Bolsa hoje: viagem de avião em um céu de incertezas fiscais e ETFs de cripto
O destaque dos negócios hoje pode ser o bitcoin, que está prestes a obter seu próprio fundo negociado em Bolsa nos EUA e poderia ganhar uma notoriedade ainda mais ampla por meio da estrutura de ETF
Bom dia, pessoal!
Nesta terça-feira (19), lá fora, os mercados de ações do Pacífico seguiram em alta, acompanhando Wall Street, em ânimo positivo na expectativa de mais resultados corporativos nos EUA – Xangai, Tóquio, Hong Kong e Sydney avançaram. A Europa também tem um bom humor nesta manhã, seguida pelos futuros americanos, que também sobem, pelo menos por enquanto.
Contudo, o destaque dos negócios hoje pode ser o bitcoin, que está prestes a obter seu próprio fundo negociado em Bolsa nos EUA e poderia ganhar uma notoriedade ainda mais ampla por meio da estrutura de ETF. Foram oito anos de tentativas fracassadas de embrulhar o volátil ativo digital em um pacote – os detentores do ETF não terão nenhum bitcoin real, mas, sim, seguirão a performance dos contratos futuros.
A ver...
· Seria Auxílio Brasil ou auxílio emergencial?
Há um cheiro no ar de novas incertezas fiscais. Na verdade, o tema é mais do mesmo e se volta ao Orçamento de 2022, com possibilidade de o governo prorrogar por 60 dias o auxílio emergencial até que seja viabilizado o Auxílio Brasil. Seria bem ruim para a percepção de risco doméstico, principalmente em meio à pressão política para um auxílio de R$ 400.
Diante de tais fatores, a Comissão Especial da Câmara que discute a PEC dos Precatórios votará esta tarde o parecer do relator, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Enquanto isso, o Palácio do Planalto espera anunciar uma decisão sobre o auxílio emergencial ainda nesta semana.
Leia Também
O Mirassol das criptomoedas, a volta dos mercados após o Natal e outros destaques do dia
Nesse contexto, no qual até mesmo Arthur Lira (PP-AL), que se dizia defensor da responsabilidade fiscal, já questiona o teto de gastos, o Banco Central deverá atuar novamente esta manhã por meio de um leilão programado de venda de dólares no spot (ofertará até 15 mil contratos de swap, em rolagem), de modo a tentar trazer estabilidade para o câmbio, que já voltou para cima de R$ 5,50.
A dinâmica de preços na economia, agora com o foco sobre o gás, e o aparente abandono da reforma administrativa são questões delicadas e que deveriam ser discutidas até dezembro, mas o tempo corre contra nós.
· Mais resultados corporativos
Após algumas semanas de maior fraqueza em setembro, em especial por conta da disparada dos juros dos títulos do Tesouro americano de dez anos, o Nasdaq está mais uma vez nas alturas. O índice já sobe por quatro sessões consecutivas, valorizando 3,8% nesse período e estando agora apenas 2,3% abaixo de seu recorde histórico de setembro. De forma semelhante, o S&P 500 e o Dow Jones Industrial Average estão cada um cerca de 1% abaixo de seus picos.
O único com queda ontem (18) foi o Dow, refletindo em partes uma queda inesperadamente grande de 1,3% na produção industrial dos EUA – quase metade disso foi atribuído aos efeitos prolongados do furacão Ida, que atingiu uma região energética relevante dos EUA.
Para hoje, o mercado ficará de olho no relatório sobre venda de moradias no mês de setembro, do Departamento de Comércio, e nos resultados corporativos. Contamos hoje com nomes como Netflix, Procter & Gamble (P&G), Johnson & Johnson (J&J), Philip Morris International, Interactive Brokers Group e Canadian National Railway. Vale destacar que a temporada de resultados também tem servido para avaliar como as empresas lidaram com as interrupções nas cadeias de suprimentos e o aumento das infecções por coronavírus no último trimestre.
· Banqueiros centrais europeus
Depois de agitar a performance dos ativos financeiros europeus na segunda-feira (18), o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, voltará a falar hoje. Contudo, diferentemente de seu último pronunciamento, suas palavras deverão focar não a política de curto prazo, mas, sim, a transição energética e como mudaremos para uma economia de carbono zero líquido.
Notadamente, uma economia mais sustentável muda as relações econômicas. Além disso, as novas dinâmicas ESG devem influenciar o custo de capital das empresas; logo, a promoção de estabilidade econômica por parte dos bancos centrais deverá passar invariavelmente por se relacionar com os resultados da sustentabilidade das companhias.
Além dele, outros três banqueiros centrais podem impactar as expectativas dos mercados hoje. Os primeiros deles são Catherine Mann e Huw Pill, ambos do banco central de Bailey, na Inglaterra. O último é o economista-chefe do BCE, Philip Lane. Contudo, os membros do Banco da Inglaterra provavelmente serão o foco, em meio ao ressuscitar das discussões do Brexit das últimas semanas.
· Anote aí!
O calendário de dados hoje está relativamente esvaziado, com destaque apenas para os dados de construção da Europa e de habitação nos EUA – os novos dados de construção residencial (construção de moradias iniciadas) para setembro dos americanos devem mostrar um valor anual ajustado sazonalmente de 1,623 milhão de novas habitações, em comparação com 1,615 milhão em agosto.
Por aqui, enquanto acompanhamos a agenda de Brasília, na ausência de dados econômicos para nos entreter, também vale acompanhar o debate promovido pelo jornal O Globo entre o governador João Doria, de São Paulo, e o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, candidatos nas prévias do PSDB com vistas à sucessão presidencial.
Além disso, temos também o seminário Mineração, Transição Energética e Clima da Comissão de Minas e Energia da Câmara com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. 2ª prévia do IGP-M de outubro e IPC-S Capitais da 2ª quadrissemana de outubro são igualmente dois indicadores mais secundários no radar do dia.
· Muda o que na minha vida?
Seguimos entendendo que a transição energética não está sendo tratada de forma adequada, de modo que já começamos a ver as consequências. O problema fundamental tem sido a histeria que levou ao abandono dos combustíveis fósseis, reduzindo o investimento tão necessário, mesmo nos países em desenvolvimento.
Os reflexos da pressa com que tem sido feita a transição podem ser observados nos preços do petróleo, que subiram mais de 60% em 2021, enquanto os preços do gás natural nos EUA mais do que dobraram este ano.
Para discutir este tema, a cúpula da mudança climática COP26 em novembro em Glasgow, Escócia, será fundamental para que os países alinhem uma melhor forma de trabalhar a transição energética para os próximos 10 e 30 anos.
As emissões podem cair 40% usando tecnologias que se pagam por si mesmas, sendo que a maior parte do investimento (quase 70%) pode vir de desenvolvedores privados e Wall Street, o que alivia a pressão fiscal sobre os governos.
Ainda assim, apesar de polêmicos e causadores da crise energética global atual, os gastos com transições de energia limpa estão muito abaixo do que seria necessário para atender às necessidades futuras de forma sustentável.
Ou seja, mesmo com o ritmo descompassado atual, não atingiríamos as metas de descarbonização até 2030 e 2050 – seria preciso que os gastos anuais com energia limpa triplicassem para US$ 4 trilhões no final da década para alcançar emissões líquidas zero até 2050.
Com isso, há também uma enorme oportunidade econômica aqui para tecnologias de energia limpa, como turbinas eólicas, painéis solares, células de combustível, eletrolisadores e uma nova era de baterias. Foi pensando nisso que desenvolvemos soluções como o Vitreo Energia Limpa, Hidrogênio e Urânio, entre outros.
Oportunidades do dia
• Descubra agora qual é o investimento “secreto” que está AMASSANDO O BITCOIN em 2021.
Enquanto o mercado derrapa em 2021, o Bitcoin superou a barreira dos US$ 60 mil nos últimos dias. Entretanto, há uma opção de investimento que está passando por cima do Bitcoin neste ano.
• Oferta pública: CRA J. Macedo
NTNB 2025 + 3,20% a.a. ou IPCA + 6,00% a.a., dos dois o maior.
As taxas não representam e nem devem ser consideradas, sob qualquer hipótese, como promessa, garantia ou sugestão de rentabilidade
O dado que pode fazer a Vale (VALE3) brilhar nos próximos dez anos, eleições no Brasil e o que mais move seu bolso hoje
O mercado não está olhando para a exaustão das minas de minério de ferro — esse dado pode impulsionar o preço da commodity e os ganhos da mineradora
A Vale brilhou em 2025, mas se o alerta dessas mineradoras estiver certo, VALE3 pode ser um dos destaques da década
Se as projeções da Rio Tinto estiverem corretas, a virada da década pode começar a mostrar uma mudança estrutural no balanço entre oferta e demanda, e os preços do minério já parecem ter começado a precificar isso
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições
Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje
Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?