Opep e China se comprometem a trabalhar pela estabilização do mercado de petróleo
Preços já estavam em franca queda no ano passado e passaram a sofrer ainda mais com a baixa violenta e repentina da demanda pelo insumo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a China se comprometeram publicamente nesta quarta-feira (20) a unir esforços para ajudar a estabilizar o mercado mundial da commodity. Os preços do petróleo já estavam em franca queda no ano passado e passaram a sofrer ainda mais com a baixa violenta e repentina da demanda pelo insumo em meio à pandemia de coronavírus.
O comunicado divulgado pela Opep em conjunto com a China é histórico, já que reúne os países do cartel, que são os maiores produtores de petróleo do mundo e o gigante asiático, que é o maior consumidor global da commodity. A nota foi divulgada nesta quarta após uma reunião virtual feita pelos dois lados. As duas partes já tinham participado de uma reunião virtual no dia 14, apontado como um momento de "discussões marcantes".
O diretor da Administração Nacional de Energia da República Popular da China, Zhang Jianhua, disse ao secretário-geral da Opep, Mohammad Sanusi Barkindo, que seu país já está no caminho da recuperação, após ser abalado pela pandemia. "O país espera recuperar em breve seus antigos padrões de consumo de energia, o que deve ajudar a apoiar a indústria de petróleo. Ele acrescentou que a China quer trabalhar em estreita colaboração com a Opep para estabilizar a indústria global de petróleo, garantir segurança energética futura para o mundo e facilitar a transição energética", citou o comunicado.
A reunião, de acordo com a Opep, tratou do impacto do surto na economia global e no mercado de petróleo, e também dos reflexos no mercado interno da commodity na China. Foram discutidos na ocasião os processos de reequilíbrio da oferta e demanda pelo produto e as soluções do país asiático para e otimização do sistema de comércio de petróleo e gás. "A reunião também alcançou um consenso sobre a importância da segurança energética e a manutenção da estabilidade nos mercados de energia, fortalecendo a colaboração entre a Opep e a China, além de apoiar e promover a importância única do multilateralismo e da globalização."
Barkindo e Zhang se encontraram pela última vez em outubro do ano passado, durante a 3ª Reunião de Alto Nível do Diálogo sobre Energia da Opep-China, realizada na sede da Opep, em Viena. Também participou da teleconferência na semana passada o representante permanente e embaixador plenipotenciário e extraordinário da missão permanente da República Popular da China junto às Nações Unidas e outras organizações internacionais, Wang Qun.
"A pandemia ofereceu a oportunidade de fortalecer ainda mais esse relacionamento e provou que as forças da globalização são irreversíveis", afirmou Barkindo na reunião de hoje, segundo a Opep, acrescentando que as "ricas lições que estamos aprendendo da pandemia tornam bastante clara que o triunfo do multilateralismo e da cooperação internacional não pode ser contestado." Ele se referiu às decisões tomadas pelos participantes da Declaração de Cooperação nas 9a e 10ª reuniões ministeriais extraordinárias da Opep e aliados (Opep+), realizadas no início de abril para ajustar a produção total de petróleo bruto em 9,7 milhões de barris por dia (bpd) em maio e junho; em 7,7 milhões de bpd de 1 de julho a 31 de dezembro; e de 5,8 milhões de bpd de 1 de janeiro de 2021 a 30 de abril de 2022.
Leia Também
Barkindo elogiou ainda a contenção da pandemia da covid-19 pela China, afirmando que a atuação do governo "salvou milhões de vidas e deu o exemplo ao resto do mundo", que agora busca referências no país. Ele afirmou ainda que as duas partes devem trabalhar juntas "hoje e amanhã" para aprofundar seu diálogo, acrescentando que uma forte colaboração não é apenas essencial para os interesses de ambas, mas também para a economia global.
Zhang, por sua vez, citou três elementos que ajudariam a economia global a voltar aos trilhos pós-covid-19: otimizar o sistema comercial para consolidar e expandir as transações de petróleo; melhorar a comunicação para manter o mercado de energia estável; e fortalecer a cooperação pragmática para estender a cadeia industrial, incluindo derivados de petróleo, armazenamento e transporte.
O embaixador Wang declarou que é urgentemente necessário um retorno da estabilidade aos mercados de energia e à economia mundial, com base nas regras do mercado internacional, e apelou a esforços internacionais para minimizar os impactos dos fatores politizadores a esse respeito.
A reunião, de acordo com a Opep, foi a 11ª de uma série de briefings que o cartel vem realizando com as principais partes interessadas, centradas nos impactos relacionados à covid-19 na economia global e no mercado de petróleo.
Tambores de uma nova guerra? Entenda por que Taiwan coloca China e Estados Unidos em pé de guerra
Visita de Nancy Pelosi a Taiwan acirra tensões entre Estados Unidos e China em meio a disputa por hegemonia global
Após alertar Pelosi para não visitar Taiwan, China realiza exercícios militares na costa em frente à ilha
O Ministério da Defesa chinês alertou Washington, na última semana, para não permitir que a presidente da Câmara dos Deputados americana visite Taiwan
Como a crise imobiliária na China pulverizou metade da fortuna da mulher mais rica da Ásia
Yang Huiyan viu sua fortuna de US$ 23,7 bilhões cair pela metade nos últimos 12 meses; a bilionária controla a incorporadora Country Graden
Enquanto Rússia corta gás para a Europa, gasoduto que leva a commodity à China está perto da conclusão
O canal de transporte do gás natural está em fase final de construção e interliga a Sibéria a Xangai; a China aumentou o fornecimento da commodity russa em 63,4% no primeiro semestre deste ano
Por que a China e o Japão estão se desfazendo – em grande escala – de títulos do Tesouro do Estados Unidos
Volume de Treasuries em poder da China e do Japão estão nos níveis mais baixos em anos com alta da inflação e aumento dos juros nos EUA
China impulsiona minério de ferro ao prometer financiamento ao setor imobiliário; Vale (VALE3) sobe mais de 2%
Governo chinês age para mitigar os crescentes riscos financeiros decorrentes da desaceleração do mercado imobiliário do país
Estados Unidos sob ameaça: em meio ao furacão econômico e sob comando de Joe Biden, China pode derrubar domínio global americano e criar novo império econômico no mundo
Com a inflação dos últimos 40 anos, os Estados Unidos estão passando por uma grande turbulência econômica e isso pode abrir uma ‘brecha’ para a China criar um novo império econômico global, na opinião do colunista do Seu Dinheiro Ivan Sant’anna
Biden junta forças: EUA quer fortalecer competitividade contra a China; saiba como
Um projeto de lei, que prevê atrair empresas de semicondutores da China aos EUA, deve entrar em pauta nesta semana, no Congresso americano
Efeitos da flexibilização da política de “covid zero”? Inflação avança na China; entenda
A China registrou uma alta de 2,5%, em junho, no Índice de Preços ao Consumidor, que mede a inflação; alta dos combustíveis é um dos “vilões”
China compra cerca de 300 aviões da Airbus, em novo golpe à rival Boeing
A Boeing citou repetidamente a China como essencial para seus planos de crescimento da produção, mas perdeu para a rival Airbus na encomenda mais recente do gigante asiático
Fim da política de “covid zero” na China? Flexibilização da quarentena anima os investidores e as bolsas internacionais avançam
A partir desta terça-feira, o período de quarentena exigido para viajantes internacionais cairá pela metade, para sete dias de quarentena centralizada e três de isolamento domiciliar
Dona do aplicativo 99, a Didi ressurge na bolsa com fim da proibição na China; ações disparam mais de 50% na Nasdaq
A chinesa estava barrada desde julho de 2021 de adicionar novos usuários à plataforma, mas deve poder recolocar o aplicativo nas lojas digitais do país já na próxima semana
Um negócio da China: Gigante Asiático tenta unir combate a covid-19 e avanço econômico — mas racha no Partido Comunista fica exposto; entenda
A disputa entre o presidente e o primeiro-ministro chinês expõe visões diferentes sobre a direção da economia e proteção à população
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC
PIB do 1º tri e inflação na Zona do Euro: confira a agenda dos indicadores da semana aqui e no exterior
Nesta semana, o destaque entre os indicadores é o PIB brasileiro no primeiro trimestre. Lá fora, inflação e atividade também estão no centro
É semana de PIB! Saiba o que esperar da atividade no Brasil e confira o calendário completo de indicadores da semana
Teremos a oportunidade de entender melhor como a economia brasileira tem se comportado em um cenário de juros em alta e inflação crescente pelo mundo
Duelo de titãs: Biden dá ultimato à China e enfurece Xi Jinping; veja o que o presidente dos EUA disse
O chefe da Casa Branca está em viagem ao Japão — a primeira ao país, um importante aliado na Ásia, desde que tomou posse — e não economizou provocações a Pequim
Ata do Fed e IPCA-15: confira a agenda de indicadores da semana aqui e lá fora
Nos Estados Unidos, a segunda prévia do PIB no primeiro trimestre também é destaque; na Europa, o PIB da Alemanha é o principal dado
Em semana de ata do Fed, destaque no Brasil fica por conta do IPCA-15; confira a agenda completa de indicadores
Nos Estados Unidos, a segunda prévia do PIB no primeiro trimestre também é destaque; na Europa, o PIB da Alemanha é o principal dado
China corta juros para estimular setor imobiliário e commodities operam em forte alta
A medida adotada pelo banco central chinês visa impulsionar o mercado imobiliário, o que favorece as produtoras de commodities