Dólar a R$ 4,80 e juros baixos nos EUA: as previsões do Seleção Empiricus para a economia global em meio à guerra
Para os especialistas do Seleção Empiricus, o dólar tem espaço para continuar caindo; em paralelo, o Fed não será tão firme na alta de juros
A guerra entre Rússia e Ucrânia já traz desdobramentos palpáveis à economia global: o barril do petróleo Brent chegou a romper os US$ 130, indo às máximas desde 2008. Os desdobramentos, no entanto, não param por aí, segundo os especialistas do Seleção Empiricus — o conflito no leste europeu deve provocar uma grande revisão nos planos do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) para os juros e desvalorizar ainda mais o dólar ante o real. Para assistir à íntegra do programa, é só dar play no vídeo abaixo:
João Piccioni, analista da Empiricus, faz duas previsões bastante agressivas e que destoam do consenso do mercado no momento. Para ele, o Fed irá subir os juros da economia americana na reunião de março, mas vai parar por aí — muitos bancos e casas de análise falam em cinco ou mais altas ao longo de 2022. E, para o câmbio, ele acredita que o dólar à vista poderá cair ainda mais, indo ao patamar de R$ 4,80.
E quais as bases para essa visão tão ousada?
Tudo parte de uma espécie de uma espécie de 'erro de percepção': enquanto a narrativa predominante no começo do ano era a de que as economias ocidentais estavam em rota de crescimento forte, a análise cuidados dos dados econômicos mostrava que, na verdade, uma desaceleração já estava em curso — e a guerra entre Rússia e Ucrânia pega o mundo justamente nesse estágio de desaquecimento.
"Na verdade, estamos chegando ao final do ciclo de crescimento. Vamos entrar num outro ciclo agora, que seria de aperto econômico — mas, por acaso, ele não vai vir", diz Piccioni, referindo-se à postura do Fed. Afinal, uma coisa é subir juros numa economia aquecida, mas outra é fazê-lo num ambiente já em deterioração.
A visão também é embasada por estudos conduzidos pela distrital de Atlanta do Fed, indicando que a simples retirada de estímulos da economia — processo que já está em andamento pelo BC americano desde o ano passado — já têm funcionado, de certa forma, como um aperto monetário. Ou seja: é como se as inúmeras altas de juros projetadas para 2022 já estivessem em andamento.
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A eclosão da guerra no leste europeu, assim, traz mais uma camada de complexidade às decisões do Fed. Por um lado, é esperado um aumento da inflação no país, dada a alta nos preços de commodities e alimentos; mas, por outro, uma elevação de juros enfraqueceria ainda mais a economia americana, justamente num momento em que ela precisa estar funcionando.
"O mercado vai ficar bem… atordoado com essa questão", diz Piccioni. "Mas o Fed não vai ter ferramenta pra mexer com juros, porque senão ele vai jogar a economia americana numa recessão brava, daquelas que ele não gosta de ver".
Ficou curioso para saber também as perspectivas de impacto do conflito na economia brasileira? No nosso Instagram (clique aqui para nos seguir), explicamos como a guerra na Ucrânia pode posicionar a B3 em uma trajetória de valorização.
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Voltando ao assunto, juros baixos, dólar em queda
E qual o efeito disso tudo para o Brasil?
Para o analista da Empiricus, esse contexto de economia em desaceleração e pressões inflacionárias ainda relevantes nos EUA tende a enfraquecer os ativos americanos — ele, inclusive, aposta numa desvalorização adicional das bolsas de Nova York antes que as boas oportunidades de compra apareçam.
Dito isso, a segunda previsão agressiva diz respeito à taxa de câmbio: Piccioni acredita que o dólar à vista poderá cair ao nível de R$ 4,80, dando continuidade ao alívio visto desde o começo do ano. É uma cotação que não é vista desde março de 2020, num momento ainda anterior à pandemia.
Uma postura menos agressiva do Fed, mantendo os juros estruturalmente baixos e não promovendo tantas altas quanto se imagina, daria forças ao real frente ao dólar. O chamado diferencial de juros — a diferença entre as taxas do Brasil e dos EUA — ficaria mais elevado que o previsto, o que atrairia um fluxo de recursos ao nosso país.
Vamos a um exemplo prático:
- Hoje, a Selic está em 10,75%, e os juros americanos estão na faixa de 0% a 0,25%. Portanto, fazendo uma subtração, o diferencial está entre 10,50% e 10,75%;
- Pelo relatório Focus, espera-se que a Selic feche o ano em 12,25%; nos EUA, num cenário de seis elevações de juros, cada uma de 0,25 ponto percentual, chegaríamos a uma taxa de 1,5% a 1,75%;
- Considerando essas premissas, o diferencial ao fim de 2022 continuaria sendo de 10,50% a 10,75%;
- Mas, se o Fed subir juros apenas uma vez, as taxas nos EUA ficariam entre 0,25% e 0,50%;
- Portanto, nessa hipótese, o diferencial ao fim de 2022 seria maior, de 11,75% a 12%.
E qual a importância do diferencial de juros? Bem, quanto maior essa taxa, mais atrativo é o investimento. Numa explicação simples, o diferencial é o quanto um aporte no país rende a mais que uma aplicação num título do governo americano.
É verdade que o investidor que redireciona seus recursos com base no diferencial de juros tem um caráter mais especulativo — essa alocação não será feita no longo prazo e não visa um posicionamento estrutural em relação ao Brasil. Ainda assim, esse fluxo é capaz de trazer alívio ao câmbio no curto prazo.
E, falando em fluxo: desde o começo do ano, os estrangeiros já ingressaram com R$ 69,7 bilhões na bolsa brasileira — um volume que, por si só, explica o alívio no dólar. Os motivos para essa mudança de percepção dos gringos em relação ao mercado local podem ser lidos aqui.
Para acompanhar todo o racional de João Piccioni, analista da Empiricus, em relação ao dólar, os juros americanos e a economia global em meio à guerra, basta dar play no vídeo abaixo — ele já está programado no trecho em que ele começa a falar sobre o tema:
O Seleção Empiricus vai ao ar às terças-feiras, às 19h, no YouTube e no LinkedIn. Victor Aguiar, repórter do SD, e João Piccioni, analista da Empiricus, apresentam o programa e recebem convidados para discutir os principais acontecimentos da agenda econômica e seus desdobramentos para os investimentos.
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