A bolha de tecnologia já estourou – e abriu uma das melhores oportunidades de investimento dos últimos 20 anos
Ao contrário da bolha pontocom, as empresas de hoje têm centenas de milhões de dólares em receitas, milhares de clientes e, em muitos casos, uma enorme avenida de crescimento pela frente
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, que reestreia em um clima "de volta para o futuro". Depois de alguns meses de ausência, estou de volta ao Seu Dinheiro para escrever, todas as quintas-feiras, sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia.
Quando chamei o Vinicius Pinheiro (editor-chefe do Seu Dinheiro) para conversar, fui bastante claro: o que eu vejo hoje, olhando para o longo prazo, é uma das maiores oportunidades de se construir patrimônio com tecnologia nos últimos 20 anos.
Para tangibilizar o que estou dizendo, veja a tabela abaixo, que compila a performance da ação de algumas empresas de tecnologia bastante conhecidas do público, desde o seu ponto mais alto:

Nomes como PayPal, que processa mais de 20% de todos os pagamentos digitais dos EUA, caem mais de 60% das suas máximas.
Outras empresas como o famoso Zoom (sim, o Zoom que você usa todos os dias), caem mais de 70% das máximas.
Outros casos, ainda mais extremos, como a famosa corretora Robinhood (onde aconteceu a farra das "meme stocks"), caem mais de 80% das máximas.
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Isso já aconteceu antes.
Era uma vez, um novo milênio
Na virada do milênio tivemos a famosa bolha das empresas pontocom. Ela será um assunto recorrente neste espaço.
Em resumo (e bem resumido mesmo), você pode pensar a "bolha.com" como um frenesi de otimismo infinito em relação a qualquer empresa que estivesse associada à disseminação da internet.
O ápice da "bolha.com" foi o ano 2000. E os melhores exemplos podem ser encontrados (assim como neste 2022), no Super Bowl da época!
O Super Bowl é um dos maiores eventos esportivos do mundo. É a "final do futebol americano".
Como mais de 100 milhões de pessoas assistem ao evento, o espaço publicitário dos seus intervalos é extremamente caro e concorrido.
Em 1999, o intervalo do Super Bowl apresentou apenas 2 empresas de internet aos telespectadores.
No ano seguinte, no ápice da bolha, foram 17!
Um dos mais emblemáticos para mim, em retrospecto, é o caso do "OurBeginning.com", um site para listas de presentes de casamentos.
O "OurBeginning.com" gastou US$ 4 milhões num comercial de 30 segundos no Super Bowl.
Só um detalhe: no ano anterior, a empresa tinha feito apenas US$ 2 milhões em receitas.
Numa entrevista para a CNN, na época, o fundador da empresa disse estar muito animado, pois a "OurBeginning.com" tinha um modelo de negócios sólido que ele não via como poderia dar errado.
Em menos de 12 meses após o anúncio, a empresa estava oficialmente falida.
Aos mais curiosos, aqui o link para o comercial:
Os mesmos erros da bolha, mas…
Como mostrei para você na tabela anterior, muitas ações de empresas de tecnologia caem significativamente das suas máximas.
A pandemia trouxe uma onda de crescimento massiva para o setor e muitos investidores extrapolaram esse crescimento para o infinito.
Como um déja vu da virada do milênio, casos que caem mais de 60% das suas máximas estão "apenas" na média.
Comparações imperfeitas
É neste ponto que as comparações com 2000, na minha opinião, tornam-se imperfeitas.
Diferente da "OurBeginning.com", que não tinha nem um modelo de negócios sustentável, nem uma avenida de crescimento pela frente, as empresas que vejo hoje no segmento de tecnologia, são empresas com centenas de milhões de dólares em receitas, milhares de clientes e em muitos casos, ainda com uma enorme avenida de crescimento pela frente.
Peguemos o Zoom, apenas como um exemplo básico, que todos conhecem...
A empresa atende mais de 500 mil clientes com até 10 funcionários, somou mais de US$ 1 bilhão em receitas e US$ 350 milhões em geração de caixa, apenas no último trimestre.
Assim como o Zoom, há dezenas de outras empresas incríveis de tecnologia que, neste momento, são tratadas pelos investidores como similares à "OurBeginning.com".
Essas empresas estão nos setores que mais deverão crescer nos próximos anos: computação em nuvem, cibersegurança, veículos elétricos, games e muitos outros.
Meu objetivo, às quintas-feiras, será contar para você as histórias dessas empresas. Te apresentar a um universo imenso de oportunidades de investimentos que irão crescer substancialmente nos próximos anos.
Até semana que vem!
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