Durante o processo de privatização da Eletrobras (ELET3), o governo caprichou na propaganda de que, desestatizada, a companhia poderia ampliar investimentos, tornar sua produção mais eficiente e, assim, aliviar o bolso do consumidor. Agora, a conta de luz pode até ficar mais barata, mas não por esse motivo.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu, na terça-feira (21), uma consulta pública sobre o repasse que a Eletrobras fará para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A intenção é que o repasse contribua com a redução das tarifas de energia e diminua os impactos tarifários da descotização de usinas da empresa.
Para 2022, está previsto o repasse de R$ 5 bilhões a ser aplicado na CDE, que compõe a formação da tarifa, até a primeira quinzena de julho, segundo a agência. Até 2047, os pagamentos devem ser feitos até 30 de abril em parcelas de valores variados.
Apesar de a consulta ficar aberta de hoje até 5 de agosto, o montante já pode ser considerado em revisões tarifárias julgadas pela agência reguladora desde a terça-feira (21).
Mas a esperança pode ser frustrada
Na terça-feira (21), a Aneel aprovou reajustes de 64% nas bandeiras tarifárias amarela e vermelha. A cobrança adicional é feita em períodos em que a energia elétrica está mais cara no país, como em momentos de escassez hídrica, em que usinas termelétricas são acionadas e o custo de produção é mais alto.
A proposta de reajuste foi feita em abril, logo após a suspensão da cobrança extra sobre as contas de energia. Na ocasião, os reajustes levados a consulta pública eram de até 60%.
De acordo com a Aneel, o aumento aprovado nesta semana se deve aos custos de compra de energia durante a crise hídrica de 2021. Além disso, há alta dos combustíveis e a inflação, fatores que encarecem os custos de geração de energia térmica.
*Com informações do Estadão Conteúdo