Veneno ou remédio? Fed aumenta dose da alta dos juros para conter inflação — o maior aumento desde 2000
Anúncio acontece depois que o índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — a medida preferida do banco central dos EUA para a inflação — subiu 6,6% em março ante igual período do ano anterior, no maior valor registrado desde 1978
A diferença entre o veneno e o remédio está na quantidade. Nesta quarta-feira (04), o Federal Reserve (Fed) foi obrigado a aumentar a dose do aperto monetário para conter uma inflação que não dá sinais de reduzir a temperatura.
Depois de elevar em março a taxa básica pela primeira vez desde 2018 — um aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.) —, o banco central norte-americano subiu o juro novamente, mas dessa vez em 0,50 pp, passando-o para a faixa entre 0,75% e 1,00% ao ano.
"Em apoio às metas [de pleno emprego e inflação em 2%], o Comitê decidiu aumentar a faixa-alvo para a taxa de juros para 0,75% a 1,00% e prevê que os aumentos contínuos na faixa-alvo serão apropriados", diz o comunicado.
Junto com a decisão de elevar a taxa de juros, o Fed também anunciou a redução de seu balanço de ativos, avaliado em US$ 9 trilhões.
"Além disso, o Comitê decidiu começar a reduzir suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências em 1º de junho", afirma o comunicado.
Com a elevação da taxa já contratada pelo mercado, a reação inicial das bolsas nos EUA foi branda. O Dow Jones, o Nasdaq e o S&P 500 seguiram operando em alta com o anúncio da decisão, mas logo depois passaram a oscilar entre perdas e ganhos.
Leia Também
A febre alta da inflação
A temperatura da inflação segue subindo nos EUA, por isso, o Federal Reserve foi forçado a aumentar o grau de aperto monetário.
O índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — a medida preferida do Fed para a inflação — subiu 6,6% em março ante igual período do ano anterior, no maior valor registrado desde 1978.
Já o núcleo do PCE, que exclui elementos mais voláteis como alimentos e energia, subiu 5,2% em março ante igual período de 2021, desacelerando em relação aos 5,4% de fevereiro.
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal; basta clicar aqui
No comunicado desta quarta-feira (04), o Fed diz que a inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços.
O remédio pode virar veneno
A ferramenta básica de todo banco central para controlar os preços é a taxa de juros. Então não há problemas no aumento de 0,50 p.p promovido pelo Fed para segurar a inflação nos EUA, certo? Errado.
Ainda que a economia norte-americana seja a maior do mundo, ela não está imune aos efeitos colaterais de um aperto monetário tão agressivo.
A guerra entre Rússia e Ucrânia explica boa parte desse efeito adverso, já que o conflito adiciona uma dose de incerteza considerável sobre o comportamento não só da economia dos EUA, mas também da economia global.
Prova disso é que no comunicado desta quarta-feira (04), o banco central norte-americano admite que a atividade econômica do país diminuiu no primeiro trimestre de 2022.
Soma-se a isso o fato de a China estar às voltas com bloqueios severos para conter o avanço de casos de covid-19 — o que impacta negativamente a demanda e a produção de chips — e temos a chance de o remédio dos juros altos nos EUA virar um veneno.
"Além disso, os bloqueios relacionados à covid-19 na China provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos. O Comitê está altamente atento aos riscos inflacionários", diz o comunicado do Fed.
Muitos especialistas e o próprio mercado temem que um aperto monetário muito severo em meio a tantas incertezas econômicas, lance a economia norte-americana em uma recessão.
E o sinal de que essa realidade pode estar próxima vem da chamada inversão da curva de juros. Apesar do nome complicado, trata-se de fato de uma troca: os juros de títulos de dívida dos EUA mais longos, como os de dez anos, ficam com rendimento inferior aos dos títulos de dois ou cinco anos, por exemplo.
Todas as vezes que isso aconteceu, uma recessão atravessou o caminho da economia norte-americana. E a curva de juros vem se invertendo com certa frequência nos últimos tempos nos EUA.
Uma dose extra de aperto do Fed
Para completar o cenário, o Fed também anunciou nesta quarta-feira (04) que vai começar a reduzir seu balanço de ativos — algo que já vinha sendo sinalizado pelo banco central norte-americano.
O Fed começou a comprar ativos em março de 2020 para estimular a economia dos EUA no pior momento da pandemia de covid-19, fazendo com que seu balanço saltasse de US$ 4 trilhões para US$ 9 trilhões.
Essas aquisições foram encerradas, e o próximo passo é a redução desse balanço de ativos — a data prevista para o início desse processo é 1 de junho. Mas por que um balanço menor importa tanto?
Por dois motivos: o primeiro deles é que a redução do balanço equivale a um aumento da taxa de juros; ou seja, o aperto monetário do Fed acontecerá em duas frentes.
Depois, porque além de não injetar mais dinheiro via compra de ativos, o banco central norte-americano vai passar a inundar o mercado com os títulos que estavam em sua posse, pressionando ainda mais o sistema financeiro.
O plano apresentado pelo Fed nesta quarta-feira (04) prevê a redução do balanço em fases, já que o Fed permitirá que um nível limitado de rendimentos de títulos vencidos seja lançado a cada mês enquanto reinveste o restante.
A partir de 1 de junho, o plano prevê US$ 30 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 17,5 bilhões em títulos lastreados em hipotecas. Após três meses, o limite para títulos do Tesouro aumentará para US$ 60 bilhões e US$ 35 bilhões para hipotecas.
Câmara aprova ampliação da licença-paternidade, que pode chegar a 35 dias e ser parcelada; saiba como
Texto original que previa 60 dias de licença-paternidade foi derrubado por causa de preocupações com o fiscal
Operação “Fábrica de PIX”: Polícia Federal investiga fraude em sistema de casas lotéricas
Esquema causou prejuízo estimado em R$ 3,7 milhões por meio da simulação de pagamentos; PF reforça que fraude não envolve sorteios nem resultados de jogos
Lendário carro da primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil pode ser seu: McLaren MP4/6 é colocada em leilão; só que o lance inicial é um pouco salgado
Carro da primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil, pela Fórmula 1, guardado por quase 30 anos, será leiloado em Dubai por até R$ 80 milhões
Lotofácil 3531 tem 34 ganhadores, mas só 4 ficam milionários; Mega-Sena e Timemania podem pagar mais de R$ 40 milhões hoje
Dois ganhadores da Lotofácil vão embolsar R$ 2 milhões. Outros dois ficarão com pouco mais de R$ 1 milhão. Os demais terão direito a valores mais baixos, mas nem por isso desprezíveis.
Senado aprova isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil; texto segue para sanção de Lula
Compensação por meio da taxação de dividendos e dos “super-ricos” também passou, junto com alterações feitas na Câmara
Copom mantém Selic em 15% ao ano e não dá sinais de corte no curto prazo
Trata-se da terceira decisão de manutenção da taxa básica de juros e reforça expectativa do mercado de que o primeiro corte deve ficar para 2026
Primeiro piloto brasileiro a correr F1 em Interlagos desde Massa é ‘filho do dono’ e ganha quase R$ 1 milhão por mês para fazer o que gosta
Gabriel Bortoleto estreia no GP de São Paulo e quebra um jejum de oito anos sem pilotos brasileiros nesta etapa da Fórmula 1
Belém será a sétima capital do Brasil — e de uma delas é provável que você nunca tenha ouvido falar
A Constituição permite a transferência temporária da sede do governo; Belém será a próxima a ocupar o posto.
‘Torre de Babel’ saudita? Construção do ‘The Line’ é paralisada justamente pelo que buscava eliminar
Projetada para ser livre de combustíveis fósseis, a construção da cidade futurística, na Arábia Saudita, foi interrompida por não “compreender a língua” do preço do petróleo
Selic em 15% ao ano ainda vai longe, acredita Roberto Padovani, economista-chefe do BV
Para o economista, tem um indicador em específico que está no radar do BC e esse dado deve definir o destino dos juros básicos nos próximos meses
Lotofácil atola junto com Mega-Sena, Quina e outras loterias, mas hoje pode pagar mais até que a +Milionária
Prêmio acumulado na Mega-Sena vai a R$ 48 milhões, mas ela só volta à cena amanhã; Lotofácil pode pagar R$ 10 milhões nesta quarta-feira (5).
Na próxima reunião, o Copom corta: gestora projeta Selic em 14,5% ao fim deste ano e espera queda brusca em 2026
Gestora avalia que números da economia sustentam um primeiro corte e que política restritiva pode diminuir aos poucos e ainda levar inflação à meta
Gás do Povo já está valendo: veja como funciona o programa que substituiu o vale-gás
Gás do Povo, programa do governo federal que substitui o vale-gás, promete atender 15,5 milhões de famílias de baixa renda com distribuição gratuita de botijões
Banco do Brasil (BBAS3) oferece até 70% de desconto na compra de imóveis em todo o país
A nova campanha reúne mais de 150 imóveis urbanos disponíveis para leilão e venda direta, com condições especiais até 15 de dezembro
Curiosos ou compradores? Mansão de Robinho, à venda por R$ 11 milhões, ‘viraliza’ em site de imobiliária; confira a cobertura
No mercado há pelo menos seis meses, o imóvel é negociado por um valor acima da média, mas tem um motivo
Este banco pode devolver R$ 7 milhões a 100 mil aposentados por erros no empréstimo consignado do INSS
Depois de identificar falhas e cobranças irregulares em operações de consignado, o INSS apertou o cerco contra as instituições financeiras; entenda
A decisão da Aneel que vai manter sua conta de luz mais cara em novembro
Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas abaixo da média, a Aneel decidiu manter o custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh, mas pequenas mudanças de hábito podem aliviar o impacto no bolso
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão
Lotofácil 3529 tem 16 ganhadores, mas só um deles fica mais perto do primeiro milhão
A Lotofácil tem sorteios diários e volta à cena nesta terça-feira (4) com um prêmio maior do que de costume. Isso porque o sorteio de hoje tem final zero, para o qual é feita uma reserva especial.
Laika vai para o espaço: a verdadeira história da ‘astronauta caramelo’
Há exatos 68 anos, a cadela Laika fazia história ao ser o primeiro ser vivo a deixar a órbita do planeta Terra rumo ao espaço