Guedes lista prioridades ao Congresso e pede que o Orçamento seja agilizado
Ministro pretende abrir o diálogo com as lideranças e prepara uma lista das propostas em tramitação do Congresso

No dia seguinte das eleições do Congresso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve fazer hoje um gesto político aos novos presidentes da Câmara e do Senado para sinalizar o que é prioritário para o governo na agenda econômica em 2021.
Guedes pretende abrir o diálogo com as lideranças e prepara uma lista das propostas em tramitação do Congresso que, na avaliação da equipe econômica, são fundamentais para a retomada econômica em 2020.
O ministro está pronto para anunciar as prioridades, mas aguarda o timing da política para não cometer erros ocorridos no passado na articulação da pauta econômica com o Congresso. A confiança dele e da sua equipe é de que o governo, com a eleição, vai encontrar a sua base parlamentar para avançar nas votações.
Para isso, na visão dele, será preciso muita conversa e coordenação dos movimentos, sobretudo da demanda em relação à renovação do auxílio emergencial. O ministro já disse que, para conceder o auxílio, será preciso "ir para guerra" e acionar um protocolo de calamidade.
Fontes da área econômica apontam que a votação do Orçamento de 2021 é a prioridade número um de votação. Guedes e sua equipe consideram essencial acelerar a votação do Orçamento, que se seguir o rito normal pode demorar muito até final de março ou início de abril, quando o governo já começa a ter dificuldades para pagar salários de servidores, como mostrou reportagem do Estadão na semana passada.
A equipe econômica avalia que é preciso cuidado nesse momento para não ampliar a pressão por aumento de gastos. O relator do Orçamento e da PEC emergencial, Marcio Bittar (MDB-AC), já se antecipou e publicou nas redes sociais uma foto abraçado ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, informando que os dois tinham conversado para abrir espaço no Orçamento de 2021 para viabilizar o Programa Casa Verde Amarela, o substituto do Minha Casa Minha Vida, que beneficiará 1,6 milhão de pessoas. Marinho, segundo fontes, busca espaço nos investimentos por meio das emendas parlamentares.
Leia Também
Com poucas exceções, a agenda econômica ficou parada no segundo semestre de 2020, primeiro por causa das eleições municipais e depois em razão da disputa política pelas presidências da Câmara e Senado.
Segundo apurou o Estadão, a agenda prioritária não é muito diferente da lista que foi enviada pelo ministro Guedes no início da pandemia em ofício endereçado aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AC), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na época, foram listadas 19 propostas, algumas já aprovadas, como a Lei de Falências.
Votações
Além do Orçamento, a proposta é terminar as votações dos projetos que já estão no Congresso como a autonomia formal do Banco Central, reforma administrativa (que reestrutura o RH do Estado), a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) para substituir o PIS e Cofins, a lei do gás e novos marcos legais das concessões, ferrovias e navegação de cabotagem (entre portos).
Carteira
A equipe econômica também prepara um novo projeto para a criação da Carteira Verde Amarela, para aumentar a formalização do emprego, e outro de reformulação do Bolsa Família.
O alcance da PEC emergencial, com cortes em despesas obrigatórias, sobretudo com servidores, ainda está sendo calibrado e depende de negociações políticas com os novos presidentes e as lideranças que saírem vitoriosas dos pleitos.
A equipe de Guedes quer reforçar a PEC emergencial para integrar no texto os pontos das demais PECs já enviadas, para gerar confiança e ativar os investimentos que já estão contratados. Segundo uma fonte da equipe econômica, esse reforço na PEC emergencial poderá ter impacto imediato na taxa de câmbio e na manutenção dos juros básicos em patamar baixo.
Para Arnaldo Lima, diretor de Estratégias Públicas da MAG Seguros, que tabulou os pontos econômicos da fala dos candidatos, a PEC emergencial está em primeiro lugar na lista de prioridades do deputado Arthur Lira (PP-AL), que foi eleito presidente da Câmara.
"A PEC emergencial está sempre presente nos pronunciamentos. Ele não descarta a possibilidade de votação de todo o Plano Mais Brasil", diz o diretor em referência ao programa apresentado por Guedes que contém um conjunto de medidas estruturais, por meio de três PECs, apresentado para conter novas crises nas contas públicas da União, Estados e municípios.
Segundo Lima, em segundo lugar na lista de Lira está a reforma administrativa, por ser mais fácil do que a tributária. Lira já disse que vai colocar a votação ainda no primeiro semestre.
"Sobre o auxílio, Lira já disse que não vê a possibilidade de solução no curto prazo e discute alternativas para pessoas que estão fora do cadastro único", ressalta Lima, que foi assessor Especial e Diretor de Assuntos Fiscais e Sociais do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
Já no Senado, o novo presidente, Rodrigo Pacheco, defendeu a urgência das reformas tributárias e administrativa, mas "sem atropelo".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Com Estadão Conteúdo.
Agenda política: Minirreforma eleitoral e Desenrola são destaque da semana em Brasília
Com a semana mais curta devido ao feriado da Independência, o programa Desenrola deve ter prioridade na Câmara
Paulo Guedes vai virar ESG? Colunista revela destino do “superministro” de Jair Bolsonaro
Agora longe do centro do poder, Guedes será sócio de gestora que pretende investir em projetos na Amazônia, segundo o colunista Lauro Jardim
E agora, ‘Mercado’? Gestores divergem sobre tamanho da crise após cenas de terrorismo e destruição em Brasília — mas concordam que bolsa, juros e dólar devem ter dia difícil
De um lado, alguns especialistas acreditam em um acontecimento pontual, sem desdobramentos em uma crise institucional. Do outro, gestores apontam que o investidor estrangeiro pode ficar preocupado, e o xadrez político volta a se movimentar
O Brasil está quebrado? Ministério da Economia rompe o silêncio e nega acusações
Em nota divulgada nesta domingo (11) no site oficial da pasta, seis pontos foram rebatidos, mas deixaram de fora as acusações de que o governo deixou de priorizar áreas essenciais para o funcionamento de instituições e políticas sociais
Um encontro ‘excelente’: o que Haddad e Guedes conversaram hoje em Brasília
O ex-prefeito de São Paulo afirmou que, na reunião com o ministro da Economia de Guedes, tratou de um “plano geral de voo”
Autogolpe e impeachment no mesmo dia? Entenda o caos que se instalou no Peru e derrubou o presidente em menos de 24h
m apenas um ano e meio de poder, Castillo é alvo de três processos de cassação de mandato por corrupção. O presidente assumiu depois de mais de 40 dias da realização das eleições
Reforma tributária e do Imposto de Renda: tratativas do futuro governo Lula buscam unificar impostos e revisar proposta de Guedes; entenda
Durante a campanha de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin foi protagonista nas conversas com empresários
Lula com Chuchu: Como Geraldo Alckmin ressuscitou para a política em uma improvável aliança com um de seus maiores rivais
Ao mesmo tempo em que deu sustentação à guinada de Lula ao centro, Geraldo Alckmin também precisou atenuar suas posições
Plano Guedes vem aí? Veja o que o ministro da Economia falou sobre as propostas de um novo governo Bolsonaro
Ele afirmou que as alegações de que um novo governo não aumentaria o salário mínimo ou aumentaria o imposto sobre a classe média são fake news
Mordida do Leão? Na boca da eleição, Guedes nega fim da dedução de despesas com saúde e educação do IR
A cinco dias do segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto, ele também disse que não mudará as regras para corrigir o salário mínimo
A alface venceu! Hortaliça dura mais que Liz Truss no governo britânico
Jornal britânico The Daily Star lançou live na qual questionou: ‘irá Liz Truss durar mais do que um maço de alface?’; a resposta você já sabe, mas a história por trás da história merece um capítulo à parte
Nova rodada do Ipec sai hoje: veja o calendário de pesquisas de intenção de voto em Lula e Bolsonaro previstas para esta semana
A maioria das pesquisas de intenção de voto mostra Lula um pouco à frente de Bolsonaro; em pelo menos uma delas, a margem é tão estreita que configura empate técnico
Brasil deve indicar o ex-BC Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
Goldfajn atualmente é diretor do FMI e também foi economista-chefe do Itaú Unibanco e presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil
Liz Truss abre mão de parte de cortes de impostos e troca ministro das Finanças; a bolsa de Londres e a libra agradecem
Ex-chanceler Jeremy Hunt sucederá Kwasi Kwarteng enquanto Liz Truss entrega os anéis para não perder os dedos — mudanças acontecem no prazo final que o BC deu aos fundos para reorganizarem a casa
Bolsonaro promete manter Paulo Guedes no governo em eventual segundo mandato
Defesa de Paulo Guedes por Jair Bolsonaro foi feita durante entrevista gravada à TV Alterosa, de Minas Gerais
Qual o futuro de Paulo Guedes? Bolsonaro já tem planos para o atual ministro da Economia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) deu a entender que o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá papel num eventual segundo governo
Em tom de campanha, Bolsonaro ataca Lula e exalta economia em discurso na ONU
Discurso de Bolsonaro foi, em boa parte, voltado para o público interno, direcionado às eleições, com acenos também para a comunidade internacional
E agora, Campos Neto? Guedes diz que BC errou por não perceber mudança no eixo da economia
Apesar das críticas, o ministro elogiou o presidente do BC e disse que os apontamentos são feitos para a diretoria como um todo
Voto útil impulsiona Lula, Bolsonaro estaciona, mas decisão em primeiro turno ainda é incerta, segundo BTG/FSB
Lula chega a 47% dos votos válidos em primeiro turno; no extremo da margem de erro, ele bateria na trave de uma vitória sem a necessidade de um tira-teima com Bolsonaro
Guedes se alinha a Bolsonaro e sobe tom da campanha — veja as indiretas que o ministro mandou para Lula
Falando para uma plateia de empresários cariocas, ele se comprometeu com o Auxílio Brasil de R$ 600, reivindicou a autoria do Pix e considerou equivocadas as projeções de analistas para a inflação