🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Os recentes choques ESG no mundo

Grandes empresas de petróleo são cada vez mais pressionadas pelos próprios acionistas a adotar uma melhor abordagem ambiental em seus negócios

1 de junho de 2021
6:44
Imagem: Shuttertstock

Nos últimos dias do mês de maio, os mercados globais foram acometidos por forte volatilidade derivada, principalmente, de eventos corporativos relacionados ao setor de óleo e gás.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De modo mais específico, podemos argumentar que três fatos relevantes envolvendo duas empresas do grupo chamado de “Big Oil” – o equivalente ao termo Big Tech, mas para o setor de petróleo.

Curiosamente, o trio de eventos tratavam de uma coisinha que tem brilhado muito os olhos dos investidores: ESG. ESG é a sigla em inglês para “meio ambiente” (“E” de “environment”), “social” (“S” de “social”) e “governança” (“G” de “governance”).

O tema tem ganhado relevância internacional, enquanto o mundo gradativamente se preocupa mais e mais com questões sociais.

Assim, chegamos à questão que desejo trazer aos leitores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na semana passada, o setor de petróleo sofreu um combo de derrotas sem precedentes, quando investidores usaram os votos dos acionistas e dos tribunais para pressionar uma abordagem mais alinhada às preocupações ambientais.

Leia Também

O que aconteceu?

1)   O caso Shell: usando o Acordo de Paris

O primeiro impacto aconteceu na Holanda, onde um tribunal decidiu que a Royal Dutch Shell (isso mesmo, a Shell) deveria trabalhar muito mais rápido do que o planejado e o efetivamente executado para reduzir suas emissões de carbono em um caso movido pela “Friends of the Earth”, uma rede internacional de organizações ambientais presente em 74 países.

Com isso, a empresa foi obrigada a reduzir suas emissões de carbono e carbono equivalente em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2019, mais que o dobro do que projetou originalmente – a meta inclui as emissões criadas quando os consumidores usam o petróleo, a gasolina e o gás natural que a Shell produz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda que a Shell apele da decisão, o movimento chamou muita atenção, estabelecendo precedentes que podem eventualmente forçar outras empresas de petróleo e mineração a mudar seus modelos de negócios mais rápido do que o programado.

Ponto de atenção para o Brasil, recheado de insegurança jurídica e de empresas ligadas ao mercado das commodities.

Pela primeira vez, um tribunal se valeu das metas estabelecidas no Acordo Climático de Paris e aplicou-as a uma empresa. A Shell tinha como meta uma redução de 20% na intensidade do carbono até 2030 e 45% até 2035. 

Agora, ela deve se mover mais rápido do que o antecipado, uma vez que o tribunal acredita que as consequências das mudanças climáticas são mais importantes do que os interesses da Shell.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

2)   O caso Exxon: o Davi e Golias dos mercados

Em um segundo momento, a atenção se voltou para a reunião anual de acionistas da Exxon Mobil, onde um pequeno fundo de hedge corajoso chamado “Engine Nº 1” lutou para destituir quatro membros do conselho da companhia.

Curiosamente, o Engine Nº 1 detém apenas 0,02% das ações da Exxon e existe há apenas seis meses – em dezembro, o Engine Nº 1 comprou aproximadamente US$ 40 milhões em ações da Exxon.

A Exxon, por sua vez, era a empresa mais valiosa do mundo até 2013, tendo gerado em vendas mais de US$ 179 bilhões em 2020 (um ano de baixa).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A ideia da Engine era defender sua hipótese de que a crise climática representa uma ameaça existencial para a Exxon, a qual a empresa não levou a sério o suficiente nos anos recentes.

Para isso, o fundo enviou uma carta ao conselho pedindo para que este investisse em energia limpa e se comprometesse a zerar as emissões de carbono da Exxon até 2050. 

A resposta foi um contundente não.

Para o azar da direção da Exxon, outros acionistas concordaram e o movimento tomou proporções muito superiores aos 0,02% de participação do fundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que se seguiu foi uma briga em que ambos os lados gastaram milhões para convencer os acionistas a votarem em seus conselheiros indicados.

Segundo a argumentação do fundo, a recusa em aceitar que a demanda de combustível fóssil possa diminuir nas próximas décadas levou ao fracasso da gestão atual em dar os primeiros passos em direção a um negócio mais limpo e sustentável de longo prazo.

Isso porque, ao contrário da Shell e da BP, a Exxon não prometeu abandonar o petróleo e o gás, argumentando que continuarão a ser fundamentais. Agora, a companhia pode não ter mais escolha.

Além disso, a Exxon teria tradicionalmente recrutado membros do conselho que não têm experiência específica no setor de energia, enquanto os nomes apresentados pela Engine detinham expertise significativa em energia renovável, tecnologia e infraestrutura.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No final, os acionistas tinham motivos para ficar bravos: a pandemia bateu na demanda por petróleo e a Exxon registrou um prejuízo de US$ 22 bilhões no ano passado, seu primeiro prejuízo anual como uma empresa pública.

Adicionalmente, depois de quase um século no Dow Jones, a Exxon foi retirada do índice em agosto.

Diante disso, com apoio de outros acionistas (inclusive da BlackRock, o maior gestor de ativos do mundo), apesar das probabilidades pouco assimétricas, a Engine Nº 1 conquistou pelo menos dois dos quatro assentos no conselho na votação dos acionistas, triunfando na luta contra a atual direção da Exxon.

