Só na 2ª metade da década teremos ritmo pré-covid, diz Mesquita, do Itaú
Segundo economista-chefe do banco, é preciso aguardar o resultado do segundo trimestre para confirmar a magnitude da recessão de 2020 – o Itaú projeta -4,5%

Apesar de o primeiro trimestre ter sentido pouco a crise econômica decorrente da pandemia, dado que a quarentena começou apenas no fim de março, o período concentrou alguns dos piores dias de atividade econômica que o País deverá registrar no ano.
"Em termos de PIB, o pior momento será o segundo trimestre. Em termos de atividade diária, o fundo do poço foi no fim de março e início de abril", diz o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita.
Segundo ele, é preciso aguardar o resultado do segundo trimestre para confirmar a magnitude da recessão de 2020 - o Itaú projeta -4,5%. Para se recuperar dessa queda histórica, serão necessários anos, acrescenta. "Para atingir o nível que chegaria sem a pandemia, mantendo a trajetória de crescimento que tínhamos, provavelmente só na segunda metade da década", afirma. A seguir, trechos da entrevista.
Com exceção da última quinzena de março, a economia funcionou normalmente no primeiro trimestre. Essa queda de 1,5% no período significa que a atividade já estava em desaceleração ou ela é relativa a esses últimos 15 dias de março mesmo?
É difícil dizer. A gente começou a calcular o indicador de atividade diária no início da quarentena. Os indicadores que tínhamos até março apontavam para um crescimento modesto, em torno de zero, um pouquinho positivo. A economia não estava acelerando muito, mas, de fato, teve um baque forte a partir da segunda quinzena de março. O resultado veio em linha com o esperado. Acho que terá muito mais debate sobre o segundo trimestre, que vai ser decisivo para o PIB do ano.
Não dá então para dizer que a queda de 1,5% está em linha com a retração esperada para 2020? Precisamos esperar o segundo trimestre?
Leia Também
Câmara aprova urgência de duas medidas em meio ao impasse do IOF — e uma deve trazer dor de cabeça para o governo
Com certeza. Para o segundo trimestre, a gente espera queda de 10,6% e, com isso, fechamos o ano com -4,5%. Mas outras instituições estão projetando queda de 15%. Aí, a queda no ano fica na faixa de 6% ou 7%. Todos os trimestres contam, mas a informação do segundo trimestre vai ser muito importante, dado que a gente espera que, no terceiro trimestre, estejamos saindo do distanciamento social.
Qual o impacto da crise política na economia?
Tudo que traz incerteza é ruim para a atividade econômica. Instabilidade política, na medida em que torna o futuro da agenda de reformas e da condução das políticas econômicas mais incerto, também atrapalha a retomada.
Os Estados Unidos e a Europa estão com pacotes fiscais para impulsionar a recuperação econômica. Esse caminho é viável para o Brasil?
A gente já vai ter um déficit primário neste ano superior a 10% do PIB. Acho que o espaço fiscal está sendo usado. Na verdade, a gente nem tinha espaço. Mas me parece que, no Brasil, o peso da retomada ainda recai sobre a política monetária. A política monetária e o crédito serão os instrumentos para a recuperação. Segundo nosso indicador de atividade diária, o fundo do poço foi na virada de março para abril. Desde aí, a atividade veio se recuperando com idas e vindas. O indicador era 100 antes da crise. No pior momento, caiu para 55 e, agora, tem oscilado entre 65 e 75. Então, já houve uma recuperação. Para ter uma recuperação mais consistente, precisamos superar o distanciamento social, que, por sua vez, requer que a gente vire a curva da pandemia.
O número de novos casos de covid-19 ainda é crescente. A atividade diária não pode, portanto, voltar ao fundo do poço?
Essa é uma preocupação. Mas achamos que, em termos de PIB, o pior momento será o segundo trimestre. Em termos de atividade diária, o fundo do poço foi no fim de março e início de abril.
Quanto tempo o País deve levar para voltar ao nível pré-pandemia?
Ao nível pré-covid, a expectativa é que volte em meados de 2022. Agora, para atingir o nível que chegaria sem a pandemia, mantendo a trajetória de crescimento que tínhamos, provavelmente só na segunda metade da década. Pode acontecer algum choque positivo, que a economia comece a crescer mais, as reformas comecem a ter mais efeito. Mas, olhando tendência, com certeza não antes de 2022, 2023, provavelmente depois disso.
Qual é o cenário para o mercado de trabalho?
A taxa de desemprego vai subestimar a real deterioração do mercado de trabalho, porque, para a pessoa contar como desempregada, ela tem de estar procurando emprego. No momento em que você tem regras de distanciamento social, muita gente não consegue procurar emprego. Esse contingente não vai aparecer na estatística. O desemprego provavelmente vai continuar subindo até, talvez, a metade ou o fim do terceiro trimestre.
Chegou chegando: Pix Automático começa a ser oferecido pelos bancos nesta segunda-feira (16)
Nova modalidade pretende substituir débito automático e boletos
Agenda econômica: Super Quarta e outras decisões de juros dominam a semana; veja o que você precisa saber para navegar o mercado
Decisões de juros nos EUA, Brasil, Reino Unido, Japão e China marcam uma das semanas mais carregadas de 2025 — e exigem atenção redobrada dos investidores
Taxação de LCI e LCA, JBS (JBSS32) nos EUA e Petrobras (PETR4) enfrenta desafios — confira o que foi notícia na última semana
Apesar da semana do Dia dos Namorados ter chegado ao fim, muitas notícias importantes se destacaram entre as mais lidas do Seu Dinheiro
Desempenho da economia será decisivo nas eleições de 2026, não o tamanho do déficit fiscal, diz Haddad
O chefe da pasta econômica defendeu que, se a economia estiver indo bem, aumentam as chances de reeleição do presidente Lula
Você deveria estar se preparando para o pior no conflito entre Israel e Irã. Como proteger seu patrimônio desde já?
O Seu Dinheiro conversou com especialistas para entender por que você não deve esperar a situação se agravar para começar a pensar no melhor para os seus investimentos
“Israel só vai parar quando destruir toda a capacidade nuclear do Irã”: quais os impactos do ataque para a economia global?
O Seu Dinheiro ouviu especialistas, que contam os riscos de o conflito escalar para uma guerra entre israelenses e iranianos e como isso mexe com o bolso de quem investe
‘Declaração de guerra de Israel’: Petróleo dispara 8% com ataque histórico ao Irã; bolsas caem no mundo todo e dólar ganha força
A ofensiva de Israel matou líderes militares do Irã e cientistas nucleares de alto escalão. À ONU, Teerã classificou os ataques como “declaração de guerra”
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]
Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes
Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas
“Não é aumento de imposto, é correção”: Haddad defende fim da isenção a títulos privados e avalia os impactos no agro e no setor imobiliário
O ministro também voltou a falar que as novas medidas ligadas à alta do IOF vão atingir apenas os mais ricos
Motta diz ter comunicado ao governo reação negativa do Congresso a mudanças tributárias e defende isenção para financiar agro e imóveis
No Brasília Summit, presidente da Câmara defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários
Sortudo embolsa quase R$ 15 milhões com a Quina, e Mega-Sena acumula em R$ 90 milhões; veja os resultados dos sorteios de terça (10)
Não é só a Mega-Sena que pode fazer um novo milionário em breve: outras cinco loterias estão acumuladas — e com prêmios de mais de R$ 1 milhão
Adeus, poupança: Banco Central corre atrás de alternativas para o financiamento imobiliário diante do desinteresse pela caderneta
Com saques em massa e a poupança em declínio, o presidente do BC afirmou que se prepara para criar soluções que garantam o financiamento da casa própria
O Brasil vai ser cortado? Moody’s diz o que pode levar ao rebaixamento do rating do país
Em evento nesta terça-feira, a analista responsável pela nota de crédito brasileira listou os pontos fortes e fracos do país
Haddad confirma IR de 17,5% para investimentos e 20% para JCP, e diz que medidas só atingem “os moradores da cobertura”
Ministro da Fazenda se reuniu hoje com o presidente Lula para apresentar pacote discutido no domingo com líderes do Congresso
O caminho do bem: IPCA de maio desacelera, fica abaixo das estimativas e abre espaço para fim do ciclo de alta da Selic
Inflação oficial caiu de 0,43% para 0,26%, abaixo do 0,33% esperado; composição também se mostrou mais saudável, embora ainda haja pontos de atenção
Haddad quer reduzir incentivos fiscais, mas ainda não teve apoio de parlamentares; entenda os planos do ministro, que incluem BPC e Fundeb
A equipe econômica também apresentou um quadro das despesas para uma maior compreensão do atual quadro fiscal do país
É recorde de Pix: brasileiros fazem quase 280 milhões de transações em um dia e valor passa de R$ 135 bilhões
O recorde diário anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro de 2024, dia do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, com 252,1 milhões de movimentações
IOF em debate: Congresso não tem compromisso de aprovar as medidas propostas pelo governo, diz presidente da Câmara
Declaração de Hugo Motta aconteceu após reunião de quase seis horas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do Congresso no domingo (8)