Fim da pandemia no Brasil? Somente no final de 2021, diz Credit Suisse
Banco alerta ainda que alta no número de casos e mortes pode afetar retomada da economia no curto prazo e perspectivas dos próximos anos
Se você esperava que 2021 marcasse o fim do uso de máscaras e das medidas de distanciamento social, o Credit Suisse tem más notícias para você: os brasileiros vão conviver com o vírus até, pelo menos, o quarto trimestre.
E mais: o aumento do número de casos neste final de ano deve prejudicar a retomada da economia no curto prazo, uma vez que Estados e municípios devem voltar a adotar medidas para restringir a circulação das pessoas, para evitar novos contágios. A situação pode, inclusive, prejudicar as perspectivas para os próximos anos.
O relatório assinado por Solange Srour, economista-chefe do banco no Brasil, e por Lucas Vilela, vice-presidente da instituição no País, projeta que a maior parte da população só estará vacinada no final do ano que vem.
Em seus cálculos, eles consideraram que a vacinação da população será feita por meio dos imunizantes desenvolvidos pela AstraZeneca e Universidade de Oxford, o CoronaVac, da Sinovac e do Instituto Butantan, e a vacina da Pfizer e BioNTech. Eles também desenharam três cenários de contágio:
- manutenção da atual média, de 35 mil casos por dia;
- metade do número atual de contágio, cerca de 18 mil casos diários e;
- o dobro dos números atuais (70 mil casos por dia)
“Em todos os casos, a população imunizada alcançaria o limite compatível com a imunidade coletiva (70% da população) apenas no último trimestre de 2021”, diz trecho do relatório.
Problemas no curto prazo
Enquanto aguardamos o início do processo de vacinação, o número de novos casos e mortes não para de crescer. Nas últimas 24 horas foram registrados 20.548 novos diagnósticos positivos da doença e 431 novas vítimas fatais da pandemia, segundo divulgou na segunda-feira (28) o Ministério da Saúde.
Para Srour e Vilela, a situação pressiona governadores e prefeitos a tomarem novas medidas para restringir a circulação de pessoas, o que colocará pressão em cima do governo federal e do Congresso para aumentar as despesas, visando minimizar a queda na arrecadação e os efeitos negativos sobre os empregos e a renda da população.
Eles alertam que não há espaço para aumentar os gastos em 2021, com o Brasil já registrando a maior dívida bruta em relação ao PIB entre as economias emergentes, um montante elevado de dívida vencendo no curto prazo e recursos no Tesouro para apenas mais quatro meses.
“Novas restrições sociais deverão ter efeitos não apenas no curto prazo, com menor crescimento econômico, maior desemprego e aumento da dívida, como também no médio prazo, adiando a discussão de importantes reformas nos próximos anos, como a PEC Emergencial e a reforma administrativas, necessárias para cumprir com as regras fiscais em 2021 e 2022 e para a estabilidade da dívida nos próximos dez anos”, diz trecho do relatório.
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