🔴 META: ATÉ R$ 2 MIL DE RENDA EXTRA POR DIA – VEJA COMO

Bruna Furlani
Bruna Furlani
Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.
PARA FICAR DE OLHO

Bank of America está otimista com Brasil e projeta crescimento de 2,4% para o PIB em 2020 e de 3,5% em 2021

“O governo permanece comprometido a simplificar o sistema de impostos brasileiro, aprovar a autonomia formal do Banco Central, reduzir os spreads bancários e avançar do ponto de vista microeconômico para modernizar o ambiente regulatório fazendo com que seja mais fácil fazer negócios no país”, destacaram os especialistas

Bruna Furlani
Bruna Furlani
14 de janeiro de 2020
5:58 - atualizado às 6:40
Três pilhas de moedas com blocos de madeira formando a sigla PIB
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

De olho no cenário mais positivo para a economia brasileira, o Bank of America (BofA) está apostando alto e espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil possa expandir 2,4% neste ano e 3,5% em 2021. As projeções estão no relatório divulgado no começo deste mês com o título "A ascensão do Brasil".

Ambas as expectativas estão inclusive, acima do que esperam os economistas no levantamento feito pelo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (13). De acordo com o relatório, a estimativa do mercado prevê uma expansão para o PIB de 2,3% em 2020 e de 2,5% para o ano seguinte.

No documento, os analistas David Beker, Ana Madeira, Nicole Inui e Paula Andrea Soto destacaram que o maior otimismo está ligado ao progresso na agenda de reformas combinado ao corte na taxa de juros feito no ano passado.

Segundo eles, tais fatores combinados devem ajudar a aumentar a confiança, criar empregos, expandir o crédito e por último, o crescimento econômico.

"O governo permanece comprometido a simplificar o sistema de impostos brasileiro, aprovar a autonomia formal do Banco Central, reduzir os spreads bancários e avançar do ponto de vista microeconômico para modernizar o ambiente regulatório fazendo com que seja mais fácil fazer negócios no país", destacaram os especialistas.

Para eles, depois de aprovar uma reforma de cunho fiscal, o foco agora está nos detalhes e no tempo de aprovação das reformas administrativa e de impostos, que são duas importantes medidas da agenda liberal.

Mas os analistas estão otimistas. No documento, eles disseram que, apesar de não ter maioria no Congresso, o governo conseguiu receber o apoio necessário para aprovar a Previdência.

"A agenda econômica do governo deve continuar a receber apoio relativo tanto no Senado quanto na Câmara neste ano."

Olho na Selic e nos estrangeiros

E um dos motivos do maior otimismo está relacionado a uma queda ainda maior da Selic. O banco reiterou que espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) faça mais cortes e acredita que a Selic vai terminar 2020 em 4% ao ano. Hoje, a taxa de juros está em 4,50% ao ano.

"Ainda que as previsões para a inflação permaneçam benignas, o Banco Central depende de dados e dá sinais de que o fim do afrouxo monetário está próximo", pontuaram os especialistas no relatório.

E a queda da taxa de juros deve continuar a impulsionar a ida de mais brasileiros para a renda variável. Segundo os analistas, desde as eleições de 2018, o país viu a transferência de cerca de R$ 90 bilhões para o investimento em ações, além dos R$ 60 bilhões que foram diretamente para os fundos multimercados.

O movimento dos locais para o mercado de ações foi inclusive o principal impulso para a boa performance da bolsa em 2019, que teve rentabilidade de mais de 30% no acumulado do ano passado. Isso porque o estrangeiro, que é o segmento mais representativo do volume financeiro do Ibovespa, perdeu participação em 2019.

Apesar de a perda de participação do gringo na bolsa no ano passado, a expectativa para 2020 é um pouco melhor. De acordo com os especialistas, o investidor estrangeiro deve retornar à medida em que a agenda de reformas for pra frente e o crescimento acelerar com mais força no ano que vem.

Maior programa de investimentos global

E na hora de falar sobre algumas das maiores apostas, os analistas pontuaram que 2020 será o "ano do agora ou nunca" para o setor de infraestrutura.

No relatório, os especialistas destacaram que o momento é único para o ciclo de investimentos por conta do ambiente político favorável e da necessidade de ajuste fiscal. Esses fatores facilitam a implementação de uma agenda liberal, com foco em privatizações.

O pipeline é extenso e inclui estradas, trilhos, portos, aeroportos e ativos de mobilidade urbana, como metrôs e monotrilhos. Diante de um cenário mais positivo para mudanças em infraestrutura, as maiores apostas dentro do setor estão no papéis da CCR, Ecorodovias e Rumo.

Para os analistas, a expectativa é que sejam levantados cerca de R$ 220 bilhões com leilões do setor, segundo dados do Programa de Parcerias de Investimento (PPI). Com isso, segundo eles, o Brasil assume a liderança global com o maior programa de investimentos.

Porém, os quatro pontuaram que um dos riscos para o setor é o fato de que há um número alto de disputas judiciais entre concessionárias, governo e reguladores. Isso sem contar os riscos relacionados à implementação dos investimentos.

