Economia brasileira deve voltar ao patamar pré-crise apenas em 2022
Hipótese é reiterada por especialistas após IBGE divulgar que o PIB caiu 1,5% no primeiro trimestre; avaliação é de que efeitos da pandemia ainda são incertos e que país já tinha situação frágil antes da crise
A economia brasileira deve voltar ao patamar de antes da crise no final de 2022. A hipótese, considerada otimista, é de especialistas com quem conversei na manhã desta sexta-feira (29), após a divulgação de queda de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.
Avaliação é de que a economia já vinha em um processo de recuperação muito lento após a crise de 2016 e que o cenário político, que estava se deteriorando, não deve melhorar nos próximos anos — impossibilitando as reformas fiscais, vistas por como essenciais para as contas públicas.
Segundo o professor de economia do Insper, Otto Nogami, será decisivo o plano do governo federal para o pós-pandemia, em que deve ser perseguido, na avaliação dele, um processo rápido de recuperação da atividade. "A dúvida que começa a pairar é sobre a capacidade do governo de indução do crescimento", diz.
O economista cita como essenciais a reforma tributária e a administrativa, mas diz que o exemplo da reforma da Previdência — na avaliação dele, descaraterizada — é um indicativo para falta de otimismo.
Para Nogami, por causa de uma fragilidade estrutural da economia, o processo de recuperação não vai ser rápido. "Você não tem mão de obra capacitada e o governo está com as contas estouradas", diz. "A baixa, anteriormente mais no consumo das famílias, estende-se para o setor industrial e de serviços".
Pior ainda não chegou
O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, conta que a casa manteve a projeção de baixa de 5% do PIB neste ano, considerando uma queda de 8% no segundo trimestre — quando a pandemia deve atingir em cheio a economia. "O que ainda está incerto é o horizonte de junho", diz.
Leia Também
A corretora projeta alta de 3% no próximo ano e avanço de 2,5% em 2022, quando então a economia voltaria ao patamar de 2019. O PIB cresceu 1,1% no ano passado, totalizando R$ 7,3 trilhões.

Para o pesquisador associado do FGV IBRE, Claudio Considera, é cedo falar em um prazo para recuperação porque os efeitos da pandemia ainda são muito incertos. "Não consigo ter essa visão porque não sabemos quanto tempo dura esse isolamento", diz. "Estamos numa fase de agravamento da pandemia".
Considera avalia que a pandemia não pode servir de desculpa para o desempenho que já era ruim nos dois primeiros meses do ano. Nogami, do Insper, segue uma linha parecida ao dizer que os dados dos dois primeiros meses refletem o cenário de incerteza política. "Mas o primeiro trimestre é, naturalmente, um período de atividade mais baixa".
Enquanto na comparação com o quarto trimestre o PIB caiu 1,5%, frente aos três primeiros meses de 2019 o recuo foi de 0,3%, segundo o IBGE. "A pandemia pega apenas a segunda quinzena de março. Seu efeito ainda é extremamente insignificante", afirma Nogami.
Volta do consumo pode ajudar
Na avaliação de Sanchez, da Ativa, a economia brasileira deve passar por uma reabertura gradual, guiada pelo consumo das famílias. Segundo ele, haverá uma recomposição da renda na medida em que as pessoas voltarem a trabalhar em horário integral. Hoje, parte das empresas adere a MP 936/2020, que permite redução de jornadas e salários.
O IBGE informou que o consumo das famílias caiu 2% — foi a maior baixa desde 2001. A linha corresponde a 65% do PIB brasileiro. "O processo recessivo agora é diferente", diz Sanchez, que avalia que a crise ainda não é "sistêmica". "Houve estímulos fiscais e monetários relevantes, mas que serão sentidos quando a economia voltar".
Ainda assim, o especialista lembra que a flexibilidade da economia brasileira é menor do que a americana, por exemplo — para bem e para o mal. A queda do número de empregos é menor e menos intensa, mas a contração também pode ser lenta.
Já o pesquisador da FGV, Considera, defende uma mudança na política econômica. "A equipe que está aí não consegue desenvolver nada além desse mantra do ajuste fiscal", diz.
Para ele, a área de saneamento tem "problemas gravíssimos e uma porção de obras a serem finalizadas". "Tem muita coisa que pode ser feita de modo a empregar gente", opina.
Investimentos não vão perdurar
O primeiro trimestre revelou ao menos um dado positivo: o de investimentos. A chamada formação bruta de capital fixo avançou 3,1%, influenciada pelo aumento da importação de maquinas e equipamentos para a atividade de petróleo e gás.
No entanto, é consenso entre especialistas que a tendência não vai se manter, levando em conta a baixa na demanda pela commodity.
Para Considera, havia até o ano passado uma percepção de que o investimento privado aumentaria. Mas, diz ele, a demora para a aprovação da reforma da Previdência e a falta de uma proposta clara para uma reforma tributária assustam os investidores.
"Não virá investimento enquanto tiver esse tipo de incerteza. Agora, com a capacidade ociosa tão grande, as empresas não vão investir", diz o economista.
Mesmo com a crise e sem perspectivas de melhora da economia, a bolsa subiu 10% nas duas últimas semanas, depois do tombo mais de 30% em março. Para Nogami, o movimento pode ser visto como uma aposta na capacidade de recuperação de algumas companhias, considerando que as ações podem estar muito baratas.
