Depois de amargar em 2021 o pior ano da sua história, a Stone (STOC31) tem efetuado melhorias na governança interna. A novidade mais recente é a redução do poder de voto dos fundadores da companhia.
De acordo com a Stone, o co-fundador Eduardo Pontes, que decidiu deixar o conselho de administração da empresa em março, vai converter suas ações Classe B, que dão direito a 10 votos cada, em ações Classe A, que valem apenas um voto cada.
As ações Classe B de Pontes, atualmente, são detidas indiretamente por meio de holdings. Na conversão para Classe A, os papéis passarão a ser de propriedade direta de empresas da sua família.
A mudança fará com que Pontes e Andre Street, os dois fundadores da Stone, detenham, tanto individual quanto coletivamente, menos de 50% do poder de voto da companhia.
Vale ressaltar que essas mudanças ainda estão sujeitas à aprovação do Banco Central.
Stone focada em governança
As decisões comunicadas nesta quarta-feira (1) fazem parte de um conjunto de medidas para dar suporte à próxima etapa de crescimento da Stone.
A empresa tem feito esforços para melhorar a governança corporativa desde o IPO na Nasdaq. A porcentagem de conselheiros independentes, por exemplo, saiu de 40% para 90% atualmente.
As principais trocas foram feitas entre março e abril deste ano, quando o co-fundador Eduardo Pontes deixou o conselho junto com outros dois membros que estavam nos postos desde antes do IPO, Ali Mazanderani e Thomas A. Patterson.
Resultados do 1T22 saem amanhã (2)
A notícia da redução do poder de voto dos fundadores foi anunciada na véspera da divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2022. A Stone publica o balanço amanhã (2) após o fechamento do mercado e fará teleconferência com analistas em seguida, às 18h.
O desempenho ruim em 2021 provocou um mea culpa da gestão, que admitiu ter tomado decisões erradas que foram diretamente responsáveis pelos resultados.
Dentre elas, a estratégia de crescimento agressiva e a falha na execução de projetos. A abordagem comercial também foi criticada, com os executivos afirmando que a Stone retomou o oferecimento de crédito, mas não fez isso de forma satisfatória, demorando a reprecificar os seus produtos após a súbita elevação da taxa de juros vista no país.
No ano passado, a empresa de maquininhas registrou um lucro líquido ajustado de R$ 34 milhões no quatro trimestre, uma queda de mais de 90% com relação ao ano anterior. No acumulado de 2021, o lucro foi de R$ 203 milhões.
A receita cresceu 87%, a R$ 1,9 bilhão, mas as margens foram pressionadas pelo avanço da curva de juros e a demora da empresa para reprecificar os seus produtos – o que só foi feito em novembro. Além disso, ainda existem despesas financeiras e operacionais da operação com o Banco Inter.
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