Ucranianos estão recorrendo ao Bitcoin (BTC) para levantar fundos na tentativa de combater a invasão russa. As informações são de um relatório da Elliptic, empresa de análise de dados sobre o mercado cripto.
De acordo com o levantamento, mais de 4 mil doações foram feitas até agora. Um doador anônimo chegou a enviar US$ 3 milhões (R$ 15 milhões) em bitcoins para uma ONG. A doação média é de US$ 95 (quase R$ 500).
Ao longo da tarde de ontem, a conta oficial da Ucrânia no Twitter afirmou estar aceitando colaborações em bitcoin, ethereum e USDT e divulgou o endereço das carteiras para o recebimento do dinheiro.
O Ministério Digital ucraniano afirmou que o dinheiro servirá para ajudar as forças armadas da Ucrânia. No entanto, a instituição não deu detalhes sobre como o valor recebido será gasto.
Criptomoedas financiando guerras?
“As criptomoedas estão sendo cada vez mais usadas para financiar a guerra através de campanhas de crowdfunding, inclusive com a aprovação tácita dos governos”, afirma Tom Robinson, fundador da Elliptic, em entrevista para a CNBC.
Já à BBC, Robinson destaca que enquanto algumas empresas de crowdfunding e pagamentos se recusam a permitir que doações sejam feitas a grupos que apoiam os militares ucranianos, as criptomoedas surgiram como uma alternativa poderosa.
Em 2014, protestos populares derrubaram o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, que contava com o apoio de Vladimir Putin. Desde então, voluntários e organizações não governamentais se organizam para oferecer suporte à resistência da Ucrânia contra ameaças russas.
A princípio, os meios utilizados para arrecadar fundos eram mais tradicionais - como bancos e fintechs -, mas a descentralização das criptomoedas se tornou um chamariz para que essas operações passassem a acontecer na blockchain.
A ONG Comecbak Alive, uma organização não governamental ucraniana que presta apoio material às forças armadas ucranianas, aceita criptomoedas desde 2018. E a Cyber Alliance, um grupo de ativistas digitais engajado na defesa e em ações contraofensivas contra alvos russos, teria recebido US$ 100.000 em Bitcoin, Ethereum (ETH), Litecoin (LTC) e stablecoins para financiar suas atividades.