A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quarta-feira (25), Glaidson Acácio dos Santos, dono de uma empresa acusada de aplicar golpes financeiros em bitcoin (BTC). A polícia encontrou 20 milhões em espécie e barras de ouro no apartamento de Glaidson.
De acordo com a investigação, a empresa de Glaidson, a GAS Consultoria Bitcoin, é acusada de operar um sistema de pirâmides financeiras em criptomoedas. Os anúncios prometiam retornos de mais de 10%, o que não é permitido pelas regras da CVM.
A ação de hoje foi denominada Kryptos, uma referência aos ativos com os quais a GAS Consultoria lidava. No total, foram cerca de 120 policiais federais cumprindo sete mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.
Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo certo que aproximadamente 50% dessa movimentação ocorreu nos últimos 12 meses. Se condenados, os infratores poderão cumprir pena de até 26 anos de reclusão.
O ‘Novo Egito’
No último domingo (22), o programa Fantástico revelou um esquema de pirâmide que está sendo investigado pelo Ministério Público (MP), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e também pela Polícia Federal em Cabo Frio, no Rio de Janeiro.
A cidade ganhou o apelido de “Novo Egito” pela quantidade de esquemas de pirâmide que surgiram no local. Nós explicamos como funciona e como se prevenir de esquemas de pirâmide aqui no Seu Dinheiro.
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E tem mais
O dia foi duro para a reputação das criptomoedas. Como se não bastasse a prisão de Glaidson, a Operação Vita Continuat (“Vida que Segue”, em latim) também focou em golpes envolvendo bitcoin.
A Vita Continuat é um desdobramento da Operação Egypto, que também foca em esquemas de pirâmide e promessas de lucros astronômicos. A polícia federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão, nas cidades de Dois Irmãos, Estância Velha (RS), Florianópolis (SC), São Paulo e Suzano (SP).
A investigação indica manobras para ocultação de patrimônio por sócios da principal empresa investigada na Operação Egypto, a InDeal, deflagrada em maio 2019.
Dados coletados em análises de documentos e mídias apontaram que alguns dos sócios mantiveram negócios com patrimônio em nome de terceiros, bem como buscaram acesso ao capital acumulado antes da primeira fase da Operação Egypto.
Não deixe de conferir os mitos e verdades envolvendo o bitcoin e outras criptomoedas. Apesar das notícias, as moedas digitais não são dinheiro de tráfico ou usadas exclusivamente para fins ilícitos.