Rodolfo Amstalden: Entre o zero e o cem, ficamos com o ºF
Comparar múltiplos não leva a grandes insights, mas comparar escalas pode ditar a diferença entre sobreviver e morrer de frio num gélido bear market
"People calculate too much
and think too little."CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE— Charlie Munger
Podemos passar uma existência inteira calculando e comparando múltiplos, em debates pseudofilosóficos entre o barato e caro.
A maioria dos financistas estaria contente em dedicar sua vida a uma tarefa desse tipo, e muitos efetivamente o fazem.
Alguns conseguem até mesmo fingir-se doutos ao recomendar a compra de uma ação apenas porque a empresa subjacente negocia a — digamos — 5 vezes lucros.
Seria lindo se as grandes decisões da humanidade dependessem de comprar ativos a cinco vezes lucros, mas a realidade é um pouco mais complexa do que isso.
Múltiplos e escalas
That hurricane is right out there down the road, coming our way.
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Vamos dar um passo atrás então.
Antes de falar dos múltiplos, os grandes investidores preferem pensar na escala em que eles se situam; essas escalas têm mais a dizer sobre os números do que os próprios números.
Escalas de temperatura
Como inspiração, vejamos o que acontece com as escalas clássicas de medição de temperatura.
Na escala Fahrenheit, estamos vivos (ultra agasalhados, em volta da fogueira) em grau zero e vivos (de sunga) no grau cem.
Na escala Celsius, estamos vivos (bem agasalhados) em grau zero e mortos no grau cem.
Na escala Kelvin, estamos mortos-congelados tanto em grau zero quanto em grau cem.
A diferença das nuances
As reais nuances entre o zero e o cem podem ser dramaticamente diferentes, de acordo com a escala escolhida.
Existem escalas mais intuitivas para as quatro estações do Homo sapiens (Fahrenheit), para os preparativos de um chef de cozinha (Celsius) ou para um PhD em laboratório de físico-química (Kelvin).
Comparação de escalas
Por analogia, uma escala Preço/Lucro que vai de cinco a cinquenta pode tranquilamente dar conta de empresas baratas ou caras, do value de Benjamin Graham ao growth de Philip Fisher.
Contudo, o mesmo intervalo aplicado à escala de EV/Receitas transita estritamente entre o razoavelmente caro e o absurdamente caro.
O uso corriqueiro dos números leva a uma perigosa ignorância de suas respectivas escalas, cujas densidades destoam radicalmente.
Entre 1 vez e 5 vezes receitas, cabem centenas de combinações de Preço/Lucro.
Já entre 1 vez e 5 vezes lucros, não são permitidas tantas variações de EV/Receitas.
Comparar múltiplos não leva a grandes insights, mas comparar escalas pode ditar a diferença entre sobreviver e morrer de frio num gélido bear market.
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