Lideranças se unem contra veto de Bolsonaro ao Orçamento
A decisão do STF de obrigar o Senado a instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 aumentou a pressão sobre o presidente

A sinalização dada pelo presidente Jair Bolsonaro a empresários em jantar, em São Paulo, de que faria vetos ao Orçamento de 2021 acabou elevando a temperatura política em Brasília diante da ameaça do comando do Congresso de acabar com o alinhamento com o governo durante a pandemia da covid-19.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de obrigar o Senado a instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 aumentou a pressão sobre o presidente.
Bolsonaro está sendo pressionado a resolver logo o impasse do Orçamento e auxiliares afirmam que ele não vai esperar pelo prazo final para sancionar a lei, que é até dia 22. A expectativa é que o presidente bata o martelo hoje, depois de uma série de reuniões que teve ontem, entre as quais, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, alvo dos ataques mais ferozes disparados pelas lideranças políticas.
A pressão chegou também ao Tribunal de Contas da União (TCU), que analisa processo apresentado por um grupo de parlamentares para investigar as irregularidades no Orçamento, aprovado com projeções de despesas subestimadas e corte de despesas obrigatórias para acomodar aumento de emendas parlamentares que chegou a R$ 29 bilhões.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), não quer que o tribunal entre no jogo antes da decisão política. Lira tentou sensibilizar os ministros para não decidirem nada agora. Relatório preliminar já apresentado foi inconclusivo e determinou pedidos de informações adicionais ao Ministérios da Economia e da Casa Civil, o que vai levar mais tempo para a conclusão do tribunal sobre a maquiagem apontada no Orçamento por especialistas de dentro e fora do governo.
Lira e outras lideranças consideram que Guedes quer usar o TCU na briga com o presidente pelo veto parcial do Orçamento das emendas do relator. A leitura política é a de que Guedes quer fazer o corte das emendas e ajustar ao longo do ano conforme o Congresso for "entregando" as propostas prioritárias para o governo.
Leia Também
O processo do TCU foi parar na mão do relator das contas do presidente em 2021, ministro Aroldo Cedraz, que pode no futuro considerar crime de responsabilidade a sanção de um orçamento irregular. Uma das preocupações do Bolsonaro e auxiliares é ficar ainda mais dependente do Centrão, sobretudo, do presidente da Câmara, com reviravoltas que acontecem na política.
Uma forte mobilização no Congresso contra o veto cresceu ontem à tarde com a notícia de bastidores de que Bolsonaro barraria parcialmente o texto aprovado pelo Congresso. Um aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que, se tiver veto, será cada "um por si".
Nos bastidores, senadores e deputados se uniram num movimento pelo "não ao veto". Eles estavam divididos depois que o relator do Orçamento, senador Marcio Bittar (MDB-AC), incluiu mais emendas para os senadores.
Após a fala de Bolsonaro em defesa do teto de gastos no jantar de quarta-feira com empresários, a área técnica do Ministério da Economia ficou confiante que o Orçamento será vetado.
'Demandas combinadas'
Criticado como um dos principais artífices da maquiagem no Orçamento de 2021, o senador Marcio Bittar (MDB-AC), que relatou o projeto, disse ao Estadão/Broadcast que não chegou ao valor de R$ 29 bilhões de emendas apenas por sua conta e reafirmou o conhecimento do Ministério da Economia sobre as negociações. "Sempre foi uma demanda combinada do Executivo e do Legislativo. Isso não é segredo para ninguém. Essa demanda vinha desde o ano passado, quando eu era o relator da PEC emergencial (que deu autorização para uma nova rodada do auxílio) e do Orçamento", afirmou.
Segundo o senador, havia um acordo para destinar R$ 16,5 bilhões a emendas parlamentares e outros cerca de R$ 12 bilhões a diferentes ministérios, para atender a demandas do próprio Executivo. Foram esses valores que foram remanejados com cortes nas despesas obrigatórias. As manobras estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e podem respingar nas contas de 2021 do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com Bittar, a demanda sempre foi a mesma: de um lado, dar o suporte legal para que o presidente pudesse reeditar o auxílio emergencial , e de outro a intenção de garantir recursos para saúde e outras áreas do governo.
Com Lula ou Bolsonaro na Presidência, o próximo Congresso será de centro-direita e reformista, diz Arthur Lira
Em evento em Nova York, presidente da Câmara volta a defender a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as reformas no país
Alívio no bolso vem aí? Conheça a PEC que pode zerar impostos sobre combustíveis e gás
A matéria dispensa o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o governo compense a perda de arrecadação ao cortar impostos com a elevação de outros
Fundo eleitoral, emendas do relator e reajuste dos servidores: 3 pontos do Orçamento para 2022 que mexem com a bolsa esta semana
Entre emendas parlamentares superavitárias e reajuste dos policiais federais, o Orçamento deve ser publicado no Diário Oficial na segunda-feira (24)
Tesouro pode perder até R$ 240 bilhões com PEC dos Combustíveis e inflação pode ir para 1% — mas gasolina ficará só R$ 0,20 mais barata; confira análise
Se todos os estados aderirem à desoneração, a perda seria de cifras bilionárias aos cofres públicos, de acordo com a XP Investimentos
Além do furo no teto: como a PEC dos precatórios afeta os credores, mas abre uma grande oportunidade de investimento
Com a regra fiscal ameaçada, o motivo inicial para a criação da emenda acabou sendo relegado a segundo plano, mas seus desdobramentos podem beneficiar os investimentos alternativos
Por precaução, presidente da Câmara adia votação em 2º turno da PEC dos Precatórios
Depois da aprovação em 1º turno, ontem à noite, governistas temiam falta de quorum; Lira deixou votação para hoje
Câmara resiste a mudanças propostas pelo Senado na PEC dos precatórios; entenda o impasse
Parte da PEC já foi promulgada na semana passada, incluindo a alteração no cálculo da regra que atrela o crescimento das despesas à inflação
Projeto de lei pode conter alta dos combustíveis, mas precisa ser aprovado ainda este ano, defende relator
A medida, que cria um programa de estabilização do valor do petróleo e derivados, foi a forma encontrada para amenizar a alta dos preços sem interferir na política da Petrobras
Se Arthur Lira quiser, PEC dos Precatórios será aprovada ainda este ano, diz líder do Novo
Deputado Paulo Ganime defende que PEC tramite como novo texto, mas presidente da Câmara sinalizou que vai fatiar proposta
Reforma administrativa não sai antes das eleições, admite relator da proposta na Câmara
O deputado Arthur Maia afirmou que faltou empenho do executivo para garantir que o texto fosse aprovado no Congresso
4 fatos que mexem com o Ibovespa na próxima semana — incluindo Copom e IPO do Nubank
O principal índice acionário brasileiro terá um calendário cheio de eventos e dados econômicos para digerir ao longo dos próximos dias
Governo quer esperar, mas presidente do Senado estuda votar PEC dos precatórios ainda hoje
O governo acredita já ter os votos necessários para aprovar a proposta, mas esperava garantir uma margem maior antes da votação
Ano novo, impostos velhos! Reforma do IR fica para 2022, confirma presidente do Senado
O governo Bolsonaro pressionava pela aprovação da proposta para financiar o Auxílio Brasil, mas não conseguiu apoio na Casa
PEC dos precatórios tornará Auxílio Brasil permanente; Bolsonaro espera que o Senado aprove o texto na próxima semana
O governo ainda busca votos para aprovar o texto sem mexer em dois pontos centrais: o limite para pagamento de precatórios e a mudança no cálculo do teto de gastos
Bolsonaro prometeu, mas Lira diz que não há espaço para reajuste a servidores com PEC dos Precatórios
A PEC abre um espaço de R$ 90 bilhões no Orçamento, mas cálculos da Economia apontam outras despesas como destinatárias da folga
Projeções para a economia são revisadas para pior e falas de Jair Bolsonaro desagradam senadores que negociam PEC dos Precatórios: veja o que movimenta Brasília hoje
A PEC dos precatórios pode abrir espaço no Orçamento de 2022, mas o risco fiscal gerado pelos debates em torno da proposta fizeram o governo reajustar as projeções
Com remanejamento no Orçamento, Congresso garante verba R$ 9,36 bilhões para Auxílio Brasil
O montante, originalmente previsto para o finado Bolsa Família, garantirá um reajuste de quase de 18% no novo programa social
PDT pula do barco, mas PEC dos Precatórios passa em 2º turno na Câmara mesmo assim
Apesar da mudança de posição pedetista, governo conseguiu 11 votos a mais do que no primeiro turno para passar a PEC com a qual pretende viabilizar o Auxílio Brasil
Plenário mantém mudança no teto de gastos, mas derruba alteração na regra de ouro; confira outros destaques da PEC dos precatórios
O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem a prerrogativa do cargo de não ser obrigado a votar, pressionou o ‘sim’ para ajudar o governo na mudança
Privatização dos Correios estacionou? Relator altera parecer, mas votação em comissão do Senado é adiada
A versão mais recente do texto aumenta a garantia contra o fechamento de agências em áreas remotas da Amazônia Legal