Mercado em 5 Minutos: Bolsas globais em compasso de recuperação — ao menos marginalmente
Com certa recuperação comedida da realidade internacional nesta manhã, notamos um possível acompanhamento brasileiro, paralelamente aos novos desdobramentos políticos domésticos

Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados asiáticos tentaram se recuperar nesta terça-feira, mas não em um movimento uníssono, uma vez que alguns investidores ainda estão preocupados com a recessão global, a inflação e o processo de aperto monetário, fatores que provocaram grande sentimento de aversão ao risco no pregão de ontem, por exemplo.
Alguns nomes relevantes, porém, como o mercado chinês, chamaram a atenção, com ativos em alta diante das expectativas de mais medidas de estímulo do governo.
Os mercados europeus e os futuros americanos também procuram se recuperar nesta manhã, ao menos por enquanto, o que poderia abrir espaço para otimismo internacional e euforia com as commodities — ontem, o barril de petróleo caiu bem, assim como tem feito nos últimos dias, buscando precificar uma recessão global.
Uma recuperação dos ativos e uma alta das commodities podem fazer bem para os ativos locais — em NY, sobem as ADRs brasileiras relevantes, como Petrobras e Vale.
A ver...
00:45 — Quem está certo?
Os ativos locais, que em algumas janelas de 2022 conseguiram se desvencilhar da realidade internacional, acabaram embalados ontem pelo pessimismo generalizado que tomou conta dos investidores globais.
Leia Também
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
Labubu x Vale (VALE3): quem sai de moda primeiro?
Nesta manhã, na qual se verifica certa recuperação comedida, também notamos um possível acompanhamento brasileiro, ao menos por enquanto, paralelamente aos novos desdobramentos políticos domésticos.
Na noite de segunda-feira (26), uma nova pesquisa do Ipec reforçou a chance de uma eventual vitória de Lula no primeiro turno.
O mercado tem ignorado as pesquisas e não deve ser diferente agora. Contudo, fica no ar uma dúvida real sobre a validade das pesquisas, que estão apresentando resultados bem distintos entre si.
Uma vitória no primeiro turno, feito só conquistado por FHC até hoje, poderia esquentar o clima local.
01:22 — Uma correção paradigmática
O índice Dow Jones Industrial Average entrou em “bear market” ontem, caindo mais de 20% em relação ao recorde registrado no início de janeiro.
Paralelamente, o S&P 500 caiu para seu nível mais baixo desde dezembro de 2020, enquanto o Nasdaq caiu mais de 6% em uma semana e acumula queda de 30% no ano.
Os três índices caíram por cinco dias consecutivos, flertando com uma recuperação modesta hoje.
A expectativa coletiva dos investidores para a volatilidade daqui para frente saltou, com o VIX, ou o índice do medo, subindo quase 8% para seu maior patamar desde junho (mais de 30 pontos).
Nos juros, os yields dos títulos americanos continuaram a subir. O rendimento de 2 anos já alcança 4,32% e o de 10 anos encosta nos 3,88%.
O processo, porém, não parou por aqui e pode flertar com mais correções no futuro, até mesmo porque a temporada de resultados do terceiro trimestre deverá marcar o início das revisões mais agressivas para as projeções dos lucros corporativos, o que também altera os valuations.
Na agenda, sobre a atividade americana, vale conferir o índice de confiança do consumidor para setembro e o relatório de bens duráveis de agosto.
02:27 — As preocupações continuam no Reino Unido
Como temos falado, os mercados financeiros já se mostraram bastante descontentes com o novo governo britânico em menos de um mês.
Até mesmo o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, alertou que a incerteza inspirada no Reino Unido flerta com uma recessão global, em grande parte por conta da fraqueza da libra esterlina (cai mais de 20% em 12 meses), que deveria mudar o nome para "peso britânico".
Apesar de esboçar uma certa recuperação depois da mínima recente em US$ 1,035, a situação ainda é preocupante, em especial por conta da turbulência política (troca de chefe de governo, falecimento do chefe de estado e apresentação de plano econômico duvidoso).
Notadamente, outras moedas fortes também estão apresentando desempenho ruim, como o euro e o iene, mas a que mais chamou a atenção foi a libra.
A questão da dívida britânica começa a preocupar, uma vez que os yields dos títulos de 2 anos do Reino Unido subiram mais de 1% em dois dias.
Ao mesmo tempo, os produtos hipotecários do Reino Unido estão sendo retirados em antecipação a taxas de juros mais altas (muitas hipotecas devem reajustar suas taxas dentro de dois anos, arriscando um custo de vida mais alto). A situação é delicada.
03:29 — A sensibilidade europeia
Não é só o Reino Unido que apresenta problemas, mas boa parte da Europa. Ontem, tivemos mais um dia de queda para o índice STOXX Europe 600, que alcançou seu valor mais baixo desde 2020 (no ano, a queda em dólares é de mais de 30%).
A guerra na Ucrânia, a crise energética, a inflação e o aperto monetário criam clima de medo.
Na tentativa de recuperação de hoje, ainda que modesta (pode mudar a depender do ritmo do dia), os investidores digerem alguns dados de crédito apresentados mais cedo, enquanto aguardam as falas de autoridades monetárias, inclusive Christine Lagarde, a presidente do BCE (comentários sobre câmbio podem ser interessantes).
04:02 — Atenção ao mercado imobiliário…
Não é apenas o mercado imobiliário chinês e britânico que está passando por dificuldades. Nos EUA, as rodas de debates já discutem uma recessão no mercado imobiliário americano.
Desde julho, já se verificam sinais de forte desaceleração, com o nível de casas existentes vendidas alcançando o patamar mais baixo desde 2015, enquanto as casas novas flertam com o pior ritmo em seis anos.
As taxas de hipoteca em rápido aumento são em grande parte as culpadas. Vale notar que taxas historicamente baixas em 2020 e 2021 ajudaram as vendas anuais a atingir níveis nunca vistos em mais de uma década.
Agora, após o aumento deste ano na taxa de hipoteca de 30 anos, os possíveis compradores que poderiam ter comprado uma casa com as taxas do ano passado recuaram.
Em outras palavras, a política monetária mais rígida do Federal Reserve e os custos de construção persistentemente elevados estão provocando uma recessão imobiliária nos EUA.
Dessa forma, os declínios na demanda devem persistir de maneira significativa por algum tempo. Considerando que a participação da habitação no PIB dos EUA foi de 16,6% no segundo trimestre, faz sentido o receio de desaceleração mais generalizada.
Hoje, o mercado digere os dados de vendas de casas novas para agosto, devendo trazer um aprofundamento deste quadro negativo.
Todos temem uma crise imobiliária nos EUA desde 2008, mas saibam que a situação atual, ainda que problemática, não é nem de longe tão ruim como foi no passado. Ainda assim, a recessão se aproxima.
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas
Rodolfo Amstalden: A parábola dos talentos financeiros é uma anomalia de volatilidade
As anomalias de volatilidade não são necessariamente comuns e nem eternas, pois o mercado é (quase) eficiente; mas existem em janelas temporais relevantes, e podem fazer você ganhar uma boa grana
Época de provas na bolsa: Ibovespa tenta renovar máximas em dia de Caged, ata do Fed e recuperação judicial da Azul
No noticiário corporativo, o BTG Pactual anunciou a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro; dinheiro será usado para capitalizar o Banco Master