It’s value time: é hora de comprar empresas baratas e aproveitar oportunidades para construir posições vendidas?
Entenda como escolher certo as ações para investir bem em um cenário de juros altos, inflação elevada e dólar enfraquecido
A Bolsa brasileira teve um ótimo janeiro. No mês, o Ibovespa subiu 7%, maior alta desde dezembro de 2020.
O investidor afobado já pularia para a conclusão de que agora é a vez da nossa Bolsa e sairia comprando tudo a torto e a direito.
Se você entrar nos ativos errados, provavelmente perderá dinheiro, independentemente do momento macroeconômico.
A alta de janeiro tem algumas explicações.
Os porquês
A primeira é a enxurrada de capital estrangeiro: foram US$ 4,5 bilhões injetados na B3 no mês, um terço do que entrou no ano passado inteiro.
A segunda é um movimento de compras de oportunidade, dado que a Bolsa brasileira, já precificando a alta de juros aqui, ficou barata demais.
Leia Também
De Volta para o Futuro 2026: previsões, apostas e prováveis surpresas na economia, na bolsa e no dólar
Tony Volpon: Uma economia global de opostos
Um símbolo dessa segunda explicação foi a abertura da Dynamo para captação nos últimos dias, com esgotamento da capacidade reservada a cotistas atuais em menos de três minutos.
Antes dessa abertura, a última havia sido no final de março de 2020, um belo momento para comprar Bolsa brasileira.
Rumo a empresas de valor
Por outro lado, o fluxo estrangeiro enfraqueceu o dólar no mês, o que penalizou um pouco algumas exportadoras.
Ainda assim, a temática que observamos nos últimos seis meses, de saída das empresas de crescimento em direção às de valor, se manteve: as ações irracionalmente caras caíram mais que o Ibovespa; as baratas, subiram mais.
B3, cuja cotação havia sido duramente penalizada pela alta dos juros, subiu 32% no mês, a maior alta do índice. Bradesco, o banco mais barato dentre os grandes privados, subiu 19%.
A baixa mais intensa, por outro lado, foi Locaweb, que negociava a múltiplos (muito) ricos e viu sua cotação cair 22% no mês. Alpargatas, a mais cara do varejo de moda brasileiro, derreteu 21%.
Ainda assim, as empresas penalizadas no mês continuam caras. Locaweb negocia a mais de 5.000 vezes seu lucro projetado para os próximos 12 meses (sim, cinco mil). Alpargatas, a mais de 15 vezes o Ebitda estimado para este ano.
Trajetória dos juros
O prognóstico para a trajetória dos juros, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, tende a reforçar essa dinâmica nos próximos meses.
A inflação brasileira, cujos dados têm persistentemente indicado um estouro cada vez maior da meta de preços, não deve dar trégua para a Selic.
O nosso Banco Central, cujo principal objetivo é atingir a meta de inflação, é (corretamente) implacável no seu dever, o que significa que o ciclo de aperto monetário deve extrapolar 2022.
Isso significa mais altas da Selic a perder de vista.
- GUIA PARA BUSCAR DINHEIRO: baixe agora o guia gratuito com 51 investimentos promissores para 2022 e ganhe de brinde acesso vitalício à comunidade de investidores Seu Dinheiro
Juros nos EUA
Já o Fed (banco central americano), também vendo os preços subirem demais na sua economia, sinalizou que deve seguir o mesmo caminho.
A última reunião do Fomc (espécie de Copom americano) eliminou as últimas dúvidas que ainda haviam: os dirigentes da instituição disseram que os juros devem subir “em breve”, possivelmente já na próxima reunião.
Juro mais alto significa custo de oportunidade maior para o investidor, que tende a continuar cada vez mais seletivo com os nomes que escolhe para compor sua carteira.
Esse fluxo, então, perpetua a dinâmica de rotação: menos “growth” e mais “value”.
Oportunidades para o investidor
Essa conjuntura, embora trágica para determinadas ações, abre uma miríade de oportunidades para o investidor de Bolsa.
“It’s value time”, hora de comprar empresas baratas.
Também, há oportunidades interessantes para construir posições vendidas, mas escolhidas a dedo, uma estratégia que tem rendido seus frutos na Carteira Empiricus.
Essa última tática deve ser usada somente por aqueles que têm estômago para aguentar a volatilidade.
Seletividade é aliada
A seletividade, como sempre foi, continua sendo uma das melhores aliadas do investidor.
Compre o papel de valor errado e verá seu patrimônio ruir; venda a empresa merecidamente cara, idem.
A pesquisa com lupa é um dever inescapável do investidor, do contrário, qual seria a diferença entre investir em ações e gastar num cassino? Em ambos os casos, sua chance de perder dinheiro é altíssima.
Infelizmente, o dono do cassino está sempre contra você — e qualquer paralelo com o mercado não é mera coincidência. É preciso trabalho e diligência para fazer as boas jogadas.
Se tem uma mensagem que eu gostaria que você levasse com você hoje, é esta: “It’s value time, baby”. Aproveite as oportunidades.
Um abraço,
Larissa
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições
Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje
Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário