Com crise hídrica no radar, empresários fazem novo pedido pela volta do horário de verão
De acordo com o documento, toda contribuição para poupar energia é relevante diante do agravamento da situação nos reservatórios
Sem uma posição oficial do governo há dois meses, associações dos setores de alimentação, turismo e comércio enviaram um novo pedido ao presidente Jair Bolsonaro pela volta do horário de verão.
No documento enviado na noite desta quarta-feira (1), as entidades argumentam que qualquer economia de energia seria relevante diante da gravidade da crise hídrica que o País enfrenta. Também alegam que a adoção do mecanismo pode beneficiar os setores que representam.
O horário de verão foi extinto por Bolsonaro em 2019. À época, estudo do Ministério de Minas e Energia (MME) apontou que não havia mais economia de energia tão relevante. Isso porque como o calor é mais intenso no fim da manhã e início da tarde, os picos de consumo aumentam nesse horário durante o verão, pois as pessoas usam mais o ar-condicionado.
Toda ajuda é válida
Com a crise hídrica, especialistas em setor elétrico voltaram a defender a medida, sob argumento de que mesmo uma pequena economia de energia pode contribuir.
"Como é sabido, estamos diante de uma intensa crise hídrica agravada pela escassez de chuvas, situação que coloca em risco o fornecimento de energia elétrica em parte do Brasil. São muitos os desafios para mitigar o problema e qualquer economia energética se torna agora ainda mais relevante", diz o documento.
Ainda complementam que, o retorno do horário de verão pode ser um gesto na sinalização na importância da contribuição de cada um.
Um documento semelhante foi enviado ao presidente Jair Bolsonaro no final do mês de junho, mas não houve retorno. O movimento atraiu até mesmo o apoio do empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das lojas Havan. Apoiador do presidente, ele se manifestou favoravelmente ao retorno do horário de verão pelas redes sociais.
Benefício para os setores
De acordo com o parecer, a adoção do horário diferenciado pode contribuir para setores ligados ao comércio, serviços e turismo, especialmente bares e restaurantes, "que conseguem aproveitar a hora extra de luz do sol para incrementar o faturamento, com aumento da procura por happy hours".
As associações alegam que um incremento no faturamento fará "enorme diferença", já que as empresas amargaram prejuízos por conta de medidas adotadas durante a pandemia da covid-19.
"As restrições de funcionamento adotadas por estados e municípios durante a pandemia acabaram se prolongando além do imaginado e gerando mais dificuldades para o setor de bares e restaurantes, no qual 37% das empresas estão atualmente operando no prejuízo."
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