Mesmo com receitas extras de R$ 54 bi, Brasil terá déficit de R$ 65 bi — mas Petrobras (PETR4) ainda pode salvar governo com dividendos; entenda
A receita estimada para todo o ano no Orçamento com dividendos da Petrobras já foi superada com o lucro do primeiro trimestre

Estamos a cerca de três meses da eleição presidencial e o xadrez político toma conta do noticiário local. Para o investidor, quem assume não faz tanta diferença, mas o que o candidato fará com as contas públicas e a economia é o que mais importa.
Visando a aumentar sua popularidade, o atual presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) investe em uma série de ações denominadas “pacote de bondades” — mas que podem comprometer as contas do governo no longo prazo.
O rombo estimado nas contas federais é de cerca de R$ 65 bilhões no fim de 2022 — isso porque o governo ainda conta com o ingresso de cerca de R$ 54 bilhões em receitas extras.
Porém, quem pode salvar o déficit das contas públicas é ninguém menos que a tão atacada Petrobras (PETR3;PETR4).
Acompanhe a matemática das contas públicas
Como a conta do governo ficou tão cara? Bem, nos últimos meses, o próprio presidente anunciou uma série de medidas que retiram impostos federais de uma série de itens.
Entre eles, estão o imposto de importação (II) de produtos alimentícios, que variavam entre 7,2% e 16,2% e redução na alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 25% para 35%.
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A composição desses gastos e renúncias ficou da seguinte maneira:
- R$ 17 bilhões são renúncias de tributos federais;
- R$ 37 bilhões serão usados para o aumento de R$ 400 para R$ 600 do Auxílio Brasil, bolsa caminhoneiro de R$ 1 mil, aumento do vale-gás, gratuidade de transportes para idosos e compensações aos estados que reduzirem o ICMS sobre o etanol (despesas que ficarão fora do teto de gastos).
E para fechar a conta…
O ingresso extraordinário de recursos deve vir, de acordo com o Ministério da Economia:
- R$ 17 bilhões de pagamentos de dividendos do BNDES;
- R$ 26,6 bilhões da privatização da Eletrobras;
- Cerca de R$ 10,4 bilhões em dividendos pagos pela Petrobras.
A receita servirá para contrabalançar o impacto da PEC dos Combustíveis, que deve ter seu parecer exposto ao Senado ainda hoje. Mais cedo, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) afirmou que deve enviar o texto ao plenário da Casa às 18h.
A proposta de emenda ainda leva em conta medidas para manter a mesma trajetória de déficit fiscal prevista para este ano antes da decisão do governo de aumentar os gastos em ano de eleições.
Avanço político sobre o Orçamento
Depois de a ala política bancar um novo pacote para diminuir o impacto da alta dos combustíveis, o esforço da equipe econômica é para conter a pressão por gastos ainda maiores e garantir que o custo extra seja financiado com receitas adicionais.
Em outras palavras, os esforços vão no sentido de não piorar a dívida pública.
O Estadão apurou que a ala política tenta subir o valor previsto para reforçar o Auxílio Brasil e o vale-gás.
Me ajuda, Petrobras!
Além do pagamento de dividendos do BNDES referentes a 2020 e 2021, a cesta de receitas extras conta com um reforço dos dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) referentes ao lucro do segundo semestre.
Somados aos pagamentos de outras estatais à União, o governo ainda conta com R$ 26,6 bilhões já depositados pela Eletrobras na operação de privatização. O dinheiro ainda não estava na conta do Orçamento por causa das incertezas que rondavam a operação.
Os números da Petro para as contas públicas
A tão atacada estatal brasileira já garantiu cerca de R$ 11 bilhões em dividendos ao Tesouro Nacional com o lucro do primeiro trimestre. O governo avalia que é "razoável" esperar um resultado robusto também no segundo semestre, mesmo com as turbulências políticas envolvendo a troca de presidência.
Vale ressaltar que a receita estimada para todo o ano no Orçamento com dividendos da Petrobras já foi superada.
A determinação do Ministério da Economia é para que todas as estatais passem a transferir os dividendos trimestralmente à União.
A conta? Deixa para depois
Procurado pelo Estadão, o Ministério da Economia informou que, se houver impacto, ele ocorrerá no próximo ano, pois o gatilho da compensação vai comparar a arrecadação total no ano de 2022.
Somente no início do próximo ano será feita a avaliação se houve ou não queda de arrecadação, informou a assessoria do ministério. Ou seja, uma eventual compensação só entrará no caixa dos governadores eleitos nas eleições deste ano.
PEC dos combustíveis: vale-gás pode dobrar e ser mensal
No pacote dos combustíveis — embrulhado na PEC dos Combustíveis — em discussão no Congresso, o valor do vale-gás deve dobrar e cobrir 100% do preço do botijão. Mas o núcleo político está pressionando para aumentar também a periodicidade.
Parlamentares governistas avaliam garantir a concessão do vale-gás todos os meses. Hoje, o governo paga 50% do valor do botijão a cada dois meses.
Aumento de R$ 200 no Auxílio-Brasil
A PEC trará também reforço do Auxílio Brasil, com a elevação do piso do benefício social de R$ 400 para R$ 600.
Entre os técnicos do Ministério da Cidadania, o gasto estimado das duas medidas girava hoje entre R$ 29 bilhões a R$ 30 bilhões até dezembro deste ano.
Na sexta-feira, 24, o relator da PEC, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), previu um gasto para os dois auxílios de R$ 23,1 bilhões, divididos em:
- R$ 21,6 bilhões do Auxílio Brasil;
- R$ 1,5 bilhão do vale-gás.
Com a palavra, o presidente Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na última segunda-feira (27) a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada que o piso do Auxílio Brasil pode ser elevado de R$ 400 para R$ 600 nesta terça-feira (28).
Porém, para o aumento ser oficializado em ano eleitoral sem ferir a lei, no entanto, é preciso declarar emergência nacional. O Palácio do Planalto também negocia a inserção do status de emergência na PEC dos combustíveis.
Dobrando a aposta
Na conversa com apoiadores, o presidente também voltou a criticar o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele chamou o magistrado de "ministro do PT" por ter afirmado que não há clima para discutir aborto na Corte.
Bolsonaro ainda evitou comentar o pedido de um apoiador que pediu solução para "a questão das urnas".
"Não vou te responder, está sendo tratado isso aí. Se tivesse inquérito sério de fake news, investigaria o Datafolha", afirmou, em novo ataque, sem apresentar provas, ao sistema eleitoral brasileiro e ao instituto de pesquisas.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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