Não seja um idiota na hora de investir para a sua aposentadoria: veja os 5 erros mais comuns na previdência privada
Previdência privada só é cilada se você não souber como usar. Conheça os erros mais comuns de quem entra num plano desavisado
Os planos de previdência estão entre os produtos mais mal comercializados do mercado financeiro. Tanto que viraram sinônimo de roubada. O que tem de gente por aí que investiu em previdência privada sem saber do que se tratava, porque algum gerente de banco empurrou, e depois descobriu que teria que pagar uma alíquota absurda de IR para sacar o dinheiro não é brincadeira.
Mas se você sabe do que se trata, escolhe um bom plano e o utiliza da maneira correta no seu planejamento financeiro, a previdência privada pode ser uma arma poderosa no seu processo de acumulação de patrimônio e na poupança para a aposentadoria.
Nesta outra matéria, eu já expliquei, em linhas gerais, o que é um plano de previdência privada, como funciona e quais seus benefícios para a poupança de longo prazo.
A seguir, eu listo alguns dos principais erros cometidos por quem contrata previdência privada sem estar devidamente informado, para que você evite essas armadilhas. Mas antes, se preferir, confira o vídeo que preparei para você sobre o tema:
1. Contratar um plano de previdência para um objetivo de curto prazo
Planos de previdência privada contam com benefícios tributários para quem pretende investir para objetivos de longo prazo, mas são punitivos para quem resgata os recursos no curto prazo. O propósito disso é justamente estimular o investimento de longo prazo.
Aplicações financeiras convencionais, como títulos de renda fixa, fundos de investimento, ações e fundos imobiliários, costumam ter seus rendimentos tributados a uma alíquota que varia de 15% a 22,5%, dependendo do tipo de investimento e do prazo de aplicação. Isso fora aqueles investimentos isentos de imposto de renda.
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Além disso, investimentos sujeitos à tabela regressiva (a seguir), como os fundos abertos (exceto os de ações) e as aplicações tributadas de renda fixa, atingem a menor alíquota de IR, 15%, depois de apenas dois anos de aplicação.
| Prazo da aplicação | Alíquota de IR |
| Até 180 dias | 22,5% |
| De 181 a 360 dias | 20% |
| De 361 a 720 dias | 17,5% |
| Acima de 720 dias | 15% |
A previdência privada, por sua vez, pode ter alíquotas de IR muito maiores. Caso você escolha a tabela progressiva - a mesma que incide sobre rendimentos como salários e aluguéis -, a alíquota pode chegar a 27,5%, dependendo do valor resgatado.
Na tabela progressiva, quanto maior o valor recebido pelo beneficiário do plano, maior a tributação. Veja a tabela válida em 2021:
Tabela mensal
| Base de cálculo (R$) | Alíquota (%) | Parcela a deduzir do IRPF (R$) |
| Até 1.903,98 | - | - |
| De 1.903,99 até 2.826,65 | 7,5% | 142,80 |
| De 2.826,66 até 3.751,05 | 15% | 354,80 |
| De 3.751,06 até 4.664,68 | 22,5% | 636,13 |
| Acima de 4.664,68 | 27,5% | 869,36 |
Tabela anual
| Base de cálculo (R$) | Alíquota (%) | Parcela a deduzir do IRPF (R$) |
| Até 22.847,76 | - | - |
| De 22.847,77 até 33.919,80 | 7,5% | 1.713,58 |
| De 33.919,81 até 45.012,60 | 15% | 4.257,57 |
| De 45.012,61 até 55.976,16 | 22,5% | 7.633,51 |
| Acima de 55.976,16 | 27,5% | 10.432,32 |
Já se você escolher a tabela regressiva, que na previdência privada ganha uma roupagem especial, a menor alíquota de IR é de 10%, mas apenas após 10 anos de investimento.
Até seis anos de aplicação, as alíquotas por sinal são maiores do que as dos investimentos comuns, não previdenciários. Observe:
| Prazo da aplicação | Alíquota de IR |
| Até 2 anos | 35% |
| Acima de 2 anos e até 4 anos | 30% |
| Acima de 4 anos e até 6 anos | 25% |
| Acima de 6 anos e até 8 anos | 20% |
| Acima de 8 anos e até 10 anos | 15% |
| Acima de 10 anos | 10% |
Ou seja, se você resgatar antes de completar seis anos de aplicação, pode vir a pagar 25%, 30% ou até 35% de IR, quando numa aplicação financeira “normal”, mais apropriada para prazos médios e curtos, o imposto seria bem menor.
Além disso, planos de previdência privada podem ser excessivamente conservadores, pois eles normalmente precisam respeitar limites de risco específicos - afinal, são investimentos com o objetivo de gerar renda para a aposentadoria do investidor.
Assim, dependendo do seu perfil e objetivo, pode ser que eles não tenham o potencial de retorno adequado, uma vez que a possibilidade de correr risco é limitada.
VEJA TAMBÉM: Como se APOSENTAR mais cedo sem depender do INSS I PGBL x VGBL | PREVIDÊNCIA PRIVADA vale a pena?
2. Escolher um plano caro
Um dos fatores que mais transformam planos de previdência em “roubada” são os custos. Normalmente, os planos que são empurrados para os desavisados são os mais caros possíveis. E pior: ultraconservadores.
Ou seja, o investidor paga caro para investir em um produto cuja gestão na verdade é bastante simples, não exigindo um grande trabalho por parte do gestor.
No fim, acaba obtendo um retorno ainda pior que o da renda fixa mais conservadora, uma vez que os custos acabam comendo boa parte da sua rentabilidade.
Os planos de previdência têm tipicamente dois tipos de custos, mas um deles está caindo em desuso.
O primeiro é a taxa de administração, presente também nos fundos de investimento comuns. Ela remunera o trabalho de gestão e administração profissional do fundo no qual o plano de previdência investe. Desta não tem como fugir. É o preço a se pagar pela gestão profissional dos investimentos.
O investidor só precisa ficar atento para não acabar pagando uma taxa demasiado alta. Planos mais conservadores devem ter uma taxa mais perto de 1% ao ano, enquanto os moderados ou arrojados podem ter uma taxa superior a 2% ao ano.
Uma forma de verificar se a taxa está alta demais é comparar a taxa do plano de previdência analisado com a taxa de um fundo de investimento comum que invista de forma semelhante (por exemplo, que tenha a mesma classificação e invista nos mesmos tipos de ativos).
A outra taxa, que está caindo em desuso, é a taxa de carregamento. A dica aqui é bem simples. Não invista em planos com taxa de carregamento. Fim. Hoje em dia são comuns os bons planos que não cobram essa taxa, então não tem por que pagá-la.
A taxa de carregamento corresponde a um percentual de cada aporte feito no plano de previdência. Ou seja, se a taxa de carregamento é de 1%, isso significa que a cada R$ 100 investidos no plano, um será destinado a pagar a taxa de carregamento, e apenas R$ 99 serão realmente investidos.
Por fim, se o fundo tiver taxa de saída - percentual incidente sobre os valores resgatados e cobrado na hora do resgate -, também convém evitá-lo. A menos que essa taxa seja zerada para resgates efetuados após algum tempo de aplicação. Nesse caso, se você estiver realmente investindo para o longo prazo, a taxa de saída não vai te afetar.
3. Escolher o plano errado para seu tipo de declaração de IR
Outro erro clássico e muito desastroso para quem investe em previdência privada é escolher o tipo de plano errado para a modalidade de declaração de imposto de renda que costuma entregar.
Como eu já mostrei nesta outra matéria sobre previdência privada, os planos tipo PGBL só são indicados para quem entrega a declaração completa de imposto de renda, aquela capaz de aproveitar todas as deduções.
É que os PGBLs permitem a dedução das contribuições feitas ao plano na declaração, até um limite de 12% da renda bruta tributável anual.
Portanto, quem entrega a declaração simplificada - aquela que aplica um desconto único de 20% na base de cálculo do IR - não consegue aproveitar o benefício.
Só que isso é um problema. A dedução permite ao investidor postergar o pagamento do imposto de renda para o momento em que ele for usufruir do plano (resgatar ou receber a renda).
Porém, se não aproveitar o abatimento, o investidor acaba pagando IR duas vezes, uma vez que não deixa de pagar o imposto no presente, e depois tem todo o valor recebido no futuro tributado.
O tipo certo de plano para quem entrega a declaração simplificada é o VGBL, que também só é tributado na hora do resgate ou do recebimento da renda, mas apenas sobre a rentabilidade, e não sobre todo o valor recebido.
Entregar a declaração completa e fazer apenas um VGBL também não é jogo. Embora o investidor, neste caso, não pague IR duas vezes, ele deixa de aproveitar o benefício da dedução, que é algo que costuma turbinar os ganhos dos planos de previdência, conforme você pode ver nesta matéria.
O ideal é que pessoas que sempre entregam a declaração completa façam PGBL; pessoas que sempre entregam a simplificada façam VGBL; e que pessoas que ora entregam uma modalidade, ora entregam outra mantenham os dois tipos de plano e só façam a contribuição no fim do ano, depois de simular a sua declaração do ano seguinte.
