Os preços dos imóveis residenciais anunciados para venda pelo Brasil até tiveram alta em 2020, mas a valorização não foi suficiente para superar a inflação oficial projetada.
O Índice FipeZap fechou 2020 com alta de 3,67%, ante um IPCA projetado pelo mercado de 4,38%. Ou seja, houve queda real de preços de 0,71%. Se a comparação for feita pelo IGP-M, a diferença é brutal, já que o indicador calculado pela FGV fechou 2020 em 23,14%.
O Índice FipeZap acompanha o comportamento do preço médio dos imóveis prontos, anunciados para venda na internet, em 50 cidades em todas as regiões do país.
Sendo assim, o indicador leva em conta os preços dos anúncios, que não necessariamente correspondem aos preços de fechamento dos negócios, mas ainda dá uma boa ideia do comportamento dos preços dos imóveis prontos no Brasil.

Entre as 16 capitais acompanhadas, Recife foi a única onde o preço médio de venda residencial apresentou queda nominal no ano, de 0,38%. Todas as demais apresentaram alta em 2020, sendo que, em nove delas, a variação de preços superou o IPCA projetado.
No Rio de Janeiro, a alta foi de apenas 1,60%, enquanto em São Paulo, foi de 3,79%, em ambos os casos abaixo da inflação. As duas capitais são as que têm maior peso no cálculo do FipeZap, tratando-se dos dois principais mercados imobiliários do país.
O Rio continua como a capital de maior preço médio anunciado do metro quadrado no país, no valor de R$ 9.437, seguido de São Paulo, cujo valor é de R$ 9.329.
Tendência de recuperação
Apesar do desempenho mais fraco perante a inflação, a variação dos preços dos imóveis anunciados pelo Brasil mostrou certa recuperação em 2020. Após altas acima de 20% de 2009 a 2011 e um período de desaceleração de 2013 a 2015, os preços permaneceram perto da estabilidade de 2016 a 2019, inclusive com variações negativas em alguns anos.
