🔴 IPCA-15 DE ABRIL DESACELERA – VEM AÍ SELIC A 10,50% OU 10,25? SAIBA ONDE INVESTIR

Jasmine Olga
Jasmine Olga
É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
A TESE (FURADA) DO ANO

Por que a tese de reabertura fracassou na bolsa e arrastou as ações do Magazine Luiza (MGLU3) e outras apostas para o buraco

A pandemia ainda não acabou, mas a reabertura econômica já é uma realidade. As ações da bolsa, no entanto, não responderam como o esperado

Jasmine Olga
Jasmine Olga
29 de dezembro de 2021
6:29 - atualizado às 12:42
Loja do Magazine Luiza em Dourados (MS)
Apenas cinco setores caminham para fechar dezembro no azul na B3 - Imagem: Shutterstock

A esperança de que as vacinas contra o coronavírus trouxessem de volta o “velho normal”, com a reabertura econômica e o retorno da vida pré-pandemia, dominou as bolsas globais no primeiro semestre, mas seis meses depois, o processo ainda não se encerrou.

Enquanto o hemisfério norte via o início do processo de vacinação e vislumbrava um verão agitado e “normal”, o Brasil demorou a autorizar o início da imunização. O atraso não impediu que o mercado local também vislumbrasse uma luz no fim do túnel e a retomada das ações ligadas à economia doméstica. 

A decisão do governo do Estado de São Paulo de acelerar o processo deu gás extra para a bolsa e eu cheguei a ouvir analistas e economistas para entender como a reabertura da economia poderia mexer com o seu bolso. As projeções, no entanto, não se confirmaram e as ações do setor de varejo, shoppings e turismo amargam perdas significativas no ano.

Até mesmo empresas que dependiam menos do processo de reabertura, como o Magazine Luiza (MGLU3), naufragaram no segundo semestre de 2021.

Na época da matéria, o maior risco para a tese era o de um entrave maior que não permitisse a chegada de doses suficientes ou o fiasco da campanha de vacinação, o que não se confirmou. As vacinas chegaram e em poucos meses uma parcela relevante da população adulta estava imunizada. Então, o que deu errado?

Por incrível que pareça, a resposta está naquele primeiro texto cheio de otimismo, quando um analista afirmou que “a recuperação econômica depende da confiança e você só se sente confiante quando enxerga um cenário melhor". 

A vacina chegou... e a bolsa caiu

Pois é, a vacina chegou, mas a reabertura efetiva da economia coincidiu com uma pitada de caos. De um lado, o desemprego em alta e a inflação corroíam a renda das famílias. Do outro, o Banco Central iniciou uma rígida elevação dos juros e Brasília passou meses em pé de guerra. 

O resultado foi um ambiente macroeconômico sufocante que fez com que a bolsa brasileira não só saísse das máximas, como também nadasse na direção contrária dos demais índices globais. 

O consenso do mercado não foi atingido, mas Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, não acha correto jogar a culpa nas costas apenas nas teses de reabertura.

“Não é que a tese de reabertura deu errado, a renda variável no Brasil deu errado. Tudo foi muito mal na bolsa.”

Enquanto os principais índices das bolsas norte-americanas acumulam altas e recordes sucessivos, apenas cinco setores caminham para fechar dezembro no azul aqui na B3, de acordo com levantamento da Nova Futura:

  • petroquímica, ajudada pelo bom desempenho da Braskem
  • frigoríficos, com alta exposição ao mercado internacional e dólar
  • óleo e gás
  • celulose e papel
  • telecomunicações (tradicionalmente um setor defensivo e descorrelacionado da bolsa). 

Nomeando os bois

Para um gestor ouvido pelo Seu Dinheiro, o mercado financeiro superestimou o destino da poupança recorde registrada durante a quarentena e o potencial que a demanda reprimida dos piores meses da pandemia teriam na economia.

Já Borsoi aponta outros culpados para o desempenho pífio do varejo e consumo. O principal foi o timing. Como o grande ganho de reabertura foi no primeiro semestre, quando o Brasil ainda enfrentava a segunda onda do coronavírus e novas medidas restritivas, não foi possível colher todos os frutos deixados pelo exterior positivo.

Quando a reabertura de fato começou por aqui, já era tarde, e os olhos dos investidores já estavam voltados para a elevação dos juros, inflação e as novas cepas que começavam a assombrar a Europa. 

“O grande ponto é que se a gente tivesse antecipado o processo de inoculação da população, provavelmente teríamos um baita primeiro semestre. Nosso problema nunca foi a capacidade de vacinar e sim a falta de imunizantes. Se não fosse isso, teríamos tido uma primeira metade de ano extraordinária e surpreendente”. 

O economista também cita um elemento típico do setor varejista para explicar o desempenho ruim das empresas na bolsa, o que inclui as empresas de comércio eletrônico como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3).

Com múltiplos esticados e os investidores precificando as empresas quase que à perfeição, as companhias desabaram ao frustrar expectativas, mesmo que tenham continuado a crescer no terceiro trimestre. 

No setor aéreo, a inflação figura como a principal vilã. A única projeção que parece ter se confirmado é a da volta dos brasileiros aos shoppings centers. A maior circulação de pessoas, no entanto, não necessariamente se torna receita, já que a renda corroída das famílias limita os gastos com o varejo discricionário. 

Comprar ou vender bolsa?

Para Daniel de Paula, fundador da Nexgen Capital, o atual desconto de algumas empresas de varejo, tecnologia e construção não se justifica e as ações devem voltar aos seus preços justos. 

“Temos muita oportunidade. Quem ainda não tem posição nessas companhias e está pensando em entrar agora, eu sugiro o início da montagem de posições, mas aos poucos. O cenário ainda é desafiador e é provável que tenhamos uma piora antes de uma melhora mais consistente.” 

A recuperação não deve acontecer de uma hora para outra. Por isso a recomendação só é válida para quem enxerga a bolsa como um investimento de longo prazo.

Já para aqueles que possuem posição nesses papéis e não precisam de liquidez no momento, de Paula recomenda paciência. “Não é porque o meu vizinho vendeu a casa dele 30% abaixo do valor que ela vale que eu também farei o mesmo. Empresas de qualidade vão sair dessa crise ainda mais fortes assim que sairmos do ambiente macro hostil.”

Leia também:

Compartilhe

BRIGA PELO TRONO GRELHADO

Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta

21 de setembro de 2022 - 8:01

Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23

15 de setembro de 2022 - 19:12

O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB

15 de setembro de 2022 - 7:42

As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional

FECHAMENTO DO DIA

Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17

14 de setembro de 2022 - 18:34

O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo

14 de setembro de 2022 - 7:44

Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar