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Ruídos da recessão: como a alta dos preços da energia na Europa acabou com a vantagem competitiva da zona do euro

Efeitos nocivos da recessão na Europa também devem afetar o Brasil, que fornece matérias-primas e compra maquinários industriais dos europeus

12 de julho de 2022
7:04 - atualizado às 13:29
Risco de recessão na Europa leva o euro para perto da paridade com o dólar. Imagem: Shutterstock

Não é novidade para ninguém que o mundo passa por um momento paradigmático. O aperto monetário em diversos países deverá provocar uma forte desaceleração econômica, podendo resultar, inclusive, em uma recessão.

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Notadamente, não deveremos ter uma crise do tamanho da verificada em 2008, mas ainda assim os desdobramentos sobre o crescimento podem ser relevantes e a posterior recuperação não será tão rápida quanto a retomada pós-pandêmica.

Neste contexto, a situação europeia tem chamado a atenção dos investidores, em especial agora com a parada para manutenção do principal gasoduto do continente, o Nord Stream 1, que leva gás russo para a Alemanha.

A importância do gás russo para a Europa

O evento é importante porque as preocupações energéticas na Europa estão ficando cada vez mais sombrias, com uma Rússia engajada em sua posição de prejudicar o bloco por causa de suas pesadas sanções e apoio à Ucrânia.

Ou seja, Vladimir Putin conseguiu transformar sua invasão na Ucrânia de constrangimento para impasse internacional. Hoje, o presidente russo continua encontrando novas maneiras de fazer a Europa pagar por se opor a ele — a recente ordem para fechar temporariamente um terminal de exportação de petróleo do Cazaquistão foi provavelmente mais uma manobra russa.

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Não custa lembrar que Moscou fornece à União Europeia cerca de 40% das importações de gás natural e, em países como a Alemanha, esse número chega a 60%. O gás natural é usado principalmente para aquecimento, alimentação e geração de energia para a indústria pesada.

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Recentemente, os mercados aumentaram os preços do contrato futuro do gás natural, de modo a refletir melhor a realidade de que a Rússia ainda pode apertar mais a sua oferta, podendo desaparecer completamente com ela no inverno.

Para ilustrar, já na semana passada, a Rússia reduziu a capacidade para a Alemanha via Nord Stream 1 em 40%, ao passo que o país tentava encher seu armazenamento antes do inverno. Agora, outra interrupção atingirá o importante oleoduto nos próximos 10 dias, com trabalhos de manutenção anual ocorrendo de 11 a 21 de julho.

Claro, existem outros grandes gasodutos de gás natural que vão da Rússia à Europa, mas os fluxos vêm diminuindo gradualmente devido a disputas sobre pagamentos de rublos e interferência das forças russas.

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Europa teme que manutenção de gasoduto dure mais que o planejado

Dessa forma, a Alemanha e outros países do bloco temem que os russos possam estender a paralisação devido à guerra na Ucrânia, ou até mesmo fechar as torneiras para sempre.

Com isso, o governo alemão já acionou seu plano de emergência de gás — no próximo nível, teríamos o governo racionando o consumo e assumindo o controle da rede de distribuição. Paralelamente, os alemães também abriram várias usinas a carvão para reforçar o fornecimento energético.

A Alemanha, porém, é apenas o exemplo mais dramático dessa mudança. Com déficits comerciais na França e em outros membros, a zona do euro como um todo está agora registrando déficits em sua conta corrente por conta dos preços de energia.

Lembre-se que uma interrupção total dos fluxos russos para a Europa seria equivalente a um choque de oferta de cerca de 40% no mercado de gás europeu. Nesse cenário, veríamos um aumento nos preços do gás como inevitável, aumentando gradualmente as contas de energia para as famílias.

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Alternativas em avaliação

Alternativas estão sendo estudadas, como a utilização da Noruega para suprimentos adicionais, ou a compra de gás por meio do Oleoduto Trans Adriático para a Itália e do Gasoduto Transanatólio via Turquia para as nações do sul.

Outras ideias incluem aumentar as importações de GNL ou aumentar a geração de energia a partir de energia nuclear, hidrelétrica, energia renovável ou carvão.

Se nada for feito, o Goldman Sachs estima que as contas aumentariam em algo próximo de 65% a partir deste evento, elevando o custo doméstico total de energia e gás para cerca de € 500 por mês, criando um problema significativo de acessibilidade — as contas de energia teriam aumentado quase 300% nesta base.

Fonte: Goldman Sachs

Como isso afeta o euro

Para todas essas economias, essa evaporação histórica da vantagem comercial removeu o que em muitos casos era tradicionalmente um importante suporte para suas taxas de câmbio; afinal, de alguma forma é necessário pagar pelos novos déficits.

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Se um país não consegue atrair investidores com rendimentos atraentes, principalmente porque os rendimentos dos EUA mantêm seu prêmio graças a um Federal Reserve mais agressivo, é a taxa de câmbio que provará o mecanismo de ajuste.

A narrativa justifica a queda do euro nas últimas semanas — em 12 meses, o euro cai mais de 15%, alcançando a paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos.

Fonte: Trading View

Em outras palavras, a maneira europeia de lidar com os déficits comerciais por conta do preço das commodities energéticas é ver o euro enfraquecer persistentemente.

Isso significa outro impulso inflacionário para as economias da Europa, o que, inversamente, seria uma ajuda para os formuladores de políticas dos EUA.

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Um dólar mais forte no mundo e uma recessão na Europa poderiam ter efeitos nocivos para a economia global, afetando inclusive o Brasil, muito sensível ao humor internacional.

Como somos fornecedores de matérias-primas para os europeus e consumidores de seus maquinários industriais, não há dúvidas que sofreremos em meio a uma crise europeia.

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