O bitcoin (BTC) se juntou às bolsas globais na reação negativa ao plano do Federal Reserve (Fed) de acelerar o ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos na tentativa de conter a inflação.
A ata da reunião de março divulgada nesta quarta-feira (06) mostrou que o banco central norte-americano não só vai subir os juros em todas as suas reuniões de 2022, como já havia indicado, como essas elevações podem passar de 0,25 ponto percentual (pp) para 0,50 pp em alguns encontros.
E o Fed não parou por aí: a autoridade monetária também vai correr com a redução de seu balanço de ativos, que ficou inflado demais com as medidas adotadas para apoiar a economia durante o auge da crise provocada pela pandemia de covid-19.
Diferente das outras vezes, os investidores não ficaram contrariados com o enxugamento da liquidez promovida pelo Fed. Agora, a preocupação é que movimentos tão agressivos na direção do aperto monetário possam segurar o crescimento da economia dos EUA, provocando até mesmo uma recessão.
Sob esse cenário, os investidores optaram por ativos mais seguros como os títulos do Tesouro dos EUA e fugiram daqueles considerados mais arriscados como as ações e as criptomoedas.
Por volta de 20h20, o bitcoin operava com queda de 5,23%, cotado a US$ 43.448,33. Confira o variação das principais criptomoedas:
Nome | Preço | 24h % | 7d % |
---|---|---|---|
Bitcoin (BTC) | US$ 43.448,33 | -5,23% | -7,84% |
Ethereum (ETH) | US$ 3.192,16 | -7,26% | -5,87% |
Tether (USDT) | US$ 1,00 | -0,01% | -0,02% |
BNB (BNB) | US$ 424,01 | -5,47% | -4,33% |
USD Coin (USDC) | US$ 0,9998 | -0,03% | -0,06% |
Bitcoin em constante acúmulo
A newsletter semanal do Glassnode, que traz uma análise aprofundada do mercado, viu uma fuga de bitcoins das corretoras de criptomoedas (exchanges) para as carteiras. Do outro lado, o acúmulo de BTCs mostra uma consolidação de preços no médio prazo.
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O fluxo foi de cerca de 96 mil bitcoins por mês do período entre o final de 2021 e início de 2022. Quem lidera o novo acúmulo do mercado são os pequenos investidores, conhecidos como sardinhas — no mercado de criptomoedas, eles recebem o nome carinhoso de “camarões” (shrimps) por possuírem menos de 1 BTC.
E o que isso significa para o preço da maior criptomoeda do mundo
O acúmulo de BTCs é uma das métricas usadas para identificar o otimismo com o mercado. Assim sendo, o sentimento dos investidores é de que a maior criptomoeda do mundo está com tendência de alta (bullish, no jargão).
A correção de hoje se deve majoritariamente aos temores do Federal Reserve, o que já havia sido levantado como um dos temores do mercado como possível motivo de intensificação do “inverno cripto”.
Maiores definições devem aparecer a partir da publicação da ata da última reunião do Fed, marcada para às 16h desta quarta-feira. Até lá, o bitcoin e as demais criptomoedas devem sofrer com a tradicional volatilidade do mercado.
Papo Cripto #015
Além do texto de hoje, confira o nosso Papo Cripto com o advogado Rodrigo Caldas de Carvalho Borges, sócio no escritório Carvalho Borges Araujo. No episódio, ele comenta a evolução da regulação das criptomoedas e como isso afeta o investidor em todo mundo.
Confira: