Inflação americana surpreende mais uma vez e Ibovespa recua 5% na semana; dólar encosta nos R$ 5
A surpresa com os dados americanos piorou o que já vinha sendo uma semana difícil para o Ibovespa
Quem se preparou para uma semana de festa na bolsa levou um bom banho de água fria. A oferta de ações bem sucedida da Eletrobras (ELET3) e alguns números mais amenos da economia brasileira foram combustíveis insuficientes para uma semana positiva na B3.
Aliás, combustível foi um dos temas que deixaram os investidores com os cabelos em pé, já que a nova proposta do governo tem potencial para piorar a situação das contas públicas. Essa, no entanto, não foi a surpresa mais desagradável da semana.
Nesta manhã, a alta dos preços nos Estados Unidos atingiu a maior marca desde 1981, superando as projeções dos analistas tanto na comparação mensal como na anual.
Com a confirmação de que a inflação ainda está bem longe da meta de 2% do Federal Reserve, mais e mais economistas projetam que a rota traçada pelo BC americano precisará ser alterada – e isso pode ocorrer já na decisão de política monetária da próxima quarta-feira.
Com o pesadelo ganhando vida, as bolsas em Wall Street tiveram um dia tenebroso. O Nasdaq recuou 3,52%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones tiveram queda de 2,91% e 2,73%, respectivamente.
Apesar de movimentar mais de R$ 33 bilhões, o entusiasmo com a privatização da estatal de energia não se refletiu no humor dos investidores e nem no câmbio. Mesmo com grande entrada de dinheiro estrangeiro, o dólar à vista subiu 4,39% na semana. Hoje, a divisa encostou na casa dos R$ 5, mas terminou o dia com um avanço de 1,49%, a R$ 4,9886.
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Uma reação tímida do setor de commodities na segunda etapa do pregão garantiu uma queda menor para o Ibovespa. O principal índice da bolsa brasileira recuou 1,51%. A queda acumulada na semana foi de 5,06%, a 105.481 pontos.
Inflação persistente e salgada
Poucos dias antes da próxima reunião do Federal Reserve, a inflação americana voltou a ser um pesadelo para os investidores, com a maior taxa anual desde 1981.
A inflação dos Estados Unidos veio acima do esperado pelos analistas, que previam alta de 0,7%. O departamento de comércio dos EUA registrou avanço de 1,0% nos preços na passagem de maio para abril.Na comparação com os últimos 12 meses, o CPI dos EUA subiu 8,6%, também acima das projeções de 8,3%.
Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a leitura da inflação oficial de maio (IPCA). Segundo o IBGE, o índice avançou 0,47%, abaixo da mediana das projeções de 0,60%, colhidas pelo Broadcast.
Com isso, o indicador acumula alta de 11,73% em 12 meses, e 4,78% de alta em 2022.
Apesar das características do número ainda mostrarem uma elevação de preços muito disseminada – principalmente entre o setor de serviços e transporte –, os investidores atenuaram as apostas para a próxima decisão do Copom, que acontece na semana que vem.
A projeção para a Selic no longo prazo, no entanto, está em revisão pela maior parte das casas de análise. Os palpites se aproximam cada vez mais da casa dos 14%.
Sobe e desce do Ibovespa
Com uma semana marcada pela pressão inflacionária global e a aversão ao risco, poucas empresas conseguiram escapar da maré vermelha.
Na última quarta-feira (08), o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) deu uma vitória importante para as operadoras de saúde, com potencial de reduzir custos e a sinistralidade de diversas empresas da bolsa – como Hapvida (HAPV3), Qualicorp (QUAL3) e SulAmérica (SULA11).
Para o STJ, os planos de saúde não estão obrigados a pagarem por procedimentos que não se encontram no rol listado pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
Agora, o rol passa a ser taxativo. Anteriormente, a lista era considerada apenas exemplificativa. Na prática, isso significa que pacientes que entrarem na justiça buscando amparo dos planos de saúde para doenças e procedimentos não contemplados pelo documento devem ter suas solicitações negadas – principalmente pessoas com doenças raras.
A aprovação da medida deu fôlego extra para os papéis das operadoras de saúde nos últimos dias, principalmente para a Qualicorp (QUAL3). Confira as maiores altas da semana:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VARSEM |
| QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 12,20 | 4,01% |
| CMIN3 | CSN Mineração ON | R$ 5,22 | 1,36% |
| JBSS3 | JBS ON | R$ 34,78 | 0,14% |
Com a inflação em primeiro plano, as empresas de consumo e tecnologia tiveram uma semana para esquecer. A alta dos juros futuros pesou sobre os papéis, que acumularam fortes perdas.
Confira as maiores quedas da semana:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VARSEM |
| POSI3 | Positivo Tecnologia ON | R$ 6,89 | -20,25% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 2,90 | -19,22% |
| AMER3 | Americanas S.A | R$ 15,22 | -17,28% |
| AZUL4 | Azul PN | R$ 15,38 | -16,37% |
| CASH3 | Meliuz ON | R$ 1,53 | -15,00% |
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