Após a confirmação da fraude nos balanços do IRB Brasil, o Credit Suisse decidiu rebaixar a recomendação para as ações da empresa de resseguros de neutra para "underperform" — equivalente a venda.
Os analistas também reduziram drasticamente o preço-alvo dos papéis, de R$ 43 para R$ 7,50. O novo valor representa um potencial de queda de 31,8% em relação ao fechamento de ontem.
No pregão desta quarta-feira, as ações do IRB tiveram mais um dia de queda expressiva e fecharam a R$ 10,19, um recuo de 7,36% no dia.
Com base nos números "reais" da resseguradora publicados nesta semana, os analistas refizeram as contas e chegaram à conclusão de que as ações estão caras, mesmo com a queda acumulada de mais de 70% neste ano.
Nas contas do Credit Suisse, a rentabilidade "sustentável" do IRB situa-se ao redor dos 13%, significativamente abaixo dos 37% que a resseguradora reportava em seus balanços maquiados. Nos próximos dois anos, o retorno deve ser ainda menor e ficar na casa de um dígito.
Esse patamar seria "altamente inconsistente" com as cotações da resseguradora na bolsa, que são negociadas por um valor equivalente a 2,9 vezes o patrimônio líquido, segundo os analistas.
Embora tenha cortado a recomendação, o Credit Suisse considera que a nova direção que assumiu o IRB após a crise de confiança está no caminho certo. “Devemos reconhecer a notável melhoria na divulgação e transparência”, escreveram os analistas, em relatório.