Militar recebe cargo no Ministério da Saúde cobiçado pelo Centrão
O coronel Luiz Otávio Franco Duarte, nome levado pelo ministro interino Eduardo Pazuello, foi nomeado nesta quarta-feira, 27, para comandar a secretaria.

Na mira de partidos Centrão, o cargo de Secretário de Atenção Especializada (Saes) do Ministério da Saúde ficará nas mãos da ala militar do governo. O coronel Luiz Otávio Franco Duarte, nome levado pelo ministro interino Eduardo Pazuello, foi nomeado nesta quarta-feira, 27, para comandar a secretaria.
A vaga estava prometida desde a gestão de Nelson Teich ao médico Marcelo Campos Oliveira, que atualmente ocupa uma diretoria na estrutura da Saes. Ainda que indicado pelo ex-ministro, o nome de Oliveira passou pelo aval de líderes do Progressista (antigo PP) e do PL, que participam de discussões recentes sobre ocupação de cargos do governo Jair Bolsonaro.
Como mostrou o Estadão, a ala militar do Palácio do Planalto, até então crítica à chamada "velha política", tem negociado a entrada de partidos do bloco no governo. Os acordos, com aval do presidente Jair Bolsonaro, tem sido capitaneados pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo e general da ativa, Luiz Eduardo Ramos. O ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, também general, eventualmente participa das conversas que ocorrem dentro do Palácio do Planalto. O encontro dos dois extremos foi apelidado em Brasília de "Centrão Verde-Oliva" e acumula discórdia e desconfiança em todos os lados.
A secretaria que será comandada pelo coronel Luiz Duarte é cobiçada por liberar recursos para custeio de leitos em hospitais de todo o País. Durante a pandemia, a Saes já autorizou bancar R$ 911,4 milhões para o funcionamento, por 90 dias, de 6.344 quartos de UTI específicos para a covid-19.
O Ministério da Saúde já nomeou mais de 20 militares a cargos comissionados desde a chegada de Pazuello e cerca de outros 20 ainda devem entrar na pasta. O ministro interino tem dito que a passagem de militares pela Saúde é temporária, por cerca de 90 dias, para enfrentar a pandemia da covid-19.
Na leitura de técnicos da Saúde que acompanham discussões sobre distribuição de cargos, a ala militar deve escolher nomes estratégicos durante a pandemia. A medida evitaria desgastes, dizem as mesmas fontes.
Leia Também
O comando da Saes ficou vago no último dia 13, quando foi demitido o administrador de empresas Francisco de Assis Figueiredo, que havia sido indicado pelo Progressistas ainda no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Durante as tratativas para sucessão na secretaria, o ex-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) Mauro Junqueira chegou a ser convidado ao cargo, mas a negociação se encerrou quando partidos pediram a vaga.
Oliveira afirmou ao Estadão que sua indicação à Saes foi técnica, baseada na sua "competência e expertise", e não teve relações com tratativas de partidos. Ele disse que comandou o diretório PSL, em Mogi das Cruzes (SP), a convite de deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), mas que não tem relações com partidos do Centrão e nem sequer mostra "empatia" pelos ideais destas siglas.
Com a nomeação de Duarte, três das sete secretarias do Ministério da Saúde estão ocupadas por militares. Além do novo chefe da Saes, são eles o general Eduardo Pazuello (secretário-executivo e ministro interino) e o coronel Robson Santos Silva (secretário de Saúde Indígena, nomeado ainda na gestão de Luiz Henrique Mandetta).
Outras três diretorias (Ciência e Tecnologia; Vigilância em Saúde, Atenção Básica) estão com chefes substitutos. Completa a cúpula da pasta a secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Mayra Pinheiro, nomeada no começo do governo Jair Bolsonaro.
Procurado para comentar sobre indicações do Centrão e da ala militar, o Ministério da Saúde disse que as nomeações feitas "envolvem profissionais capacitados e com experiência em lidar com situações de crise". Apesar do avanço de casos da pandemia no País, a pasta alega que "a estratégia de resposta brasileira à covid-19 não foi prejudicada em nenhum momento."
