O sonho durou pouco: dólar tem a maior alta de abril, enquanto Ibovespa amarga uma das maiores perdas; veja os melhores e piores investimentos do mês
Maré vira, e aversão a risco global derruba ativos mais arriscados, fortalecendo a moeda americana
Apesar da Selic de dois dígitos, a inflação elevada - no Brasil e no mundo - e uma guerra no leste europeu capaz de jogar o preço das commodities lá para cima e pesar ainda mais sobre a inflação, a bolsa brasileira começou o ano de 2022 numa improvável toada positiva. O dólar, por sua vez, chegou a se desvalorizar mais de 15% ante o real, e nas mínimas, chegou aos R$ 4,60.
Mas a alegria do pobre investidor brasileiro durou pouco: passado o primeiro trimestre, a maré virou, o Ibovespa passou a cair, e a direção do dólar apontou de novo para cima. Ao que parece, os mercados de ações e câmbio brasileiros foram capazes de resistir até a uma guerra, mas não à postura mais dura do banco central americano contra a inflação. E também fomos lembrados de que a pandemia de covid-19 ainda está por aí e cobrando o seu preço.
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Como resultado, o dólar deu a volta por cima e teve o melhor desempenho de abril, entre os ativos acompanhados pelo Seu Dinheiro, com uma alta de 3,81%, a R$ 4,94, na cotação à vista, e 3,84%, a R$ 4,92, na cotação PTAX. No ano, porém, a moeda americana ainda acumula perda de 11,36%, na cotação à vista, e 11,84%, na PTAX.
O Ibovespa, por sua vez, teve o segundo pior desempenho do mês, com queda de 10,10%, a 107.876 pontos, reduzindo a alta no ano a 2,91%. A bolsa só não se saiu pior porque o bitcoin, na sua já tradicional volatilidade, recuou cerca de 11% em reais, a R$ 192.062,03, e 15,29% em dólar, a US$ 38.564,10.
Veja na tabela a seguir quais foram os melhores e piores investimentos de abril.
Os melhores investimentos de abril
| Investimento | Rentabilidade no mês | Rentabilidade no ano |
| Dólar PTAX | 3,84% | -11,84% |
| Dólar à vista | 3,81% | -11,36% |
| Ouro | 2,40% | -9,39% |
| IFIX | 1,19% | 0,29% |
| Índice de Debêntures Anbima - IPCA (IDA - IPCA)* | 1,15% | 4,53% |
| Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)* | 1,06% | 4,22% |
| CDI* | 0,97% | 3,23% |
| Tesouro Selic 2027 | 0,77% | 3,61% |
| Tesouro Selic 2025 | 0,64% | 3,34% |
| Poupança antiga** | 0,61% | 2,31% |
| Poupança nova** | 0,61% | 2,31% |
| Tesouro IPCA+ 2026 | -0,38% | 3,93% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032 | -0,76% | - |
| Tesouro Prefixado 2025 | -0,91% | -0,36% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 | -1,98% | 0,72% |
| Tesouro IPCA+ 2035 | -2,62% | -1,36% |
| Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033 | -2,62% | - |
| Tesouro Prefixado 2029 | -2,73% | - |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 | -3,50% | -1,47% |
| Tesouro IPCA+ 2045 | -5,96% | -6,54% |
| Ibovespa | -10,10% | 2,91% |
| Bitcoin | -10,99% | -25,37% |
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Fontes: Banco Central, Anbima, Tesouro Direto, Broadcast e Coinbase, Inc..
Não foi só na bolsa brasileira que o clima azedou em abril. O movimento de aversão a risco foi global, afetando outras bolsas e ativos de risco, como as criptomoedas.
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Basicamente três fatores pesaram: a indicação do Federal Reserve, o BC americano, de que o aperto monetário neste ano vai ser mais forte do que o sinalizado anteriormente; a continuidade da guerra na Ucrânia, sem sinais de acordo de paz próximo; e os surtos de covid-19 na China, que têm levado a restrições e à paralisação de uma série de atividades econômicas no país.
Mas todos esses fatores têm em comum ela, a inflação. A guerra entre Rússia e Ucrânia segue pressionando os preços das commodities para cima; por outro lado, apesar de os lockdowns na China reduzirem a demanda - o que é particularmente ruim para as empresas brasileiras que exportam para lá -, eles também pressionam os preços globais, porque continuam desorganizando as cadeias produtivas.
Esses fatores dificultam que a inflação ceda, mesmo com os juros em alta - os índices de preços divulgados mais recentemente no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo, não mostram sinais de arrefecimento.
Diante dessa situação, o Fed se viu obrigado a adotar um discurso mais duro contra a alta de preços. Neste último mês, os dirigentes do Fed defenderam mais de uma alta de 50 pontos-base nas taxas de juros, podendo começar por um aumento de 75 ponto-base na próxima reunião.
O aperto monetário talvez maior que o esperado levou as bolsas a caírem e o dólar a se fortalecer globalmente, inclusive ante outras moedas fortes. O real, desta vez, não conseguiu continuar se valorizando na contramão do mundo, e o fluxo de recursos estrangeiros para a bolsa brasileira em abril foi negativo em mais de R$ 5 bilhões.
As ações das exportadoras de commodities brasileiras agora se veem num cabo de guerra, com a pressão inflacionária advinda da guerra na Ucrânia de um lado e a pressão desinflacionária oriunda da queda da demanda chinesa, do outro.
A alta de juros nos EUA tende a atrair recursos alocados em mercados de risco para os seguros, e agora mais rentáveis, títulos americanos, fortalecendo a cotação do dólar ante as demais moedas.
Nesta matéria, publicada na última quinta-feira (28), minha colega Jasmine Olga explica com mais detalhes os motivos da queda do Ibovespa e da alta do dólar em abril, bem como o que esperar daqui para frente.
É importante notar que o desempenho positivo do ouro neste mês se deveu mais à alta do dólar - afinal, o metal precioso é denominado na moeda americana - do que à valorização do ativo em si.
Em dólar, o ouro se desvalorizou em abril. Embora o cenário inflacionário tenda a beneficiar a cotação desta commodity, a perspectiva de alta forte nos juros americanos tende a fazer com que os investidores em busca de proteção prefiram os títulos públicos americanos ao metal, que não paga juros, como os Treasuries.
Os melhores desempenhos do Ibovespa em abril
| Empresa | Código | Desempenho |
| SulAmérica | SULA11 | 38,58% |
| CPFL Energia | CPFE3 | 12,24% |
| PetroRio | PRIO3 | 12,10% |
| Eletrobras PNA | ELET6 | 11,23% |
| 3R Petroleum | RRRP3 | 9,68% |
| Cielo | CIEL3 | 9,32% |
| Eletrobras ON | ELET3 | 8,29% |
| Minerva | BEEF3 | 6,56% |
| Petrobras ON | PETR3 | 2,89% |
| brMalls | BRML3 | 2,69% |
Os piores desempenhos do Ibovespa em abril
| Empresa | Código | Desempenho |
| Via | VIIA3 | -28,78% |
| Locaweb | LWSA3 | -28,71% |
| Magazine Luiza | MGLU3 | -28,45% |
| Inter | BIDI11 | -28,25% |
| Natura &Co | NTCO3 | -28,12% |
| BRF | BRFS3 | -26,95% |
| Americanas | AMER3 | -26,62% |
| Rede D'Or | RDOR3 | -26,52% |
| Hapvida | HAPV3 | -26,18% |
| Méliuz | CASH3 | -25,78% |
Alta dos juros novamente sacrifica títulos prefixados e indexados à inflação
Embora o mercado aposte que o ciclo de aumento de juros no Brasil esteja chegando ao fim, as estimativas para a intensidade das próximas e derradeiras altas continuam a aumentar.
Se em março o mercado esperava uma Selic terminal de 12,25%, agora a expectativa é de que ela pare de subir quando chegar a 13,25% - mas já tem banco estimando Selic de 14% no fim do ano.
Mesmo que o Brasil tenha se adiantado no aperto monetário para combater a inflação, a perspectiva de uma escalada de juros rápida e forte nos EUA acaba pressionando os juros brasileiros ainda mais para cima.
Os contratos de juros futuros, com isso, tiveram novas altas durante o mês de abril, sacrificando mais uma vez o retorno dos títulos públicos prefixados e atrelados à inflação.
Esses papéis se desvalorizam quando a estimativa para os juros é de aumento. Assim, suas remunerações, para novos investimentos, ficam mais gordas; mas quem já os tinha na carteira, tendo comprado a taxas de rentabilidade menores, vê os preços de mercado dos seus títulos caírem.
A rentabilidade, porém, é garantida no vencimento - quem carrega o papel até o fim do prazo recebe exatamente a remuneração contratada; apenas quem o vender antes do vencimento, a preço de mercado, corre o risco de realizar esses prejuízos.
Por outro lado, quem investiu em debêntures, mesmo aquelas atreladas à inflação, e em títulos públicos indexados ao CDI e à Selic, conseguiu terminar abril com rentabilidades em torno de 1%, e com pouco risco. O mês foi dos conservadores.
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