A mineração de bitcoin (BTC) foi a primeira atividade do mercado de criptomoedas que impactou o dia a dia das pessoas. Além do consumo de energia, as máquinas usadas nessa atividade precisam ser ultrapotentes, assim como os computadores usados em jogos.
Pensando nisso, a Intel (INTC), empresa listada na Nasdaq e que possui recibos de ações (BDR) com o ticker ITLC34, pretende lançar uma nova linha de chips focada em mineração de criptomoedas.
O novo chip será apresentado na International Solid-State Circuits Conference (ISSCC), em fevereiro, mas existe grande expectativa já no card de introdução da nova tecnologia.
A apresentação é intitulada “Bonanza Mine: Um ASIC [aparelho de mineração] de Bitcoin com eficiência energética de ultra-baixa tensão”, e deve otimizar o uso de energia elétrica na mineração de criptomoedas.
O anúncio não fez preço nos papéis da Intel, que seguem a tendência negativa do Nasdaq. Por volta das 15h40, os papéis INTC recuavam 1,53% em Nova York, cotados a US$ 54,85, enquanto os BDRs ITLC34 registravam leve alta de 0,12%, aos R$ 51,03.
Nvidia X Intel
Quem já está de olho há algum tempo nesse segmento é a Nvidia, que vem crescendo avassaladoramente nos últimos anos e pode se tornar a próxima empresa de US$ 1 trilhão, um seleto grupo que inclui Apple, Microsoft e Amazon.
A empresa é conhecida por fabricar um tipo específico de componente, as graphic processing units (GPUs), as placas de vídeo poderosas para suportar os gráficos de jogos.
Entretanto, essas mesmas placas são usadas para a mineração de criptomoedas, que consomem um alto poder computacional. Essa briga entre mineradores e gamers chegou a gerar, inclusive, uma reação do CEO da Nvidia.
Mas a Nvidia deve agradecer aos games e à mineração: por causa deles, a empresa bateu recorde de receita no terceiro trimestre de 2021.
Escassez
Mesmo com a entrada da Intel no jogo, o futuro das máquinas de mineração de criptomoedas deve demorar para chegar.
O planeta vive um momento de crise na produção de chips, condutores e semicondutores, essenciais para a indústria. Essa escassez chegou a parar a produção de carros no Brasil e deve se estender enquanto durar a pandemia de covid-19.