Banco Modal e outras cinco empresas lançaram nesta semana suas ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla inglês). As companhias podem movimentar cerca de R$ 7,2 bilhões. Em todo o ano de 2020, os IPOs movimentaram pouco mais de R$ 110 bilhões.
Além da instituição financeira, deram início ao processo de abertura de capital as seguintes empresas: Kora Saúde, Infracommerce CXAAS, Rio Alto Energias Renováveis, Vittia Fertilizantes e Boa Safra Sementes.
O movimento acontece apesar de ao menos outras 18 empresas terem postergado a ida à bolsa brasileira neste ano, diante do cenário mais volátil. Na terça (6), a LG Informática informou a interrupção do IPO por 60 dias.
Modal: tecnologia, aquisições e expansão da carteira
A oferta do Modal pode movimentar R$ 1,457 bilhão, considerando a oferta base de 51 milhões de units ao preço de R$ 28,56 - que é o meio da faixa indicativa.
Os recursos da oferta serão usados em investimento em tecnologia, marketing, aquisições e expansão da carteira de crédito. Há possibilidade de venda de lote adicional e suplementar.
Fundado em 1995, o Modal informa ter uma base de 1,1 milhão de clientes, com R$ 17,8 bilhões em ativos sob custódia.
A operação do banco é coordenada por Credit Suisse, Bank of America e Itaú BBA, além do Modal. A companhia define o preço dos papéis do dia 28 de abril, com as ações sob o ticker MODL11.
Kora: compra de hospitais e expansão de segmentos
A rede hospitalar Kora Saúde define o preço dos papéis (KRSA3) no mesmo dia que o Modal. Com faixa indicativa fixada entre R$ 11,20 e R$ 15,50, a empresa pode levantar R$ 1,880 bilhão no IPO, também com possiblidade de lotes adicionais e suplementares.
A companhia pretende usar os recursos para aquisição de ativos (incluindo o pagamento de parcela da compra do Hospital Anchieta), ampliação dos ativos já existentes, inauguração de novos hospitais e expansão de outros segmentos hospitalares (oncologia, imagem, diagnóstico).
A Kora diz ser lider de atuação no Espírito Santo, Tocantins e Mato Grosso. A empresa tem dez hospitais com mil leitos. A operação da companhia é coordenada por Itaú BBA, J.P. Morgan, Bradesco BBI, Santander, XP e UBS BB.
Infracommerce: aquisições, pesquisas e despesas
A empresa de soluções para o varejo Infracommerce, que também lançou uma oferta inicial de ações, pode levantar R$ 1,982 bilhão, em um IPO com faixa de preço entre R$ 22 e R$ 28, de acordo com o prospecto.
A oferta primária será de 50 milhões de papéis, e a secundária, de 29 milhões - com possibilidade de lotes adicional e suplementar. A empresa define o preço dos papéis, de ticker IFCM3, no dia 27 de abril.
A Infracommerce afirma ser referência na digitalização para B2C (venda para consumidores) e B2B (venda entre empresas). A companhia é responsável pela operação de e-commerce de Ambev, Motorola, Nike, entre outras.
Parte dos recursos do IPO serão destinados a aquisições estratégicas, pesquisa, desenvolvimento e despesas comerciais, além de pagamento de dívida. A coordenação da oferta é de Itaú, BTG, Goldman Sachs e Morgan Stanley.
Rio Alto: investimento em energia solar e reforço de caixa
A Rio Alto deve movimentar R$ 804,99 milhões no IPO, que tem faixa de preço entre R$ 15,87 e 20,63. Há a possibilidade de lotes adicional e suplementar. Segundo a empresa, a precificação dos papéis (RIOS3) acontece no dia 26 de abril.
A companhia diz ser uma das maiores geradoras de energia solar fotovoltaica (energia elétrica produzida a partir da luz do sol) do País.
A maior parte dos recursos do IPO (90%) vai ser usada para investimento em projetos de geração de energia solar em construção e desenvolvimento. A Rio Alto também quer reforçar o caixa e o capital de giro.
XP, BTG, Bradesco BBI e Credit Suisse coordenam a operação, de acordo com comunicado divulgado ao mercado.
Vittia: aquisições e modernização
A Vittia deve movimentar R$ 572,5 milhões ao abrir capital na B3 (com oferta primária e secundária), considerando o ponto médio da faixa de preço que está entre R$ 7,80 e R$ 9,80.
Também estão previstas a possibilidade de lotes adicional e suplementar. A companhia define o preço dos papéis (VITT3) no dia 28 de abril. A operação é coordenada por Morgan Stanley, XP, Itaú BBA e Citi.
O Grupo Vittia diz que promove, com o auxílio de tecnologia, a nutrição e proteção vegetal por meio de fertilizantes especiais e de defensivos biológicos. A empresa afirma ser líder na utilização de biotecnologia para desenvolvimento de seus produtos.
"Possuímos presença nacional consolidada em todas as regiões agrícolas do País por meio de uma força de vendas altamente especializada e com abrangência nacional", disse a empresa.
Os recursos da oferta devem usados em aquisições, expansão e modernização das operações, segundo a companhia.
Boa Safra: crescimento e capital de giro
A Boa Safra pode movimentar R$ 454,545 milhões no IPO, considerando o meio da faixa entre R$ 9,90 e R$ 12,60. Podem ser exercidos lotes adicional e suplementar.
Segundo a companhia, o preço das ações (GBSA3) deve ser definido em 27 de abril. A operação é coordenada por XP e UBS BB.
A Boa Safra diz ser líder do mercado brasileiro de sementes de soja, oferecendo tratamentos com "diversos componentes químicos e genéticas adaptados às mais distintas regiões do País". O portfólio da companhia contempla ainda sementes de milho e feijão.
A empresa pretende usar metade dos recursos levantados no IPO para crescimento orgânico e inorgânico. Outra fatia seria para reforçar o capital de giro.