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Kaype Abreu
Kaype Abreu
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Colaborou com Estadão, Gazeta do Povo, entre outros.
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‘Obscurantismo’ do governo pesa mais para estrangeiro do que política fiscal e monetária, dizem Persio e Arminio

Em evento online do Santander, ex-presidentes do BC criticam posição do Executivo, defende ao menos a estabilização da dívida e falam do risco da alta de juros

Kaype Abreu
Kaype Abreu
19 de agosto de 2020
13:13 - atualizado às 3:47
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Imagem: Reprodução /Youtube Santander

O ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos, Arminio Fraga, afirmou nesta quarta-feira (19) que a posição "retrógrada" do governo federal pesa mais para o investidor estrangeiro do que a política fiscal e monetária.

A discussão acontece em meio a uma taxa de juros na mínima histórica e ao cabo de guerra dentro do governo envolvendo o teto de gastos - regra que limita o gasto do governo equivalente ao Orçamento do ano anterior, corrigido pela inflação.

"É uma questão que está acima de nós", disse o economista em debate online promovido pelo Banco Santander. "O Brasil tem um posicionamento ruim em relação à Amazônia e à covid-19, fala em armar a população... A qualidade da nossa democracia está sendo questionada".

Fraga estava acompanhado do também ex-diretor do BC Persio Arida, que avaliou de forma semelhante as razões pelas quais o investidor tira dinheiro do país. "O Brasil se colocou como um pária", disse.

"Nas próximas eleições, se o presidente eleito tiver uma visão clara de país, articulação política e boa equipe, conseguirá fazer muito mais", acrescentou o economista.

Para Arida, o "mundo corporativo mudou". Ele disse que, no passado, uma empresa falava apenas em obter lucros, mas que ao longo do tempo houve uma conscientização das companhias de que elas também seriam responsáveis pelo ambiente em que estão. "O mundo corporativo é muito mais sensível do que quarenta anos atrás", afirmou.

Juros, dólar e bolsa

Apesar do adendo sobre o comportamento estrangeiro, ambos defenderam a necessidade do teto de gastos. Arida disse que há pressão para flexibilizar a medida de setores específicos, inclusive empresariais. "É como se o nosso orçamento tivesse sido apropriado por interesses", afirmou.

O economista disse que o problema é que não possível o país crescer tendo uma dívida desordenada - seria preciso estabilizá-la. Já Fraga defendeu a necessidade de se reduzir a dívida.

"Outra coisa que vale a pena ficar de olho é o encurtamento da dívida. A curva dos juros no Brasil está muito empinada. Um belo dia você pode notar que está com a dívida toda curta e daí ter que aumentar o juro", afirmou.

Fraga também argumentou que os juros baixos de hoje seriam suficientes para explicar a alta da bolsa, no Brasil e nos Estados Unidos. "Vai haver uma vitória contra o vírus e isso está precificado".

Já em relação ao dólar, Arida disse que não vê problema na valorização da moeda ante o real. "Podemos fazer hedge e somos um país que estimula o setor exportador", lembrou. "O câmbio ajuda a recuperar a atividade econômica".

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