Bancos distribuem R$ 52 bilhões em dividendos a seus acionistas em 2019
Para este ano, porém, o valor dos dividendos pode ser menor por conta do menor volume de crédito fornecido pelos grandes bancos

Os grandes bancos, com exceção do Itaú Unibanco, ampliaram o volume de dividendos distribuídos a seus acionistas em 2019: foram mais de R$ 52 bilhões, volume quase 26% maior que o de 2018.
Para este ano, porém, o valor pode ser menor. Isso porque o maior apetite dos bancos para emprestar em meio à retomada da economia brasileira, principalmente para pessoas físicas e pequenas e médias empresas, deve levar o setor a fechar um pouco a mão quando olhar para os resultados futuros.
O Itaú Unibanco já seguiu esse caminho. O banco distribuiu 66,2% do lucro líquido recorrente de 2019, ante 89,2% no ano anterior. A diminuição na proporção de dividendos se refletiu diretamente no bolso dos acionistas da Itaúsa, holding que controla o banco.
A porcentagem do lucro líquido distribuído, chamado de payout, passou de 94%, em 2018, para 68% no ano passado - menor nível desde 2016. Com a redução, os dividendos foram um dos temas abordados na teleconferência feita com investidores e analistas na semana passada.
O presidente da Itaúsa, Alfredo Setubal, explicou que essa queda não antecipa um novo investimento da holding, mas tem relação com o Itaú Unibanco, que representa praticamente 90% do portfólio de investimentos. O banco resolveu, segundo ele, dividir um menor volume de recursos com seus acionistas uma vez que espera ter um maior uso de capital ao longo deste ano, ou seja, vai emprestar mais.
Desde 2017, o Itaú revisou sua política, colocando no lugar de um teto uma série de critérios para o cálculo dos dividendos. O crescimento do crédito, sob a ótica do risco, é um deles.
Leia Também
Para tranquilizar os investidores, Setubal recorreu à elevada rentabilidade do Itaú, que é líder entre seus pares. "A capacidade de o banco gerar retornos dentro da sua política de crédito é melhor para seus acionistas do que simplesmente distribuir dividendos e usar taxas de retorno inferiores às que o banco aplica", explicou o presidente da Itaúsa, desde 2015 no comando da holding após anos no dia a dia como executivo do banco.
'Superdividendo'
Na contramão, o rival Bradesco aumentou a distribuição de dividendos no ano passado. O payout bruto do banco foi de 73,9%, ante 40,3% em 2018. O salto ocorreu por causa de um "superdividendo" de R$ 8 bilhões. O banco creditou a bolada às perspectivas frustradas com a economia brasileira no ano passado.
Como o crescimento não veio, o Bradesco achou melhor dividir o dinheiro com seus acionistas. Até mesmo porque muito capital pressiona o retorno, principalmente no seu caso, que tenta retomar o posto de segundo banco mais rentável do Brasil, hoje nas mãos do Santander. "Não é uma obsessão, mas é o nosso objetivo lá na frente", disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em recente entrevista ao Estadão/Broadcast.
Somado ao crédito, os bancos terão o que o presidente do Itaú, Candido Bracher, resumiu como "ventos contrários" nos resultados de 2020. As instituições financeiras serão afetadas pelo efeito das novas regras do cheque especial, cujos juros foram limitados em 8% ao mês, pelo aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que passou de 15% para 20% na reforma da Previdência, e pela Selic média inferior à do ano passado.
Para o diretor de renda variável de uma gestora, apesar das pressões negativas que os bancos enfrentam neste ano as instituições têm capacidade de compensar tais efeitos e, consequentemente, manter gordos níveis de dividendos. "Os bancos podem conseguir gerar capital suficiente, eventualmente, para pagar mais dividendos e ainda originar mais crédito", avalia ele, na condição de anonimato, que também vê o crédito como fator determinante para a distribuição de dividendos referentes ao ano de 2020.
É o caso do Santander Brasil. O espanhol prometeu manter elevado nível de payout ao mesmo tempo que tem capital em excesso para continuar crescendo como nos últimos anos. "Como fizemos no ano passado, dependendo da evolução e de como usamos o capital, ajustaremos, considerando o ganho final", disse o vice-presidente executivo do Santander Brasil, Angel Santodomingo, em recente conversa com o mercado.
Embora o banco tenha distribuído em torno de 70% do seu lucro nos últimos anos, o executivo preferiu ser conservador. Manteve, ao menos por ora, a referência de 50% de payout para 2020.
Teto para distribuição
O Banco do Brasil aprovou, no início do ano passado, a revisão da política específica de remuneração aos acionistas. Assim, passou a fixar, ao contrário do concorrente Itaú, um teto para a distribuição do lucro líquido. Para 2020, o banco manteve o intervalo de payout esperado entre 30% e 40%, o mesmo estabelecido no ano passado.
Para 2021, a situação fica mais crítica com o risco de os dividendos, hoje isentos, passarem a ser tributados na reforma tributária. Como qualquer mudança no Imposto de Renda responde ao princípio da anualidade, um eventual pedágio para os acionistas, mesmo que aprovado este ano, começaria a valer somente no exercício seguinte.
Por ora, apenas os juros sobre capital próprio (JCP), também considerados para efeito de distribuição de dividendos, são tributados, uma vez que são recolhidos na fonte e entram na conta fiscal dos bancos.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
CPFL (CPFE3), Taesa (TAEE11), Embraer (EMBR3) e SLC Agrícola (SLCE3) vão distribuir quase R$ 4 bilhões em dividendos
A maior fatia é da CPFL, que pagará R$ 3,2 bilhões em proventos adicionais ainda sem data definida para pingar na conta dos acionistas
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Yudqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) vão distribuir R$ 270 milhões em dividendos; veja quem mais paga
A maior fatia dos proventos é da Yudqs, que pagará R$ 150 milhões em proventos adicionais no dia 8 de maio
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Crédito do Trabalhador: BB anuncia mais de R$ 2,1 bilhões em desembolsos no empréstimo consignado
Programa de crédito consignado do BB prevê uso da rescisão e do FGTS para quitação do empréstimo em caso de demissão.
Engie (EGIE3) distribui mais R$ 715 milhões em dividendos e total pago no ano chega a R$ 1,8 bilhão; confira os prazos
O montante anunciado agora se junta aos R$ 1,2 bilhão previamente anunciados pela companhia de energia em 2024
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
Consórcio formado por grandes empresas investe R$ 55 milhões em projeto de restauração ecológica
A Biomas, empresa que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, planeja restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia e gerar créditos de carbono
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Nubank (ROXO34) recebe autorização para iniciar operações bancárias no México
O banco digital iniciou sua estratégia de expansão no mercado mexicano em 2019 e já conta com mais de 10 milhões de clientes por lá