O ano mal começou, mas já trouxe notícias quentes na parte de fusões e aquisições, com Hapvida (HAPV3) e Notre Dame Intermédica (GNDI3) negociando uma fusão, com combinação das bases acionárias.
Segundo o comunicado das empresas, caso o negócio seja aprovado, os acionistas da Hapvida vão deter 53,1% da empresa que será fruto da união, e os da Intermédica, 46,9%.
A notícia foi muito bem recebida pelo mercado, com as ações da Hapvida fechando a sexta-feira (8) com alta de 17,67% e a Intermédica com expansão de 26,59%.
A reação é compreensível, uma vez que um acordo entre ambas, se concretizado, resultará na criação da maior operadora de saúde em número de beneficiários, com um portfólio complementar em termos geográficos, de acordo com o Bradesco BBI.
Os analistas Fred Mendes, Gustavo Tiseo e Lucca Brendim avaliam que a combinação resultará em uma empresa com participação de mercado de 20% em termos de beneficiários e 10% da receita do setor.
“Vemos um acordo como positivo para as duas empresas”, diz trecho do relatório, enviado na sexta-feira. “A empresa potencialmente unificada teria um portfólio de beneficiários complementar, com a Hapvida tendo mais de 60% dos beneficiários no Norte e Nordeste, enquanto a Intermédica tem praticamente toda a sua base nas regiões Sul e Sudeste do País.”
E não é só isso...
Os analistas do Bradesco BBI citaram ainda três pontos positivos em termos de sinergias que um acordo poderá trazer:
- diluição das despesas administrativas, melhorando a alavancagem operacional;
- a possibilidade de criação de um plano de saúde de âmbito nacional, um aspecto positivo para empresas que buscam planos de saúde aos seus funcionários, e;
- oferta de produtos diversificada, com a Hapvida oferecendo soluções mais verticalizadas e mais baratas, aspectos positivos para planos individuais, e a Notre Dame Intermédica apresentando produtos mais flexíveis, ideias para todo o tipo de empresa.
Em relação a valuation (valor de um ativo), eles acreditam que o múltiplo P/L – a relação entre o preço das ações e o lucro da empresa, que demonstra quanto os investidores estão dispostos a pagar pelo lucro potencial – deve variar entre 40 vezes e 45 vezes, embora ressaltem que ainda faltam informações para determinar precisamente o valor.
Nem mesmo a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) parece preocupar os analistas. Para eles, o organismo antitruste deve exigir apenas algumas ações em regiões em que ambas têm uma presença forte.