Rodolfo Amstalden: Tentando alargar a concepção do agora
O calmante de Volpon talvez seja suficiente para mascarar o ataque de nervos de um governo de esquerda moderada, mas não atuará sobre os sintomas de uma esquerda radical, que remete à gestão econômica de Dilma Rousseff

"Quanto mais estreita a sua concepção do agora,
mais tênue você se torna".
(Thomas Pynchon)
O dicionário lista 7 definições possíveis para o adjetivo "tênue".
Entre as mais usadas, estão a (tênue/fina) teia de aranha ou o (tênue/fraco) fio de esperança.
Contudo, aquela definição que mais se encaixa à frase de Thomas Pynchon em "O Arco-Íris da Gravidade" é, para mim, a tênue faculdade das coisas e pessoas que não persistem; que se pretendem eternas, mas acabam se provando fugazes.
Na visão original desse grande romance moderno, a densidade pessoal é uma função diretamente proporcional de quanto tempo útil você carrega consigo.
Indivíduos que conseguem acumular porções generosas de passado (Delta T) — e, mais importante do que isso, que conseguem empregar esse acúmulo em favor das decisões presentes — terão as personalidades mais grossas, mais fortes e mais perenes.
Leia Também
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
- Leia também: Rodolfo Amstalden — Entre a hipérbole e o eufemismo
Uma visão mais quântica
Sem prejuízo dessa importante visão, gostaria de propor uma outra, menos newtoniana e mais quântica, que aborda a concepção estreita do agora não apenas a partir de um passado raso, mas também com base em um presente determinístico.
Presente determinístico é aquele que não admite nuances. Antes do início da Copa, nada poderia ser diferente de uma semifinal entre Brasil e Argentina, que levaria então à grande final entre Brasil e França.
Os torcedores — e, sobretudo, os investidores — que trabalham com uma concepção estrita e estreita do agora são os que mais sofrem, os que mais se sentem revoltados, injustiçados, pois a realidade os traiu, desviando-se da única versão sensata dos fatos.
São torcedores e investidores tênues — e que, portanto, desistem ao menor sinal de que o mundo não se curvou às suas expectativas perfeitamente razoáveis.
- ESTÁ GOSTANDO DESTE CONTEÚDO? Tenha acesso a ideias de investimento para sair do lugar comum, multiplicar e proteger o patrimônio
Lenha pra queimar
Conforme disse Tony Volpon, "o mercado tem que tomar um calmante e aceitar que é um governo de esquerda".
Essa aceitação se dá através de novos patamares de precificação, punindo os múltiplos e as expectativas de lucro.
Com 10% de queda para o Ibov no último mês, e quedas muito maiores para o IBOV cíclico, estamos justamente nesta fase, ainda com lenha para queimar.
No entanto, convém já ponderar: quais outras nuances nos aguardam em uma próxima fase?
O calmante de Volpon talvez seja suficiente para mascarar o ataque de nervos de um governo de esquerda moderada, mas não atuará sobre os sintomas de uma esquerda radical, que remete à gestão econômica de Dilma Rousseff.
Nesse último caso, o paciente será encaminhado à unidade de terapia intensiva, caso restem vagas disponíveis. Tomará picadas na veia tênue, em busca de um tênue fio de esperança.
Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas