O mercado financeiro reduziu as estimativas para a Selic, economia brasileira e inflação, ao passo que aumentou a projeção para o dólar em 2020, segundo o boletim Focus, do Banco Central. Os dados foram levantados em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
A expectativa do mercado é de que a taxa básica de juros termine o ano a 2,75%, ante projeção de 3% da semana passada. Hoje, a Selic está em 3,75% e o Copom decide nesta semana uma possível redução.
Para o fim de 2021, a estimativa caiu de 4,25% para 3,75% ao ano. Ou seja, o esperado é que a taxa básica de juros volte a subir no próximo ano.
A taxa de câmbio pode terminar este ano a R$ 5,00, ante projeção de R$ 4,80. Na quinta-feira, o dólar terminou o dia cotado a R$ 5,43. A moeda americana acumula alta de 35% desde janeiro.
Ainda segundo o Focus, o IPCA deve ter um avanço de 1,97% em 2020 - a estimativa anterior era de 2,20%. A inflação tem desacelerado por causa da crise do novo coronavírus - foi de 0,07% em março, segundo o IBGE.
A expectativa para o IPCA está abaixo da meta central, de 4%, e do piso do sistema de metas, de 2,5% neste ano. O indicador pode ir até 5,5% sem que a meta seja descumprida - caso isso ocorra, o BC precisa escrever uma carta pública explicando os motivos.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa apontada no Focus é de uma queda de 3,76% em 2020. A projeção da segunda-feira passada era de uma baixa de 3,34%. No entanto, para o próximo ano as projeções seguem otimistas: de avanço de 3% da semana passada para alta de 3,2%.
As projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano têm sido seguidamente reduzidas pelas instituições desde o início da crise do coronavírus. O próprio governo federal admite que não haverá avanço da economia neste ano. Para o FMI, a queda do PIB deve ser de 5,3%.