Atualização: Caminhoneiros mantêm paralisação em rodovias de 14 Estados e interdição em 5
Segundo a pasta há impedimento nos estados da Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina
Bônus sugerido por Bolsonaro para quem economizar energia é exagerado, apontam especialistas
A avaliação dos técnicos é que a recompensa no valor sugerido é exagerada, uma vez que representaria um montante de R$ 1 mil por megawatt-hora (MWh); a tarifa média paga pelos consumidores residenciais hoje está em R$ 607,60 por MWh
Esquenta dos mercados: Crise hídrica deve pressionar a bolsa hoje; exterior opera com cautela antes do Simpósio de Jackson Hole
No radar, Paulo Guedes, Ministro da Economia, e Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência, têm participação em eventos hoje
Governo define regras para redução voluntária de energia; veja como funciona o programa e valores
O programa, de caráter “excepcional e temporário”, terá duração até 30 de abril de 2022 e já havia sido anunciada pelo ministro Bento Albuquerque no final de junho
Discussão sobre tributação do consumo não afasta debate sobre Imposto de Renda, diz relator da reforma
Para o deputado, o Congresso adotou uma estratégia acertada ao fatiar a discussão da reforma tributária, o que tem dado resultados
Crise hídrica no radar — Governo solicita estudos para preservar água em reservatórios
Com o agravamento da crise hídrica, o governo sinalizou preocupação com o abastecimento de energia no período de chuvas do próximo ano.
Bolsonaro recria Ministério do Trabalho e Previdência com poder sobre FGTS e FAT
Diário Oficial da União traz a decisão do presidente de recriar a pasta, além da nomeação de Onyx Lorenzoni para comandá-la
Ciro Nogueira aceita convite de Bolsonaro para chefiar Casa Civil
No último dia 22, Bolsonaro confirmou o convite a Nogueira e a recriação do Ministério do Trabalho e Previdência, que antes fazia parte da pasta de Paulo Guedes
Governo federal prepara MP que abre caminho para racionamento de energia
Intenção é criar um comitê de crise que terá o poder de adotar medidas como a redução obrigatória de consumo e acionamento de termoelétricas
Em dia de exterior misto, dados do Caged e fala de Guedes devem movimentar bolsa
Sem o exterior para dar o tom, Ibovespa fica de olho no cenário interno para crescer, e os dados de emprego quem ditarão o tom
Ministro de Minas e Energia descarta apagão, mas fala em ações ‘excepcionais’
O País entrou no período de seca com o pior volume de chuvas registrado nos reservatórios em 91 anos, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrica
Dólar se destaca e recua mais de 2%, mas bolsa ganha no saldo do mês ao avançar 6%
Na sessão de hoje, o Orçamento de 2021 e a vacinação em solo nacional continuaram sendo os fatores mais relevantes para o mercado. A bolsa fechou no vermelho enquanto o dólar recuou mais de 2%
Dólar tem forte queda, mas Ibovespa reflete cautela com texto do Orçamento 2021 e novo pacote de Biden
As mudanças de comando em Brasília seguem chamando a atenção dos investidores, mas o mercado prefere esperar pela apresentação do novo pacote de Biden
Câmara e Senado jogam impasse do Orçamento para ministério da Economia
Em mais um capítulo da briga pelo Orçamento, as duas Casas do Congresso federal entraram em choque
À espera de fala de Biden sobre pacote de estímulos, bolsa brasileira deve viver sua própria história
Enquanto o mundo espera a fala de Joe Biden sobre o pacote de estímulos ao setor de infraestrutura, o Brasil deve repercutir o cenário interno
Ibovespa deixa tensão em Brasília e em NY para trás e avança forte; dólar fica estável
Mesmo com exterior negativo, mercado financeiro brasileiro repercutiu de forma positiva a reforma ministerial que deu mais poder ao Centrão e investidores aproveitaram para ir atrás dos setores descontados
Ibovespa avança 1% mesmo com dança das cadeiras em Brasília e aversão ao risco em NY; dólar recua
A pandemia avança e pressão do Centrão deve retirar mais ministros de suas cadeiras. Mercado digere de forma positiva a reforma ministerial, focando na possibilidade de andamento das reformas
Mercado deve digerir reforma ministerial enquanto futuros de NY recuam
A pandemia avança e pressão do Centrão deve retirar mais ministros de suas cadeiras
Crédito para novo Benefício Emergencial deve ser de até R$ 9 bi
O governo estima que a nova rodada de reduções de jornada e salário ou suspensões de contrato deva alcançar entre 2,7 milhões e 3 milhões de trabalhadores com custo entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões
Bolsonaro anuncia Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde
Cardiologista substituirá o general Eduardo Pazuello no comando da pasta, que já teve três ministros desde o começo da pandemia de covid-19