A Moody's reduziu a expectativa para aceleração do PIB do Brasil em 2020 de 2% para 1,8% em face da rápida disseminação do novo coronavírus fora da China, diz a agência de risco em relatório.
No cenário pessimista, a expectativa é de crescimento de 1,5% neste ano. Para 2021, a expansão prevista no cenário-base é de 2,5%, e no pessimista, 2,4%.
Anteriormente, a Moody's trabalhava com um cenário no qual o vírus afetaria principalmente a demanda agregada no país asiático, além de efeitos em viagens globais e produção global manufatureira resultantes de disrupções na cadeia de produção no Leste da Ásia.
"Agora é claro que o choque adicionalmente reduzirá a demanda doméstica globalmente, o que afetará simultaneamente uma ampla gama de atividades não-comercializadas entre países e regiões", diz o relatório.
A agência também diminuiu a projeção de expansão para o G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo. Agora, o cenário-base é de que o grupo se expanda em 2,1%, em vez dos 2,4% previstos anteriormente.
"Esperamos que as disrupções em uma ampla gama de atividades econômicas desacelerarão o crescimento em um grande número de países, particularmente no primeiro semestre deste ano", diz o documento.
Entre as revisões, estão a menor projeção para PIB da China neste ano, de 5,2% para 4,8%, e a expectativa de recessão da economia da Itália, da ordem de 0,5%, neste ano — a previsão anterior era de expansão de 0,5%.
A agência também espera que medidas fiscais e monetárias provavelmente limitarão os danos causados pelo coronavírus às economias. Nesta semana, o Federal Reserve, banco central americano, cortou o juro básico do país em 0,5 ponto em decisão extraordinária.
O Banco Central Europeu e o Banco do Japão, que também asseguraram políticas monetárias de sustentação às suas economias, também limitarão a volatilidade dos mercados financeiros globais e parcialmente conter o aperto de condições financeiras, diz a Moody's.