Isso pode significar mudanças monumentais para o maior produtor de petróleo dos Estados Unidos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Considerando a direção estratégica da Exxon e com o impacto previsto em seu desempenho financeiro e competitividade de longo prazo, o conselho se beneficiará com a adição de diversas experiências em energia para aumentar os conjuntos de habilidades existentes.

Neste momento, o business poderá abrir as portas de maneira mais assertiva para os novos tempos, criando um precedente importante que poderá ser verificado novamente em outras empresas de petróleo.

3)   O caso Chevron: a maioria da votação

Por fim, chegamos ao caso da Chevron, no qual investidores aumentaram ainda mais a pressão ESG, votando a favor (61%) de uma proposta dos acionistas pedindo à empresa que corte as emissões geradas pelo uso de seus produtos de energia (do uso final de seus combustíveis).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O movimento acompanha uma outra derrota recente da companhia, que perdeu uma votação não vinculativa pedindo um relatório sobre o impacto comercial de atingir emissões líquidas zero até 2050. As decisões sinalizam urgência para as mudanças a serem tomadas.

Nos próximos anos, devemos ver cada vez mais iniciativas como essa, provenientes de acionistas, como foi a questão envolvendo a Exxon.

A busca incessante pela neutralidade de carbono será pretexto para que as companhias com alta taxa de emissão revisem com frequência suas expectativas futuras de dispersão de gases poluentes.

Para onde estamos indo?

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, há cerca de 40% de chance de a temperatura média global anual atingir temporariamente os críticos 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais em pelo menos um dos próximos cinco anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sob o acordo climático de Paris, os países se comprometeram a reduzir sua produção de carbono e deter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius até o final do século para evitar os piores impactos das mudanças climáticas – e, se possível, abaixo de 1,5 graus Celsius. .

O caminho a ser seguido a partir de agora parece cada vez mais alinhado com o racional da Casa Branca, que conduziu recentemente um evento importante sobre a mudança climática, no qual diversos países se comprometeram com a redução da emissão de gases efeito estufa. 

Mais de 110 países prometeram neutralidade em carbono até 2050. O Japão e o Reino Unido, adicionalmente, disseram que podem começar a proibir as vendas de novos carros a gás em 2030.

Enquanto grupos ambientais e investidores ativistas aumentaram a pressão nos últimos anos para lidar com as preocupações sobre as mudanças climáticas e os combustíveis fósseis, algumas dessas derrotas históricas estão sendo vistas como um divisor de águas que mudará o cenário de petróleo e gás.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Naturalmente, acionistas, gigantes do investimento e legisladores estão cada vez mais levantando suas vozes sobre um futuro sustentável, enquanto alguns até veem a transição como uma forma de garantir lucros futuros, dadas as tendências em mudança e um mundo ESG.

Diante disso, as gigantes do petróleo estão enfrentando uma pressão cada vez maior de governos e investidores para reduzir as emissões e abraçar as energias renováveis.

A BlackRock, cúmplice da Engine Nº 1 no caso da Exxon, assinou uma promessa apoiando as emissões líquidas de carbono zero até 2050 ou antes.

Combinados, os choques enviam uma mensagem muito forte a outras empresas de combustíveis fósseis.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os investidores continuarão a pressionar empresas de energia e commodities, pedindo por mudanças e usando suas novas estratégias testadas nas batalhas recentes do final de maio: os ataques por meio dos tribunais e as resoluções dos acionistas.

Em outras palavras, se as empresas de petróleo se recusarem a fazer uma transição verde por conta própria, os interesses externos garantirão que o façam.

Essa pressão de investidores e governos têm consequências reais. Cada vez mais o mundo dos investimentos será conduzido, em grande parte, por políticas de sustentabilidade.

Preocupados com isso, nós da Empiricus temos tentado trazer cada vez mais para nossos assinantes ideias de investimento que estejam blindadas de eventuais choques ESG como estes que apresentei.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, em sua série best-seller na casa, “Palavra do Estrategista”, estabelece suas principais ideias para os diferentes perfis de investidores.

Com uma abordagem moderna e fora do convencional, as ideias de Miranda já conciliam em sua essência as novas tendências do mundo dos investimentos, principalmente aqueles que desejam surfar tendências de longo prazo. Vale conferir.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BOMBOU NO SD

CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana

19 de outubro de 2025 - 15:02

Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas

VISAO 360

Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas

19 de outubro de 2025 - 8:00

Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais

17 de outubro de 2025 - 7:55

O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje

SEXTOU COM O RUY

Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)

17 de outubro de 2025 - 6:07

Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos

VONTADE DOS CÔNJUGES

Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança

16 de outubro de 2025 - 15:22

Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje

16 de outubro de 2025 - 8:09

Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?

15 de outubro de 2025 - 19:57

Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)

15 de outubro de 2025 - 7:47

A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje

14 de outubro de 2025 - 8:08

Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China

14 de outubro de 2025 - 7:48

O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo

13 de outubro de 2025 - 19:58

Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?

13 de outubro de 2025 - 7:40

Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano

TRILHAS DE CARREIRA

ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho

12 de outubro de 2025 - 7:04

Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)

10 de outubro de 2025 - 7:59

No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação

SEXTOU COM O RUY

Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe

10 de outubro de 2025 - 6:03

Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)

9 de outubro de 2025 - 8:06

No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: No news is bad news

8 de outubro de 2025 - 19:59

Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)

8 de outubro de 2025 - 8:10

No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje

7 de outubro de 2025 - 8:26

No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso

7 de outubro de 2025 - 7:37

Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar