A segunda onda do bem: duas microcaps para investir em 2021
Não sabemos quando será o gatilho para esta segunda onda. Por isso, entendo que você deva estar preparado com uma carteira bem equilibrada e diversificada de microcaps para 2021.
Chega esta época e me lembro das férias no Rio na minha adolescência.
“Chamego divertido, um clima meio libertino. De sol, de sal de mar.” Como diz a música do Cidade Negra.
Era assim mesmo. Acordávamos tarde e o destino era sempre a praia.
Não qualquer praia. Havia um tesouro sempre menos explorado na Zona Sul carioca: a Praia do Diabo, localizada entre o Arpoador e o Posto 6 em Copacabana.
O nome é uma alusão ao mar violento naquele ponto quando há uma mudança extrema no tempo. Mas a parte negativa fica só nisso.
Sem dúvidas, é uma das praias mais bonitas do Rio de Janeiro. Ali a natureza te envolvia.
Leia Também
Zeca, surfista de longa data, era figura carimbada no Diabo.
Nas férias, religiosamente às 11 horas, ele dava aula de surfe de peito, mais conhecido como “jacaré”, todos os dias.
Famosa pelas ondas tubulares em formato ideal, a Praia do Diabo era meu lar nas férias. Não sou surfista, nunca quis ser, mas curtia muito as aulas e os ensinamentos do Zeca.
Algumas lições nunca foram esquecidas, com as quais podemos fazer algumas analogias com o mercado financeiro: respeite sempre o mar, ele pode ser traiçoeiro quando estamos muito eufóricos; quando furar uma onda, fique esperto, pois há uma segunda sempre maior vindo por trás.
Calma, eu falei segunda onda? Nos dias atuais, essa expressão chega a dar calafrios.
Mas hoje eu não quero falar de coisas que baixem o astral. Quero olhar para a frente e enxergar uma segunda onda do bem, mais forte e que pode te gerar bons ganhos em 2021.
Antes, vamos revisitar um pouco o passado para nos prepararmos melhor para o futuro.
Em 2008, tivemos um panorama muito similar ao que aconteceu em 2020: um evento extremo causando uma desvalorização expressiva nas ações no mundo todo.
A crise financeira de 2008 trouxe pânico e medo aos mercados e, como sempre, é nos exageros que surgem as grandes oportunidades.
Com as ações altamente depreciadas e um cenário menos incerto no horizonte, o grande capital estrangeiro começou a tomar risco e comprar ações líquidas para se posicionar rapidamente em mercados emergentes.
No início de 2009, Itaú, Bradesco, Vale, Petrobras e Ambev, entre outras blue chips, rapidamente tiveram valorizações significativas no movimento que costumamos chamar de primeira onda.
Quando esses ativos logo ficaram bem precificados, os olhares não só do investidor estrangeiro, mas também dos institucionais brasileiros, se voltaram para o segundo escalão da Bolsa: as conhecidas microcaps e small caps.
Vimos movimentos de 200%, 300% e até 400% em ações desse nicho na Bolsa, principalmente bancos pequenos e incorporadoras, no que chamamos de “efeito segunda onda”. Enquanto as ações líquidas da primeira onda subiram 50%, 60%, 70%, tivemos movimentos exponenciais nas pequenas notáveis da Bolsa.
Esse cenário não foi algo pontual. Ele voltou a acontecer no começo de 2016, quando, após um quadro econômico recessivo vivido pelo Brasil, a Bolsa começou a se recuperar com o impeachment de Dilma Rousseff e o início do novo governo de Michel Temer.
Mais uma vez, as ações líquidas andaram na frente, subindo mais de 100% entre 2016 e 2017, enquanto a segunda onda em várias microcaps e small caps gerou retornos de 200% a 300% no mesmo período.
Corta para os dias de hoje e cá estamos nós, vendo a história se repetir.
Em novembro e dezembro, observamos um forte fluxo estrangeiro entrar na Bolsa brasileira em busca de ativos a preços convidativos. Há muito tempo o gringo não pisava por aqui com tanta disposição, e decidiu ir com tudo nas ações líquidas para se posicionar rapidamente em Brasil.
Resultado: o Ibovespa saiu de 94 mil pontos para 119 mil em um pulo — mais de 26% em dois meses. A Petrobras (PETR4) subiu 49%; a Vale (VALE3) teve alta de 44%; o Itaú (ITUB4), +35%; o Banco do Brasil (BBAS3) se valorizou 32%; e a Ambev (ABEV3), 31%. Tudo isso em dois meses. A primeira onda chegou para valer.
E as small caps e microcaps? Como era de se esperar, a grande maioria acabou ficando para trás e ainda está bem descontada. Não poderíamos estar em melhor momento para investir nessas pequenas notáveis. Serão as protagonistas da segunda onda em breve.
Enxergo as ações líquidas ainda muito fortes no início de 2021, sendo catapultadas pelo fluxo estrangeiro, que, na minha opinião, continuará este ano. Mas, rapidamente, vejo as blue chips atingindo seus valores justos e é aí que a segunda onda surge com força.
Não sabemos quando será o gatilho para esta segunda onda. Por isso, entendo que você deva estar preparado com uma carteira bem equilibrada e diversificada de microcaps para 2021.
Mas, Max, quero saber quais são as melhores microcaps para eu investir em 2021.
Vamos falar em poucas linhas sobre as teses de investimento.
A Cury é a incorporadora com as maiores margens dentre as listadas. Focada em baixa renda há décadas, possui um método construtivo único e consegue atingir altos índices de performance nas vendas. Em um cenário de taxas de juros em patamares baixos, mais pessoas conseguem acessar linhas de financiamento imobiliário, o que tem sido uma das grandes alavancas de crescimento para a empresa, que se beneficia do programa Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida). A Cury tem mostrado forte crescimento de lucros nos últimos anos e será uma grande pagadora de dividendos em 2021.
A Ambipar possui uma proposta única de valor: ajudar empresas a desenvolver as melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG), tendência que veio para ficar. Atua em dois diferentes segmentos que têm mostrado altas taxas de crescimento: gestão de resíduos e prevenção de acidentes. A Ambipar se beneficia por ser a líder de mercado em ambos os nichos, conquistando uma base de clientes diversificada, com um time de gestão experiente e um sólido track record. Capitalizada, realizará importantes aquisições em 2021, podendo aumentar consideravelmente o seu tamanho nos próximos anos.
Essas são apenas duas recomendações, mas o mais importante é você estar posicionado com um portfólio equilibrado e diversificado de microcaps.
Assim, você poderá surfar esta segunda onda do bem da melhor forma. Está preparado?
O momento é agora. Mais adiante, seu bolso vai agradecer.
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell