Para economista-chefe do Santander Brasil, flexibilização do teto de gastos já é uma realidade
É preciso entender a dinâmica do momento para não entrar em escaladas “otimistas” ou “pessimistas”, diz Ana Paula Vescovi
Em meio a choques e à normalização econômica, a economia brasileira está muito "mexida" e é preciso entender a dinâmica do momento para não entrar em escaladas "otimistas" ou "pessimistas", afirma a economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi.
Ex-secretária do Tesouro Nacional, ela cita que há otimismo exacerbado em algumas avaliações sobre a melhora fiscal. Em sua avaliação, três quartos da melhora fiscal vêm da inflação (PIB nominal de 18% em 2021) e uma nova flexibilização do teto já é uma realidade, com o imbróglio dos precatórios e alguma ampliação do Bolsa Família.
Para a dívida, só espera o pico em 2028, em 92% do PIB. Na quinta-feira, o Santander Brasil diminuiu sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de 2,0% para 1,7%, devido à expectativa de um aperto monetário mais forte - taxa Selic a 8,5% - e risco de piora de condições financeiras.
Vescovi, porém, aponta um certo pessimismo na onda de revisões, após previsões de crescimento abaixo de 1% nos últimos dias. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:
O relatório de revisão de cenário é intitulado custo social da ilusão monetária? Qual seria esse custo?
É um cenário muito ambíguo. Por um lado, há revisões para cima de inflação, que chegaram a tal ponto que reavivaram a inércia inflacionária (processo em que inflação atual se reflete na futura).
Leia Também
Por outro lado, a inflação melhora dados fiscais de curto prazo, seja por indicadores de receita ou de dívida/PIB, devido ao aumento de PIB nominal. Isso demanda mais esforço para entender o momento. A inflação continua como preocupação central.
A gente entende que é fruto de um conjunto de choques. Por outro lado, vemos a revisão de PIB para o ano que vem, devido ao necessário aperto monetário.
Precisamos entender melhor a dinâmica do momento, para não entrar em escalada muito otimista, como da melhora de dados fiscais, nem em uma escalada muito pessimista, como com as revisões do PIB do ano que vem.
Nos últimos dias, vimos revisões bastante significativas para o PIB de 2022. Com a previsão de taxa Selic em 8,5%, incertezas fiscais e tensões políticas no cenário, o que sustenta um cenário próximo de 2% do Santander?
Fizemos uma revisão de 2% para 1,7%. A gente percebe que a política monetária vai ter de ser ainda mais restritiva para trazer a inflação para meta em 2023 (de alta de 3,25%). Mas não podemos deixar de perceber que a abertura da economia é uma realidade.
Vemos a mobilidade praticamente normal no Brasil. Ainda há espaço de recuperação até o fim do ano dos serviços muito afetados pela pandemia, principalmente os ligados às famílias, o que traz um carrego estatístico para o ano que vem.
Como recebeu a declaração do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que farão tudo para convergência, mas não necessariamente vão reagir à frequência de alta da inflação?
Os mercados estavam realmente em um processo de nervosismo muito grande. A curva de juros estava incorporando, nos horizontes mais longos, aumentos muito grandes. Foi uma tentativa de modular o nervosismo do mercado, que reagiu imediatamente. Pode ser acertada, a depender da comunicação do BC nas próximas reuniões.
Um fator de fora do controle do BC é o fiscal. Uma nova flexibilização do teto já é uma realidade?
A nova flexibilização do teto já é uma realidade. Seja a solução que vier para os precatórios, me parece que vai ter custos. Parcelar traz a percepção de não cumprimento de compromissos. Retirar do teto significa fazer nova modificação do teto. Acabamos de mexer nisso.
Agora, falam em uma nova surpresa, quando a questão do Fundef (programa educacional dos anos 1990 para universalizar o acesso à escola e substituído pelo Fundeb) está sendo discutida desde 2018.
Qual será a solução a gente não sabe, dado que há expectativa de novo programa social, que é despesa permanente, em contexto social mais frágil no pós-pandemia. Aguardamos a decisão entre Poderes para entender como vai ser costurada a solução.
O secretário Adolfo Sachsida refutou argumentos de piora fiscal e aumento de juros na piora do mercado para 2022. Não há certo "negacionismo" da deterioração do cenário para 2022?
Eu acho que o aumento de juros é relevante. Está indo de 2% para 8,5%. Pesa no custo financeiro das famílias e das empresas. Taxas mais longas de juros em 11% afetam o custo de investimento.
Isso está afetando a economia. Tem uma piora de condições financeiras, que está associada a muitos fatores, como os choques múltiplos, muitos incentivos por causa da pandemia. E tem sim uma questão de expectativas. Estamos entrando em um processo de normalização econômica com muita incerteza.
A incerteza está aumentando, é crescente, é predominante. Precisamos assistir uma solução do Orçamento de 2022. Quanto antes vier e mais organizado vier, melhor.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
VÍDEO: ETF vale a pena? Por que os BANCOS estão oferecendo ETFs quase de GRAÇA
Mais dinheiro e menos trabalho: as ilusões do empreendedorismo no Brasil
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Golpistas surfam no caos do Banco Master; confira passo a passo para não cair nas armadilhas
Investidores do Banco Master agora têm direito ao FGC; saiba como evitar golpes e proteger o bolso
Black Friday: Apple chega a 70% OFF, Samsung bate 60%; quem entrega os melhores descontos?
A Apple entra com 70% OFF, pagamento dividido e entrega rápida; a Samsung equilibra o duelo com 60% OFF, mais categorias e descontos progressivos
Do Rio de Janeiro ao Amapá, ninguém escapou do Banco Master: fundos de pensão se veem com prejuízo de R$ 1,86 bilhão, sem garantia do FGC
Decisão do Banco Central afeta 18 fundos de previdência de estados e municípios; aplicações feitas não têm cobertura do FGC
Lotofácil vacila e Dia de Sorte faz o único milionário da noite; Mega-Sena encalha e volta só no sábado
Lotofácil acumula pelo terceira vez nos últimos cinco concursos e vai para último sorteio antes de pausa para o feriado com R$ 5 milhões em jogo
A B3 também vai ‘feriadar’? Confira o que abre e o que fecha no Dia da Consciência Negra
Bolsa, bancos, Correios, rodízio em São Paulo… desvendamos o que funciona e o que não funciona no dia 20
Caixa paga Bolsa Família nesta quarta (19) para NIS final 4; veja quem recebe
A ordem de pagamento do benefício para famílias de baixa renda é definida pelo último número do NIS
CDBs do Will Bank e do Banco Master de Investimento também serão pagos pelo FGC?
Ambas são subsidiárias do Banco Master S.A., porém somente o braço de investimentos também foi liquidado. Will Bank segue operando
Qual o tamanho da conta do Banco Master que o FGC terá que pagar
Fundo Garantidor de Créditos pode se deparar com o maior ressarcimento da sua história ao ter que restituir os investidores dos CDBs do Banco Master
Liquidação do Banco Master é ‘presente de grego’ nos 30 anos do FGC; veja o histórico do fundo garantidor
Diante da liquidação extrajudicial do Banco Master, FGC fará sua 41ª intervenção em três décadas de existência
Investiu em CDBs do Banco Master? Veja o passo a passo para ser ressarcido pelo FGC
Com a liquidação do Banco Master decretada pelo Banco Central, veja como receber o ressarcimento pelo FGC
Debate sobre renovação da CNH de idosos pode baratear habilitação; veja o que muda
Projetos no Congresso podem mudar regras da renovação da CNH para idosos, reduzir taxas e ampliar prazos para motoristas acima de 60 anos
Loterias turbinadas: Bolas divididas na Lotofácil e na Lotomania acabam em 10 novos milionários
Prêmio principal da Lotofácil será dividido entre 14 apostadores, mas só 7 ficaram milionários; Lotomania teve 3 ganhadores, que ainda se deram ao luxo de deixar dinheiro na mesa
Banco Master recebe nova proposta de compra, desta vez de consórcio integrado por investidores dos Emirados Árabes Unidos
Transação está sujeita à aprovação do Banco Central e do Cade e envolveria a compra da totalidade das ações do fundador do Master, Daniel Vorcaro
Disparada do Ibovespa não é mérito do Brasil, mas tropeção dos EUA, diz Mansueto Almeida, do BTG
Economista-chefe do BTG acredita que o Brasil continua empacado com os mesmos problemas e potencial verdadeiro do Ibovespa só será destravado após melhora fiscal
Ibovespa sem freio: Morgan Stanley projeta índice aos 200 mil pontos no fim de 2026, mas há riscos no radar
Apesar da avaliação positiva, o Morgan Stanley vê o aumento das preocupações com o cenário fiscal no país como maior risco para o desempenho do Ibovespa
Black Friday da Samsung: celulares, TVs e eletrodomésticos com até 55% de desconto; veja os destaques
Ar-condicionado, TV, robô aspirador e celulares Galaxy entram na Black Friday da Samsung com descontos e condições especiais de pagamento
Quanto Pelé valeria hoje? A projeção do ChatGPT que supera Mbappé, Haaland e Neymar no mercado global
Simulação mostra o óbvio: o Rei do Futebol teria o maior valor de mercado da história — e poderia quebrar todos os tetos de transferência do futebol moderno.
Lotofácil ‘final zero’ promete R$ 12 milhões em premiações hoje
Além do concurso com ‘final zero’, a Lotofácil acumulou na última rodada. Enquanto isso, de todos as loterias com sorteios programados para a noite de hoje (17), somente uma promete prêmio inferior a R$ 1 milhão.
Feriado no Brasil, mas sem descanso para o mercado: Payroll, ata do Fomc, IBC-Br e balanço da Nvidia estão na agenda econômica
O calendário dos próximos dias ainda conta com discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE)