Como ficam os seus investimentos em renda fixa com a Selic em 3,50% ao ano?
Veja como fica o retorno da renda fixa conservadora após a segunda alta consecutiva de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cumpriu, nesta quarta-feira (5), com o que havia sinalizado em sua última reunião e, em decisão unânime, aumentou a taxa básica de juros brasileira, a Selic, em 0,75 ponto percentual, para 3,50% ao ano.
A segunda alta consecutiva da taxa, que ficou estacionada na mínima histórica de 2% entre agosto de 2020 e março deste ano, já era prevista por grande parte do mercado financeiro, assim como o tamanho do ajuste.
Após o encontro de março, quando as autoridades do BC surpreenderam os analistas com um aumento de 0,75 ponto — o mercado esperava um aperto menor — , o Copom já havia adiantado que faria uma nova elevação de igual proporção no encontro seguinte.
Mas e agora, como ficam os seus investimentos com a Selic mais alta? A seguir eu trago para você um panorama para as aplicações de renda fixa mais conservadoras, justamente aquelas que mais sofrem com os juros baixos.
De volta ao páreo ou é só um alarme falso?
A nova alta da Selic traz alguma melhora à renda fixa. Contudo, quem aposta apenas em aplicações pós-fixadas com remuneração atrelada à própria taxa ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que costuma acompanhar as variações da Selic, segue com a rentabilidade real negativa.
Portanto, quem pretende ganhar da inflação para manter ou aumentar seu poder de compra deve buscar alternativas na renda variável ou nos fundos, por exemplo. E, de acordo com João Beck, sócio da BRA, escritório de assessoria de investimentos ligado à XP, a conversa não mudará de rumo mesmo se as previsões se confirmarem e a taxa ficar próxima dos 5% no final do ano.
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“O investidor que permanecer conservador vai sofrer um pouco, porque essa ainda é uma Selic historicamente muito baixa”, afirma.
Beck conta que, mesmo com altas consecutivas nos próximos meses, a taxa deverá regredir para um patamar de equilíbrio mais baixo depois que a inflação voltar para a meta. “O investidor vai ter que recompor essa perda de rentabilidade poupando mais, guardando mais dinheiro ou buscando se condicionar para começar a estudar o mercado e explorar opções um pouco mais moderadas”, indica.
Como ficam os investimentos conservadores com a Selic em 3,50% ao ano
Agora sim, vamos a ela: a simulação de como fica a remuneração dos principais investimentos conservadores, atrelados à Selic e ao CDI.
A Julia Wiltgen fez uma simulação de rentabilidade com quatro aplicações pós-fixadas no novo cenário de juros: caderneta de poupança, Tesouro Selic (LFT), fundo de renda fixa e Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Ela considerou a Selic constante de 3,50% ao ano e o CDI constante de 3,40%, um pouco abaixo, como costuma acontecer. Mas a tendência é que esse retorno aumente caso a tendência de novas altas dos juros se confirme.
Vale frisar aqui que o retorno do Tesouro Selic é um pouco maior do que o que aparece na tabela, pois aplicações de até R$ 10 mil nesse título são isentas da taxa de custódia cobrada pela B3, de 0,25% ao ano. Aplicações superiores a este valor sofrem cobrança dessa taxa apenas sobre o que exceder os R$ 10 mil.
Para montar a tabela, ela considerou aportes de R$ 1.000, mas a calculadora do Tesouro Direto, utilizada para fazer as contas do Tesouro Selic, ainda não foi atualizada com os novos parâmetros para a taxa de custódia.
Parâmetros
A poupança atualmente paga 70% da taxa Selic mais Taxa Referencial (TR), que no momento encontra-se zerada. Não tem taxas nem imposto de renda, e sua rentabilidade é mensal, apenas no dia do aniversário.
Já o Tesouro Selic é um título público que paga, no vencimento, a Selic mais um ágio ou deságio. Se vendido antes do vencimento, o retorno é levemente sacrificado em função de uma diferença entre as taxas de compra e venda do papel (spread).
O rendimento é diário, e há cobrança de IR e de uma taxa de custódia obrigatória de 0,25% ao ano, paga à B3, apenas sobre o que exceder o saldo investido de R$ 10 mil. Na simulação acima, ela considerou, ainda, que a corretora utilizada para operar no Tesouro Direto não cobra taxa de agente de custódia.
O retorno do fundo de renda fixa considerou um fundo que só invista no Tesouro Selic e não cobre taxas. É suposto, portanto, que seu retorno represente a variação do CDI no período menos o imposto de renda. Seria similar, por exemplo, para um CDB, RDB ou conta de pagamentos que pagasse 100% do CDI.
Por fim, ela simulou o retorno da LCI porque se trata de um título isento de taxas e de IR e considerou um papel que pague 100% do CDI (às vezes surge uma dessas por aí), apenas para você ver que 100% do CDI, atualmente, não é lá grande coisa.
A tabela inclui quatro prazos de forma a contemplar as quatro alíquotas de IR possíveis, no caso das aplicações tributadas (Tesouro Selic e fundos). As datas são reais para calcular o retorno do Tesouro Selic no simulador do Tesouro Direto, de modo a incluir a taxa de custódia e o spread nos cálculos no caso de uma venda antes do vencimento.
Para calcular o retorno da poupança os prazos estão em meses e anos. Já para simular os retornos do fundo e da LCI, a conta considera o número de dias úteis entre as duas datas reais consideradas em cada prazo.
*Colaborou Julia Wiltgen
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