Entenda o estranho caso do setor em declínio que representa uma boa oportunidade de investimento
Assim como aconteceu com o tabaco, mesmo com todas as restrições, o vício da sociedade em petróleo sinaliza que o setor de óleo e gás deve manter a rentabilidade ainda por muitos anos

“Invista apenas em setores que estão crescendo e que têm ótimas perspectivas pela frente.”
Pergunte para o seu professor de MBA ou guru de investimentos favorito do YouTube e esse será provavelmente o primeiro grande conselho que vai receber antes de buscar uma boa empresa para investir.
Mas será que isso é verdade?
Será que setores em crescimento (que normalmente atraem grande concorrência também) são suficientes para fazer uma companhia vencedora? O setor de streaming não para de crescer e isso não impediu a Netflix de cair mais de 30% na última quarta-feira, depois de divulgar seus resultados.
Por outro lado, será que empresas de setores em declínio estão fadadas ao fracasso?
- LEIA TAMBÉM: Chance única de ficar rico com pouco dinheiro. Criptomoeda subiu 225% em um mês e ainda pode se multiplicar por 10
Um setor em declínio
O gráfico abaixo mostra o consumo por adulto de um determinado produto ao longo das últimas décadas.
Leia Também
O que você acha? Parece uma boa ideia investir nesse setor claramente em declínio?
À primeira vista, não faz o menor sentido colocar grana em uma empresa que fabrica um tipo de produto cujo consumo só cai desde os anos 70.
Mas olha só a valorização percentual desde 1998 da British American Tobacco (NYSE: BTI), uma das maiores empresas do setor.
Se você ainda não descobriu, o tal produto sobre o qual estamos falando é o cigarro, e aquele primeiro gráfico (da International Smoking Statistics) mostrava o número de cigarros vendidos por adulto naqueles países.
Mesmo com a queda de usuários, o aumento de políticas públicas desencorajando o consumo e o corte de anúncios em programas de TV e de patrocínios esportivos, as ações da British American Tobacco subiram mais de 3.000% em pouco mais de 20 anos.
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal; basta clicar aqui.
Como isso é possível?
Na verdade, todas essas restrições e perspectivas de piora de consumo tornaram o setor muito pouco atraente para novos entrantes, e isso também reduz amplamente a concorrência para quem já está dentro da indústria, especialmente para aqueles players com marcas fortes e já bem estabelecidas.
A falta de concorrência combinada com o vício dos usuários torna essa uma indústria praticamente imbatível quando o assunto é reajuste de preços, o que podemos verificar no gráfico de margem bruta, abaixo:
Apenas como curiosidade, um maço de Marlboro, que custava R$ 1,60 em 1997, hoje é dificilmente encontrado por menos de R$ 10.
Essa capacidade de subir preços tem mais do que compensado a queda de usuários, resultando em ganhos estonteantes para os acionistas.
Antes que você ache que estamos sendo politicamente incorretos e recomendando a compra de ações das malvadas companhias tabagistas, não se preocupe. Quer dizer, você pode investir se quiser. Mas não é esse o objetivo do Sextou de hoje.
O ponto é que enxergamos algumas similaridades interessantes entre o que aconteceu com a indústria de tabaco no passado e o que está acontecendo atualmente no setor de óleo e gás.
O começo do fim (e dos enormes lucros) com petróleo?
Nos últimos dois anos, principalmente, temos visto uma série de políticas ambientais recriminando o uso do petróleo.
Metas de redução de consumo já estão sendo estabelecidas em vários lugares. Alguns países já estão até proibindo a exploração de novos campos de petróleo.
Tantas restrições indicam um ambiente de queda de produção pela frente e um setor bem menos atrativo para novas entrantes.
Por outro lado, a demanda por energia não vai parar de crescer. Nós somos tão viciados em energia quanto os fumantes são em cigarros — com gasolina em R$ 3 ou em R$ 6, ainda precisamos dela para chegar ao trabalho.
E essa dependência vai só aumentar daqui para a frente.
Ou seja, o cenário que está se desenhando diante de nós é de uma redução na oferta de petróleo combinada com uma necessidade crescente por energia.
É claro que parte dessa necessidade será suprida com fontes alternativas (veículos elétricos, geração eólica e solar, etc.).
Mas mesmo no cenário “Emissão zero até 2050” projetado pela Agência Internacional de Energia (IEA), ainda serão necessários 24 milhões de barris de petróleo por ano. Seja por falta de tecnologia, de dinheiro ou uma mera resistência à transformação, ainda teremos um punhado de “viciados” sedentos por mais um barril em 2050.
Mas nem precisamos ir tão longe para perceber os indícios de um eventual desequilíbrio provocado pelas restrições da oferta. Os sinais que temos visto até agora (e o petróleo na casa dos US$ 100 é o mais importante deles) são de que as fontes alternativas ainda não estão em condições de suprir a demanda crescente por energia.
Tudo isso pode acabar culminando em um cenário similar ao que vimos na indústria tabagista.
Um setor inquestionavelmente em declínio, mas com uma combinação de demanda resiliente por algumas décadas somada à queda na concorrência que pode culminar em um ambiente propício para preços e margens.
Setor de petróleo ainda tem muita lenha para queimar
Não é por esses motivos que gostamos da Petrobras (PETR4). Gostamos da estatal porque ela está muito barata, gerando caixa e cada vez mais rentável à medida que aumenta a sua produção no pré-sal.
Mas se esse cenário realmente se concretizar, será um ótimo vento a favor para os resultados da companhia.
Agora, se você deseja investir em uma petroleira que, além de fora do radar, ainda está livre das nocivas interferências políticas que costumam atrapalhar a Petrobras, então a série Microcap Alert tem o ativo ideal para você.
Se quiser conferir essa e todas as outras oportunidades da série, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Warren Buffett está autorizado a comprar até metade da Occidental Petroleum; entenda o que o bilionário vê na petroleira
Berkshire Hathaway, o conglomerado de Warren Buffet, já possui mais de 20% das ações da Ocidental Petroleum; analistas especulam que ele estaria atrás do controle da empresa
Medinho de recessão? Warren Buffett ignora temor global e aumenta apostas da Berkshire Hathaway em empresas dos EUA
Apesar de ter desacelerado o ritmo de compras de ações no segundo trimestre, o Oráculo de Omaha investiu US$ 6,2 bilhões em companhias norte-americanas entre abril e junho de 2022
China derruba preços do petróleo internacional e pode ajudar na redução da gasolina no Brasil; entenda
Desde as máximas em março deste ano, o barril de petróleo Brent já recuou cerca de 26% com a perspectiva de desaceleração — e, possivelmente, recessão — global
E aí, Petrobras (PETR4)? Petróleo cai no exterior, mas preço dos combustíveis no Brasil não acompanha; entenda
Segundo a Abicom, o preço do diesel está 14% acima do praticado no mercado internacional, enquanto o da gasolina está 8%
O ciclo continua: Opep+ confirma aumento da oferta de petróleo em 100 mil barris por dia em setembro
A previsão era encerrar o ciclo de altas na oferta no próximo mês; o acréscimo de barris de petróleo, portanto, será menor em comparação aos meses de julho e agosto
Estudo inédito: um único setor da economia gerou lucro de mais de R$ 15 bilhões por dia, livre de impostos, nos últimos 50 anos; saiba qual é
Lucro diário com a extração de petróleo e gás equivale a mais de R$ 15 bilhões, revela estudo publicado em primeira mão pelo The Guardian
Petrobras (PETR4) registra queda na produção do segundo trimestre — veja o que atrapalhou a estatal
Considerado uma “prévia” do balanço, o relatório mostra que a petroleira produziu 2,65 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed)
Pouso suave ou aterrissagem forçada? Saiba o que esperar do petróleo diante da desaceleração da economia global
Apesar de a história mostrar que o petróleo caiu em 5 das últimas 6 recessões, há espaço para que o declínio dos preços das ações de petróleo seja menor que o da commodity desta vez
Biden sai por uma porta, Putin entra pela outra: Arábia Saudita aproveita a pechincha e aumenta importação de petróleo russo; commodity opera em alta hoje
O presidente americano Joe Biden fez sua primeira visita ao Oriente Médio, na tentativa de baratear o preço do petróleo; mas sem sucesso no alinhamento às sanções à Rússia
Warren Buffett e as pechinchas: Berkshire Hathaway aproveita queda do petróleo para aumentar fatia na Occidental Petroleum
Holding do megainvestidor investiu mais US$ 250 milhões na petroleira nesta semana e atingiu participação de 19,2% na gigante de energia
Petróleo desaba 10% na semana e volta para patamares pré-invasão da Ucrânia; entenda o que aconteceu
Especialista lista três motivos que levaram a descompressão das cotações — e ainda avisa que movimento pode não durar muito
Por que o petróleo tomba mais de 10% e arrasta as ações da Petrobras (PETR4) e PRIO (PRIO3) hoje
A projeção pessimista vem em um momento em que as cotações estão sob pressão. Desde o início do ano, quando as tensões entre Rússia e Ucrânia se intensificaram, o preço do barril saltou mais de 40%
Preço da gasolina recua com corte de impostos federais, mas continua acima dos R$ 7 na média nacional
Combustíveis já começam a sentir o efeito das medidas implementadas pelo governo federal, a começar pelo corte do PIS/Cofins, mas queda nos preços ainda é modesta
Seguindo os planos: Opep+ vai produzir 648 mil barris a mais por dia em agosto
O grupo manteve a decisão de elevar a produção de petróleo entre julho e agosto; a Opep+ tem realizado sucessivos aumentos para conter a alta dos preços dos combustíveis no mercado internacional
Fugindo de Putin: a África pode ajudar a Europa a escapar da vingança da Rússia sobre o gás?
A Rússia fornece cerca de 40% do gás consumido na Europa, que estabeleceu um plano para bani-lo até o final do ano e agora precisa encontrar fontes alternativas de fornecimento — uma tarefa que não é simples
Aprovado! Bolsonaro sanciona teto do ICMS sobre combustíveis — mas Estados vão ficar sem benefícios e compensações
Presidente ainda aprovou a proposta de zerar os impostos federais sobre a gasolina e o etanol
Como Warren Buffett foi convencido a “pagar caro” e aumentar a aposta em ações de energia para US$ 8,5 bilhões
Apesar da disparada das ações do setor de petróleo, o bilionário investiu mais US$ 529 milhões em papéis da Occidental Petroleum, elevando a participação da Berkshire Hathaway na empresa para mais de 16%
Petróleo em queda: por que a recessão econômica e a tentativa de corte de impostos nos EUA derrubam o preço da commodity hoje?
O petróleo segue no centro das atenções dos mercados globais, com uma rodada de perdas intensas nesta quarta (22). E, desta vez, o risco de uma desaceleração econômica global — e a consequente queda na demanda pela commodity — pesam sobre o sentimento dos investidores. De acordo com a sinalização das gigantes do mercado, como […]
Putin gostou! Veja quais são os seis países que pagaram US$ 40 bilhões à Rússia por combustíveis em 3 meses
Dados da Bloomberg Economics mostram que as vendas combinadas de Moscou podem chegar a US$ 285 bilhões em 2022 — um ganho potencial de 20% em relação a 2021
PetroRecôncavo (RECV3) levanta mais de R$ 1 bilhão em oferta primária. Veja o que a petroleira pretende fazer com o dinheiro
Preço por ação carrega um desconto de 1,4% em relação ao fechamento do papel da PetroRecôncavo (RECV3) na sessão de ontem