Isso pode ser feito no programa da Receita do ano corrente, apenas como um esboço. Depois de verificar qual a modalidade mais provável de declaração no ano seguinte, o investidor pode direcionar suas contribuições ao tipo de plano mais vantajoso.
Pessoas que entregam a declaração completa e desejam contribuir com mais de 12% da renda bruta tributável anual para previdência também devem manter os dois tipos de plano, destinando ao PGBL apenas os valores que estiverem dentro dos limites de dedução, e direcionando o resto ao VGBL.
VEJA TAMBÉM: Como se APOSENTAR mais cedo sem depender do INSS I PGBL x VGBL | PREVIDÊNCIA PRIVADA vale a pena?
4. Escolher o tipo errado de tabela de tributação para o seu objetivo
A escolha da tabela de tributação também requer algum cuidado. Como vimos anteriormente neste texto, a tabela regressiva é indicada para quem pretende investir por mais de oito anos em previdência privada e pretende resgatar grandes somas, que poderiam ser tributadas em mais de 15% caso a tabela fosse a progressiva.
A tabela progressiva pode ser mais interessante para quem pretende usufruir do plano num prazo mais curto (embora talvez curto demais para justificar o investimento em um plano de previdência) ou para quem planeja fazer resgates ou receber uma renda que se enquadre na faixa de isenção ou na de 7,5%, no futuro.
O problema é que a tabela progressiva mantém os rendimentos do plano de previdência sujeitos ao ajuste anual. Isto é, se você tiver outras rendas tributáveis e sujeitas a essa tabela (como aposentadoria pelo INSS ou aluguéis de imóveis), todos os seus rendimentos se somarão na hora de preencher a declaração de IR, e a alíquota será aplicada novamente.
Ou seja, é bem possível que os seus rendimentos sejam tributados a alíquotas mais altas no ajuste anual, depois de somados.
A tabela regressiva, por sua vez, tem tributação exclusiva na fonte. Ou seja, independentemente de quanto você receber, você só será tributado conforme o prazo e na hora de receber os recursos. Os valores recebidos não se somarão às suas demais rendas tributáveis.
Também é preciso lembrar que a opção pela tabela regressiva é irretratável. Assim, ao escolher essa modalidade, você não consegue voltar para a progressiva, que é a opção padrão quando se contrata um plano de previdência.
Além disso, o prazo para a tabela regressiva só começa a contar a partir do momento em que ela é escolhida. Assim, quanto mais cedo você a escolher, melhor. De nada adianta optar pela tabela regressiva perto da aposentadoria; você vai acabar caindo nas maiores alíquotas.
Finalmente, é importante planejar a forma de receber os recursos: se serão feitos resgates esporádicos, resgates regulares, um único resgate de todos os recursos de uma vez ou a opção por uma das modalidades de renda.
Embora todas essas opções respeitem a tabela escolhida, cada uma delas é tributada de uma maneira diferente, o que pode resultar num pagamento maior ou menor de imposto.
Nesta outra matéria, eu apresento essas regras, mostro como escolher a alternativa mais adequada para o seu perfil, além de te ajudar a escolher entre a tabela progressiva e a regressiva.
5. Escolher um plano muito conservador quando você ainda tem um prazo longo pela frente
Se você ainda tem mais de cinco ou dez anos até se aposentar, não tem porque investir num plano ultraconservador. O problema é que muitos dos planos que são empurrados para os investidores desavisados são excessivamente conservadores.
Este fator, somado às altas taxas que esses planos costumam cobrar, é a receita pronta para uma rentabilidade muito abaixo do que poderia ser.
A possibilidade de correr um pouco mais de risco traz um potencial de maiores retornos; e se você tem um prazo longo pela frente, eventuais perdas pontuais da carteira de investimentos do plano podem ser compensadas.
Assim, quanto maior o prazo de que você dispõe até a aposentadoria, maior a sua possibilidade de correr risco para obter retornos maiores.
Quando você estiver mais perto da aposentadoria, você pode migrar para um plano mais conservador, por meio da portabilidade, que permite fazer essa mudança sem necessidade de resgatar e pagar impostos.
Ou então você pode procurar desde já um plano que faça essa migração dentro da própria carteira, sem que seja necessário mudar de plano no futuro.
Se você quiser saber mais sobre previdência privada e como planejar a aposentadoria, este guia traz todas as informações de que você precisa.
VEJA TAMBÉM: Como se APOSENTAR mais cedo sem depender do INSS I PGBL x VGBL | PREVIDÊNCIA PRIVADA vale a pena?
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