Lula ou Bolsonaro? Como o resultado das urnas afeta o futuro da Petrobras (PETR3; PETR4)
Analisando todos os cenários e ponderando pelas probabilidades de eles acontecerem, ainda há valor a ser destravado em PETR4 no médio prazo

Se você é acionista da Petrobras (PETR3; PETR4), deve estar com muitas dúvidas sobre o que esperar das eleições.
Não poderia ser diferente, já que a expectativa do mercado é de uma agenda bem diferente com relação à companhia a depender do vencedor.
O que muda entre as duas gestões e o que podemos esperar para as ações?
- SEU SALÁRIO LÍQUIDO PODE MUDAR: Lula e Bolsonaro querem mexer no salário de brasileiros com mudança nos impostos – e isso pode impactar sua renda nos próximos meses. Entenda neste link o que eles querem fazer.
Um contexto histórico
Para entender os excelentes resultados da Petrobras, hoje precisamos voltar para 2016. No início daquele ano, quando Dilma Rousseff ainda era presidente do país, a Petrobras estava praticamente destruída. Anos de corrupção, políticas comerciais desastrosas (como o congelamento de preços) e investimentos em vários ativos que trouxeram enormes prejuízos.
Tudo isso quase levou a Petrobras à falência, com a petroleira atingindo um endividamento de meio trilhão de reais em meados da década passada.
As coisas começaram a mudar drasticamente no Governo Michel Temer. Nele, foi sancionada a Lei das Estatais, que além de outras coisas, punia severamente qualquer administrador de empresa estatal que agisse com interesses próprios ou políticos, e não pensando no bem da companhia.
Leia Também
Você está buscando no lugar errado: como encontrar as próximas 'pepitas de ouro' da bolsa
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
A Petrobras pôde restabelecer a política de paridade internacional e parou de ser obrigada a vender combustível abaixo do preço de custo.
Outra mudança radical foi o programa de venda de ativos pouco ou nada rentáveis e foco total naquilo que realmente trazia retorno para a companhia: o pré-sal.
O resultado de todas essas mudanças é notável. A Petrobras saiu de um endividamento insustentável para uma alavancagem de apenas 1 vez dívida líquida/Ebitda.
Saiu de um prejuízo exorbitante para um lucro de mais de R$ 100 bilhões.
E os dividendos pagos têm sido simplesmente absurdos. Só em 2022 a expectativa é de um dividend yield de mais de 30%.
A Petrobras em um novo governo Bolsonaro
Esse contexto histórico é importante porque é com base nele que o mercado tem olhado para os dois candidatos.
Na visão do mercado, um segundo governo Bolsonaro implicaria na continuidade do que tem sido feito nos últimos anos, desde a gestão Temer, quando foram implementadas medidas cruciais para a Petrobras ser o que é hoje, notadamente a política de paridade de preços e a Lei das Estatais.
Isso quer dizer que o foco continuaria em vender ativos ruins, investir em ativos rentáveis, manter a política comercial atual e distribuir toneladas de dividendos aos acionistas.
Considerando que a Chevron negocia por 10 vezes lucros, a Petrobras nesse cenário deveria valer, pelo menos, 5 vezes lucros, o dobro do que custa hoje. Um upside bastante relevante.
A Petrobras em um novo governo Lula
Por que a Petrobras hoje não negocia nem próximo de 5 vezes lucros? A resposta é: o medo do retorno do Lula.
Com o ex-presidente liderando as pesquisas, o grande receio do mercado é que um novo governo do PT retomaria a mesma péssima gestão da época do governo Dilma.
É claro que não temos como saber se é exatamente isso o que vai acontecer, mas, como dizem, cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça.
Se a política de paridade de preços for removida, de uma hora para outra a Petrobras terá de comprar gasolina por preços caros no mercado internacional e vender com enormes prejuízos no Brasil – a mesma receita desastrosa que quase levou a companhia à falência.
Além da interrupção do plano de venda de ativos ruins, a companhia ainda voltaria a queimar dinheiro em novas aquisições sem qualquer objetivo de retorno.
Nesse cenário, os resultados cairiam drasticamente, e pelos mesmos preços de hoje não estaríamos mais falando em 2,5 vezes lucros esperados para 2023. Estaríamos falando em um múltiplo mais próximo de 10, 15 vezes lucros para uma companhia estatal – nada barato.
Sai do muro, Ruy!
Eu sei que você quer que eu diga se a Petrobras vai cair ou subir na próxima segunda-feira após o segundo turno, mas eu não tenho essa resposta. Quem vai nos dar são as urnas e, mais tarde, a gestão do presidente eleito.
Pelos R$ 33 que negocia atualmente, PETR4 pode estar muito cara ou ridiculamente barata. Tudo depende da gestão que a companhia terá nos próximos quatro anos.
Assim como o mercado está enxergando hoje, um segundo mandato de Bolsonaro deveria levar PETR4 para uma forte valorização, enquanto a vitória de Lula traria um banho de sangue para os papéis. Isso ajuda a entender o que eu espero que aconteça com PETR4 na segunda-feira.
Um cenário alternativo
Mas é importante lembrar que existe um outro cenário que não está abordado acima, mas que eu acredito ter chances consideráveis de acontecer: um governo Lula que mantenha pelo menos parte dos pilares liberais construídos na Petrobras ao longo dos últimos seis anos.
Essa hipótese ganhou muita força após o primeiro turno, com a predominância de deputados de centro-direita eleitos para o Congresso, o que forçaria Lula a adotar medidas bem menos populistas do que aquelas do governo Dilma.
Neste caso, a Petrobras continuaria relativamente barata, e uma derrocada de PETR4 após uma eventual vitória do petista até abriria uma boa oportunidade de compra. Mas seria preciso muita paciência até que o mercado começasse a enxergar essa outra possibilidade.
Analisando todos os cenários e ponderando pelas probabilidades de eles acontecerem, eu entendo que ainda há valor a ser destravado em PETR4 no médio prazo. O que, já deve ter ficado claro, não quer dizer que as ações vão subir na próxima segunda-feira.
Por isso, independente dos resultados das urnas, PETR4 segue firme no portfólio da série Vacas Leiteiras.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
- SEU SALÁRIO LÍQUIDO PODE MUDAR: Lula e Bolsonaro querem mexer no salário de brasileiros com mudança nos impostos – e isso pode impactar sua renda nos próximos meses. Entenda neste link o que eles querem fazer.
Nada de gastança na Petrobras (PETR4): Presidente da estatal fala em enxugar custos diante da queda do preço internacional do petróleo
Em teleconferência de resultados, a CEO Magda Chambriard destacou comprometimento com a austeridade da companhia — mas capex não deve cair
Resultado da Petrobras (PETR4) não foi ótimo, mas também não foi terrível — o que fazer com as ações agora?
Ação segue como principal recomendação do BTG no setor, mas algumas linhas do balanço preocupam
Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA
Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido
O prejuízo ficou para trás: Petrobras (PETR4) tem lucro 48,6% maior no 1T25, investe 29% a menos do que no 4T24 e paga R$ 11,72 bilhões em dividendos
Entre janeiro e março, o lucro líquido da estatal subiu para R$ 35,209 bilhões em base anual; as projeções indicavam R$ 28,506 bilhões
Exportadoras carregam o Ibovespa: Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) sobem até 3% com acordo comercial entre EUA e China
Negociação entre EUA e China melhora as perspectivas de demanda por commodities no mundo e faz exportadoras terem um dia do alívio na bolsa
Trégua entre EUA e China acende o pavio das petroleiras e impulsiona ações de commodities
Depois de atingirem as menores cotações desde 2021, os contratos futuros do petróleo Brent sobem mais de 3% e levam as petroleiras junto
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana
Agenda econômica: Fim da temporada de balanços do 1T25 e divulgação de PIBs globais movimentam a semana
Além dos últimos resultados da temporada, que incluem os balanços de BTG Pactual, Petrobras, Banco do Brasil e Nubank, a agenda traz a ata do Copom e dados do PIB na Europa e no Japão
Todo mundo de olho na Petrobras (PETR4): capex pode ser o grande vilão do trimestre e comprometer dividendos bilionários
De acordo com analistas, a grande questão da estatal entre janeiro e março deste ano é o investimento — e como isso pode atingir as expectativas de alcançar um dividend yield acima de 10% no ano
A Petrobras (PETR4) não para: estatal anuncia novos poços na Bahia e retomada de fábricas de fertilizantes
A petroleira voltou a explorar na Bahia depois de seis anos e prevê a perfuração de 100 poço no estado em cinco anos
Petrobras (PETR4) anuncia descoberta de petróleo de excelente qualidade na Bacia de Santos
O achado faz parte do Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) e ainda terá mais dois poços perfurados, com realização de teste de formação
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Petrobras anuncia nova redução de 4,6% no preço do diesel nas refinarias
O reajuste segue outras duas reduções recentes, de 3,3% em 18 de abril e também de 4,6% em 1º de abril
Tombo da Azul (AZUL4) na bolsa, confusão nas ações da Minerva (BEEF3) e dividendo bilionário da Petrobras (PETR4) — veja o que foi notícia nesta semana
Em meio ao feriado mundial do Dia dos Trabalhadores, muita notícia importante esteve entre as mais lidas do Seu Dinheiro
Opep+ decide acelerar aumento na produção de petróleo pelo 2º mês seguido
A aceleração no aumento da produção ocorre num contexto de redução do preço da commodity e expectativa de queda da demanda global
Prio (PRIO3) pode se tornar quarta maior produtora de petróleo do Brasil após aquisição de campos
Entre as maiores produtoras de petróleo do Brasil atualmente estão, pela ordem, Petrobras (2,14 milhão bpd), Shell (358,6 mil bdp) e TotalEnergies (139,5 mil bpd)
Petrobras (PETR4): O que explica a queda das ações em 2025? Veja se dividendos estão em risco
As ações da Petrobras sofreram com a guerra tarifária e suas consequências para o petróleo. Analista explica o cenário.
Petrobras (PETR3) excluída: Santander retira petroleira da sua principal carteira recomendada de ações em maio; entenda por quê
Papel foi substituído por uma empresa mais sensível a juros, do setor imobiliário; saiba qual
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros