma forte geração de caixa", disse o CEO da Ambev, Jean Jereissati, durante teleconferência com analistas no fim de outubro, quando comentou o balanço referente ao terceiro trimestre da empresa.

Leia Também

Para que isso seja possível, a companhia vem concentrando esforços em sua campanha de Copa do Mundo, com foco especial em tecnologia, logística e um mix de produto melhor do que aquele visto no mundial de 2018, disse o CEO.

"Mais de 25% do crescimento de volume que temos hoje vem de produtos que não existiam na Copa de 2018. O Zé Delivery também deve nos ajudar muito no período dos jogos", afirmou Jereissati.

Vale lembrar que o aplicativo de entregas de bebidas fechou uma parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para ser o delivery oficial da seleção Brasileira. Além do consumo nos bares, a estratégia consiste em atingir também aqueles consumidores que assistirão aos jogos em casa.

A plataforma BEES, voltada para o público B2B, também é essencial para que a Ambev avance.

Hoje, a companhia calcula que venderá 500 milhões de litros a mais na Copa deste ano em relação a 2018. Além disso, há expectativa de que o ganho de escala ajude a diluir os custos fixos.

De acordo com dados da Kantar Worldpanel, considerando informações da última Copa, que aconteceu entre os meses de maio e julho de 2018, foi observado um crescimento em valor de 15% na comparação com os três meses anteriores. Observando o mesmo período de 2019, a alta é de 20%, ficando atrás apenas do período do verão do mesmo ano. Para o cálculo, a Kantar considera o consumo fora do lar.

Isso ajuda a dar uma dimensão do que um Mundial às vésperas do verão pode significar para as fabricantes.

Evento de convocação dos jogadores que disputarão a Copa do Catar. Repare, à direita do técnico Tite, a inserção do Zé Delivery, da Ambev (ABEV3), entre os patrocinadores oficiais da Seleção Brasileira. Fonte: CBF/YouTube

A expectativa da Ambev (ABEV3) tem razão de ser

Faz todo sentido que tanto a própria Ambev (ABEV3) quanto os analistas e gestores ouvidos pelo Seu Dinheiro estejam mais otimistas com o desempenho da empresa nos próximos meses.

Os últimos balanços da cervejaria não foram assim tão excepcionais. No mais recente, referente ao terceiro trimestre deste ano, ficou claro que o inverno fora de época em setembro e o aumento nas despesas financeiras pesaram no resultado.

A companhia registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões, o que representa uma queda de 13,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume de vendas de bebidas teve pequena alta de 1,3% em relação aos meses de julho a setembro de 2021, mas foi puxado pela categoria de não-alcoólicos.

Já as vendas de cervejas ficaram estáveis na comparação com o terceiro trimestre de 2021, época em que as restrições da pandemia começaram a abrandar. Assim, acredita-se que há espaço para o comércio de cervejas avançar.

Recentemente, a Heineken — maior concorrente da Ambev em cervejas — também demonstrou preocupação com o volume vendido e a demanda mais fraca. Em sua divulgação de resultados, a companhia informou um avanço de 8,9% no volume comercializado, abaixo das expectativas de 11,8% previstas pelo mercado.

Após o anúncio, as ações da cervejaria holandesa caíram mais de 10%, com analistas preocupados com o aumento dos custos e, por consequência, seu impacto nas margens da Heineken.

No geral, as fabricantes de cerveja conseguiram repassar bem os preços a fim de proteger suas margens ao longo deste ano, mas essa prática tem um limite de exercício. Afinal, quando o bolso aperta, a cerveja acaba não sendo uma prioridade.

Para esclarecer as contas, dados do CervBrasil apontam que a inflação anual medida pelo IPCA em setembro foi de 7,17%, enquanto o preço da cerveja no mesmo período subiu 10,68% — fruto da recomposição de preços praticada no segundo semestre.

Na avaliação de Andreas Ferreira, analista da Mantaro Capital, é importante observar que a Ambev vem sustentando sua receita mais pela alta de preço do que pelos volumes. Assim, fica a dúvida: quando essa tendência irá se inverter?

"Falar de vendas acaba sendo mais relevante no caso da Ambev porque ela está repassando bastante os custos, vemos isso nos balanços. No curto prazo, ainda esperamos ver queda de volume com crescimento via preços", explica.

Veja os destaques financeiros da Ambev no terceiro trimestre:

R$ milhões3T223T21
Volume ('000 hl) 45.655,446.256,3
Receita líquida 18.492,620.587,6
Lucro bruto 9.239,59.939,6
Margem bruta50,0%48,3%
EBITDA ajustado 5.468,95.600,6
Margem EBITDA ajustado 29,6%27,2%
Lucro líquido 3.712,73.215,0
Lucro líquido ajustado 3.753,33.229,8
Fonte: Ambev

A briga com o Cade

Mas o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) quase estragou a festa da Ambev (ABEV3) com a Copa do Mundo. O órgão proibiu a empresa de firmar novos contratos de exclusividade para a venda de cerveja até o fim da investigação — anteriormente, a proibição era válida apenas até o fim da Copa no Catar, que termina em 18 de dezembro.

A medida, segundo o Cade, foi tomada em caráter cautelar depois de reclamação da Heineken de que a Ambev estaria fechando diversos acordos de exclusividade com bares, restaurantes e outros pontos de venda de forma a excluir as outras cervejarias e limitar a escolha dos consumidores.

A liminar é válida para regiões em que a Ambev tem mais de 20% de participação de mercado e afeta especialmente São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A medida também proíbe a própria Heineken de firmar contratos de exclusividade.

O que esperar da Ambev (ABEV3) em 2023

Um consenso entre os especialistas é que o ano que vem deve ser um período de custos menores para a Ambev (ABEV3), uma vez que os preços de suas principais matérias-primas estão em tendência de queda

"Esse declínio do preço das commodities deve ter reflexo nos balanços do segundo ou terceiro trimestre de 2023. Se não baixarem o preço, a partir daí a Ambev vai melhorar suas margens, por isso vejo um ano mais positivo para a empresa", diz Bruno Damiani, analista de varejo da Western Asset.

Para ele, caso esse cenário se confirme, é o cenário macroeconômico global que deve oferecer mais desafios à companhia.

Em relatório recente, os analistas do Itaú BBA apontaram que o aumento de preços feito ao longo desse semestre garantirá uma alta de 3% de receita para a Ambev no ano que vem, em termos reais.

A equipe do banco também revisou suas projeções para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da divisão de Cerveja Brasil para 2023 e 2024 em 15% e 10%, respectivamente. 

Já o BTG Pactual, em relatório, aponta que a demanda por cerveja no Brasil segue forte e deve permanecer assim pelo menos até o fim do ano, especialmente por conta da Copa do Mundo.

Olhando especificamente para ABEV3, os analistas do banco apontam que o papel negocia atualmente em 18,1 vezes o preço/lucro projetado para 2023. Para a equipe, trata-se de um valuation "exigente", principalmente se considerada a qualidade dos lucros da empresa.

A recomendação do BTG para as ações é neutra.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
HISTÓRIA DE UM CASAMENTO

Depois de um ‘quase divórcio’ na Azzas 2154 (AZZA3), mudanças no conselho levantam bandeira branca

30 de junho de 2025 - 10:24

Na manhã desta segunda-feira (30), a companhia anunciou mudanças no conselho de administração; entenda a situação e veja como ficou o quadro

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Guararapes (GUAR3): CFO Miguel Cafruni fala da dor e delícia de ter a cadeia completa, e da virada de chave na gestão da dona da Riachuelo

30 de junho de 2025 - 6:04

No cargo há pouco mais de um ano, executivo aponta desafio de buscar mais receita e margem e reduzir o endividamento da companhia

AGORA VAI?

Trump afirma já ter um novo dono para o TikTok, mas venda ainda não saiu do papel; entenda o que falta

29 de junho de 2025 - 18:01

Com novo prazo, a ByteDance precisa chegar a um acordo até 17 de setembro para evitar um banimento nos EUA

NOVO DONO NA ÁREA

IMC conclui parceria milionária com KFC no Brasil e ajusta estrutura operacional

28 de junho de 2025 - 15:38

A operação, que vinha rondando os mercados desde março, cria uma joint venture entre a empresa e uma afiliada da Kentucky Foods Chile

NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS

Tecnisa (TCSA3) mira venda de sete terrenos à Cyrela (CYRE3) por R$ 450 milhões; confira o que falta para a operação sair do papel

28 de junho de 2025 - 9:53

Além dos terrenos, a operação envolve a venda de CEPACs — títulos que permitem construir acima do limite urbano

PREPAREM O BOLSO

Dividendos e JCP: Lojas Renner (LREN3) vai distribuir mais de R$ 200 milhões aos acionistas; confira os detalhes

27 de junho de 2025 - 19:01

A varejista de roupas pagará o valor bruto de R$ 0,203061 por ação ordinária, e o dinheiro deve cair na conta dos acionistas em 15 de julho deste ano

ALINHAMENTO ESTRATÉGICO

Dança das cadeiras: Engie Brasil faz mudanças na diretoria e cria nova área de energias renováveis

27 de junho de 2025 - 17:24

Alterações visam alinhamento ao modelo operacional global do grupo

UNIÃO EM RISCO

Fale agora ou cale-se para sempre: Minerva (BEEF3) entra com recurso no Cade contra fusão de Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)

27 de junho de 2025 - 17:22

A companhia alega ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica que o aval ao “casamento” desconsidera impactos relevantes à concorrência

GIGANTE DOS SHOPPINGS

Argo e Replan se juntam para criar terceira maior administradora de shoppings do Brasil; conheça

27 de junho de 2025 - 17:21

Com 30 shoppings distribuídos pelo país e cerca de R$ 10 bilhões em vendas por ano, conheça a nova gigante do setor

NADA RESOLVIDO

Compra do Banco Master pelo BRB: Galípolo diz que Banco Central precisa de mais informações para avaliar

27 de junho de 2025 - 16:03

Operação já foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade e agora aguarda aval da autoridade monetária

MUDANÇA DE ROTA

Cashback ou BTC: afinal, qual é o modelo de negócios do Méliuz? Falamos com o head da Estratégia Bitcoin da empresa

27 de junho de 2025 - 14:45

A empresa diz que o foco em cashback continua valendo como forma de gerar receita; desde o ano passado, porém, a maior parte de seu caixa vem sendo alocado em criptomoedas

“COPA DO E-COMMERCE”

Hermanos no contra-ataque: Mercado Livre (MELI34) reage à ofensiva de Amazon e Shopee no Brasil, aponta Itaú

27 de junho de 2025 - 14:22

O cenário do e-commerce brasileiro parece uma disputa de mundial, com “seleções” da Argentina, EUA e Cingapura lutando pela “taça” — e todas de olho na entrada da China na competição

EM REESTRUTURAÇÃO

Ações da Casas Bahia (BHIA3) voltam a cair hoje após Mapa Capital assinar acordo com bancos para assumir dívida de R$ 1,6 bilhão da varejista

27 de junho de 2025 - 13:50

Em meio ao processo de conversão de títulos de dívidas, os papéis da varejista vêm apanhando na bolsa brasileira

TOP PICK NO ÓLEO E GÁS

Prio (PRIO3) é eleita a favorita do setor pelo Itaú BBA mesmo com queda no preço do petróleo; entenda as razões para a escolha

27 de junho de 2025 - 13:14

O banco reafirmou a recomendação de compra para as ações PRIO3 e estabeleceu um novo preço-alvo para o papel na esteira da aquisição da totalidade do campo de Peregrino

ENTENDA OS DETALHES

Subsidiária da Raízen (RAIZ4) emite US$ 750 milhões em dívida no exterior como parte de estratégia para aliviar Cosan (CSAN3)

27 de junho de 2025 - 11:15

A Raízen Fuels Finance, fará a oferta de US$ 750 milhões em notes com vencimento em 2032 e cupom de 6,25%.

MODERNIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Cogna (COGN3) capta US$ 100 milhões com Banco Mundial em busca de transformação digital

27 de junho de 2025 - 10:08

Os recursos irão financiar a transformação digital das atividades de graduação e da pós-graduação de uma vertical da companhia

OBRIGATORIEDADE DISPENSADA

Serena (SRNA3): decisão da AGE abre outro capítulo no fechamento de capital da empresa

26 de junho de 2025 - 20:38

A saída da elétrica da bolsa tem sido marcada por turbulências desde a proposta da Actis e do GIC, que ofereceram R$ 11,74 por ação da companhia

SINAL FECHADO

Por que as ações da Localiza e Movida despencaram na B3 — spoiler: tem a ver com o governo

26 de junho de 2025 - 19:26

Medida do governo pode impactar negativamente as locadoras de veículos, especialmente no valor dos seminovos

RANKING DO CONSIGNADO

Crédito consignado privado ganha espaço no mercado sob liderança do Banco do Brasil (BBAS3), diz BofA

26 de junho de 2025 - 16:52

O banco americano considera que, além dos bons resultados ainda iniciais, a modalidade é uma tendência em ascensão

MISTUROU E GANHOU

Mais etanol na gasolina: 4 empresas saem na frente, mas só uma é a grande vencedora, segundo o Santander

26 de junho de 2025 - 16:44

O cenário é visto como misto para as distribuidoras, mas as produtoras de biocombustíveis podem tirar algum proveito dessa nova regra

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar