Investidor superestima a China no curto prazo e subestima no longo prazo, diz Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shangai
Em bate-papo com Jojo Washman, sócio-fundador da Vitreo, e com a jornalista Roberta Scrivano, ele também classifica a China como capitalista e fala do poder das fintechs no país
O mercado acionário da China ganhou a atenção dos investidores ao redor do mundo, incluindo brasileiros, diante da magnitude de sua recuperação econômica na pandemia. Afinal, não é qualquer país que alcançará o feito de crescer 8,1% em 2021 quando o resto do mundo ainda não se livrou dos efeitos colaterais da covid-19.
Aventurar-se nesse mercado diante de uma expansão tão pujante parece quase irresistível. No entanto, intervenções constantes do governo chinês em setores importantes da economia como o imobiliário e o de tecnologia, além da educação, assustam quem está de fora.
Mas não deveria. Pelo menos é o que acha Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shangai e doutor em economia pela UFRJ. Segundo ele, a China é um país para investimentos em longo prazo, do contrário, o investidor estará sujeito ao risco.
“Se seu objetivo é gerar retorno semestral com a China, uma regulação pode chegar e mudar tudo”, afirmou Zeidan durante o podcast Radiocash com Jojo Wachsmann, sócio-fundador da Vitreo, e com a jornalista Roberta Scrivano. Ouça a íntegra do podcast:
Desde 2020, as autoridades chinesas vêm intervindo em negócios privados. As medidas incluem a transformação de companhias em entidades sem fins lucrativos, proibição para levantar capital em bolsa e veto a investimentos estrangeiros, a exemplo do que aconteceu no setor de educação.
Na visão de Zeidan, os riscos regulatórios e de intervenção por parte do governo chinês sempre vão existir. “Costumo dizer que os riscos na China são maiores porque os movimentos também são maiores. As pessoas superestimam a China no curto prazo e subestimam no longo prazo”, disse.
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O potencial de expansão da China
Ocupando o segundo lugar no ranking das maiores economias do mundo, ninguém duvida do potencial de expansão da China nos próximos anos.
O governo tem trabalhado para isso, com planos de crescimento baseados em uma economia mais limpa e diversificada, menos dependente do estado e mais aberta ao exterior.
“A renda média de um cidadão chinês hoje é de US$ 10 mil ao ano, muito parecida com a de um brasileiro. Se o PIB chinês dobrar, a renda do chinês médio vai a US$ 20 mil, ou dois terços da renda de um português”, disse.
E Zeidan continua: “Para chegarmos na renda de um português, o PIB chinês precisa triplicar. Você consegue imaginar o efeito global disso? Essa é a verdadeira oportunidade”.
O professor lembra que apesar do cenário promissor, a tendência de longo prazo da China existe, porém, em um caminho bastante volátil diante das intervenções do governo.
O capitalismo dos capitalismos
Foi assim que Zeidan definiu a China de hoje. Segundo ele, nos últimos 30 anos, todo o emprego gerado pela economia chinesa veio do setor privado, quando as reformas das estatais no país entraram em curso, nos anos 90.
“Aqui temos o capitalismo mais capitalista que eu já vi. As pessoas pensam o tempo todo em uma forma de ganhar dinheiro e, por isso, a competição é mortal. Os chineses pensam na concorrência e em como se livrar dela. Esse é o capitalismo chinês, de concorrência ininterrupta”, afirmou.
O professor conta, no entanto, que quando essa competição pode oferece risco ao sistema, o governo aparece. “Quando esbarra em risco sistêmico a brincadeira acaba como no caso da Evergrande, que se endividou até não poder mais e até time de futebol comprou”, disse.
O sistema financeiro chinês avança
No mês passado, os investidores brasileiros ficaram sabendo que o Nubank (NU) havia se tornado o banco mais valioso da América Latina, superando (provisoriamente) o Itaú, depois de sua estreia na bolsa de Nova York.
A notícia surpreendeu muitos por aqui, mas não foi novidade para quem conhece o setor financeiro da China de perto como é o caso de Zeidan.
Ele conta que quase todo o setor financeiro chinês hoje é não bancário, baseando-se em empresas como WeChat e Alipay - esta última uma plataforma móvel de pagamentos do Alibaba Group.
“A primeira fintech de crédito foi aprovada no Brasil em dezembro de 2018. Elas existem no Brasil há três anos, enquanto na China existem há 15 anos. Alipay e WeChat tem milhões de usuários e são grandes intermediadoras de crédito, algo impensável no Brasil”, disse.
“Vimos um Nubank valendo muito dinheiro e todo mundo falou ‘uau’, mas isso já é algo que acontece na China há dez anos. As fintechs já comeram os bancos chineses há muito tempo”, acrescentou.
Ouça a íntegra do podcast:
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