Já Sanchez pondera que a bolsa precifica outras coisas que vão além da crise. "Além disso, se o Brasil obtiver um bom desempenho fiscal em meio à crise, pode se sair melhor do que os pares emergentes", diz.
Liquidação do Banco Master é ‘presente de grego’ nos 30 anos do FGC; veja o histórico do fundo garantidor
Diante da liquidação extrajudicial do Banco Master, FGC fará sua 41ª intervenção em três décadas de existência
Investiu em CDBs do Banco Master? Veja o passo a passo para ser ressarcido pelo FGC
Com a liquidação do Banco Master decretada pelo Banco Central, veja como receber o ressarcimento pelo FGC
Debate sobre renovação da CNH de idosos pode baratear habilitação; veja o que muda
Projetos no Congresso podem mudar regras da renovação da CNH para idosos, reduzir taxas e ampliar prazos para motoristas acima de 60 anos
Loterias turbinadas: Bolas divididas na Lotofácil e na Lotomania acabam em 10 novos milionários
Prêmio principal da Lotofácil será dividido entre 14 apostadores, mas só 7 ficaram milionários; Lotomania teve 3 ganhadores, que ainda se deram ao luxo de deixar dinheiro na mesa
Banco Master recebe nova proposta de compra, desta vez de consórcio integrado por investidores dos Emirados Árabes Unidos
Transação está sujeita à aprovação do Banco Central e do Cade e envolveria a compra da totalidade das ações do fundador do Master, Daniel Vorcaro
Disparada do Ibovespa não é mérito do Brasil, mas tropeção dos EUA, diz Mansueto Almeida, do BTG
Economista-chefe do BTG acredita que o Brasil continua empacado com os mesmos problemas e potencial verdadeiro do Ibovespa só será destravado após melhora fiscal
Ibovespa sem freio: Morgan Stanley projeta índice aos 200 mil pontos no fim de 2026, mas há riscos no radar
Apesar da avaliação positiva, o Morgan Stanley vê o aumento das preocupações com o cenário fiscal no país como maior risco para o desempenho do Ibovespa
Black Friday da Samsung: celulares, TVs e eletrodomésticos com até 55% de desconto; veja os destaques
Ar-condicionado, TV, robô aspirador e celulares Galaxy entram na Black Friday da Samsung com descontos e condições especiais de pagamento
Quanto Pelé valeria hoje? A projeção do ChatGPT que supera Mbappé, Haaland e Neymar no mercado global
Simulação mostra o óbvio: o Rei do Futebol teria o maior valor de mercado da história — e poderia quebrar todos os tetos de transferência do futebol moderno.
Lotofácil ‘final zero’ promete R$ 12 milhões em premiações hoje
Além do concurso com ‘final zero’, a Lotofácil acumulou na última rodada. Enquanto isso, de todos as loterias com sorteios programados para a noite de hoje (17), somente uma promete prêmio inferior a R$ 1 milhão.
Feriado no Brasil, mas sem descanso para o mercado: Payroll, ata do Fomc, IBC-Br e balanço da Nvidia estão na agenda econômica
O calendário dos próximos dias ainda conta com discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE)
Com Pix, empresas e consumidores brasileiros economizaram R$ 117 bilhões em cinco anos
Levantamento elaborado pelo Movimento Brasil Competitivo mostrou que somente entre janeiro e setembro de 2025, foram R$ 38,3 bilhões economizados
Isenção de 10% para café e carne é um alívio, mas sobretaxa de 40% continua a ser entrave com EUA
A medida beneficia diretamente 80 itens que o Brasil vende aos EUA, mas a sobretaxa continua a afetar a maior parte dos produtos brasileiros
Banco do Brasil (BBAS3) e mais um balanço ‘para se esquecer’, dificuldades da Cosan (CSAN3) e histórias da Praia do Cassino
Investidores estiveram atentos aos números do Banco do Brasil e também acompanharam a situação da Cosan nas mais lidas da última semana
COP30: Marcha Mundial pelo Clima reúne 70 mil pessoas nas ruas de Belém
Ativistas reivindicam acordos e soluções efetivas de governos na COP30
‘Pet 2.0’: clonagem animal vira serviço de R$ 263 mil; ricos e famosos já duplicam seus pets
Clonagem de animais começou nos anos 1990 com a ovelha Dolly e agora é usada para reproduzir pets falecidos, preservação de espécies e melhoramento de rebanho
Negociações na COP30 entre avanços e impasses: um balanço da cúpula do clima até agora
Em Belém, negociadores tentam conciliar a exigência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com o impasse no financiamento climático e o risco de adiar as metas de adaptação para 2027
Brasil x Senegal: veja onde assistir ao amistoso e saiba o horário da partida
Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Senegal, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026
Essa praia brasileira vai ser uma das mais visitadas do país em 2026
Juquehy se destaca como um destino turístico em ascensão, combinando mar calmo, ondas para surfistas e uma infraestrutura em constante crescimento, atraindo turistas para 2026
Mega-Sena 2940 faz um multimilionário em Porto Alegre – quanto rende o prêmio de R$ 99 milhões na renda fixa?
Vencedor de Porto Alegre embolsou R$ 99 milhões e agora pode viver de renda