"A burocracia para obter licenças, realocar famílias, remover florestas etc é alta e adiciona riscos à geração de fluxo de caixa", destacam.

Shoppings: hora de olhar o segmento mais de perto

Outro segmento que chama a atenção dos analistas é o de shoppings. No relatório, os especialistas afirmaram que os cinco maiores operadores no Brasil possuem menos de 30% de participação de mercado, ou seja, há bastante espaço para crescer.

"Em nossa opinião, os shoppings e o setor imobiliário representam uma história convincente baseada na recuperação do consumo, apoiada pelo crescimento da população de média renda e por um mercado que está subpenetrado."

E mesmo a ameaça do comércio eletrônico é vista como algo que pode ser contornado. Para eles, ao mesmo tempo em que os desafios logísticos do Brasil podem atrapalhar a expansão do e-commerce, eles podem representar uma oportunidade para os shoppings.

Segundo eles, os shoppings podem tirar proveito dos problemas logísticos e oferecer uma solução last mile (última milha), em que o cliente pode pegar o produto na loja física ou no centro de entregas mais próximo da sua casa.

Óleo e gás: crescimento à vista

Além dos shoppings, outro setor que chama a atenção é o de óleo e gás. Para os analistas, as perspectivas no longo prazo são bastante positivas.

Porém, o ritmo do desenvolvimento vai depender de alguns fatores: preço do petróleo, manutenção de mudanças recentes na legislação para continuar atraindo interesse em futuros leilões de óleo e gás, além da saúde financeira da própria Petrobras.

Do ponto de vista da petroleira, a companhia parece estar no caminho certo. Segundo metas anunciadas pela empresa, o nível de endividamento medido pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) deve passar de 2,6 vezes no terceiro trimestre para 1,5 vezes em 2020.

Além disso, os analistas destacaram que "se os preços do petróleo se mantiverem saudáveis no médio e longo prazos, a produção poderá aumentar substancialmente nos próximos anos, o que ajudará a aumentar a receita líquida de exportação de petróleo e limitará futuras importações de gás natural.

Outro ponto ressaltado pelos analistas é que o possível uso de gás natural das áreas do pré-sal como matéria-prima para novas plantas petroquímicas pode tornar a indústria mais competitiva nos próximos cinco a 10 anos.

Apesar de o otimismo, os especialistas disseram que um fator a ser observado é a possível mudança na política energética brasileira.

"A habilidade de precificar produtos refinados em linha com os preços internacionais pode ser desafiadora em períodos em que o preço do petróleo aumentar intensamente", destacaram os quatro.

Outra ameaça no longo prazo está ligada à uma mudança gradual do uso de hidrocarbonetos globalmente, o que pode afetar o preço dos ativos para o petróleo cru e outros produtos.

Privatizações

Além de estar de olho no setor de óleo e gás, o banco está atento ao tema das privatizações. No relatório, o Bank of America destacou que o governo apresentou um programa ambicioso de venda de estatais, mas pontuou que algumas delas não serão fáceis de vender.

Segundo um estudo feito pela consultoria Arko Advice e que foi utilizado no relatório do BofA, há duas companhias que possuem alta dificuldade de privatização, como os Correios e a Eletrobras.

Em seguida, há sete companhias que possuem média dificuldade, como a Casa da Moeda, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a Dataprev, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a Telebras e a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb).

Em compensação, o banco disse que há oito empresas que são consideradas mais fáceis de privatizar, mesmo sem dar muitos detalhes dos motivos.

Entre os nomes estão a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas), o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Empresa Gestora de Ativos (Emgea) e a Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex).

Segundo cálculos feitos pelo banco, se o governo levantar cerca de R$ 312 bilhões com o programa de privatizações, a dívida pública bruta poderia diminuir em cerca de 4,9% do PIB em quatro anos e em 5,4% do PIB em oito anos.

Diante de um resultado difícil para as contas públicas para os próximos anos, a expectativa do banco é que o governo coloque o tema em pauta no Congresso com a urgência necessária para ajudar a melhorar a situação fiscal do país.

Compartilhe

Volatilidade à frente

A gasolina mais barata está com os dias contados? BofA lista 8 riscos que podem fazer o petróleo disparar ou desabar nos próximos meses

6 de setembro de 2022 - 17:48

Analistas veem forte volatilidade no futuro da commodity, que está entre a cruz da recessão global e a espada da crise energética na Europa

FRIGORÍFICOS

JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?

18 de agosto de 2022 - 14:54

Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa

PREVISÕES PARA OS BALANÇOS

Bank of America prevê trimestre difícil para construtoras da B3, mas enxerga três oportunidades no setor — veja quais

26 de julho de 2022 - 13:43

Os analistas do BofA preferem os papéis do segmento de baixa renda que, ainda que mais pressionados pela inflação, podem entregar um crescimento lucrativo

BANCOS EM FOCO

Goldman Sachs (GSGI34) supera expectativas no 2º trimestre, mas Bank of America (BOAC34) não empolga o mercado

18 de julho de 2022 - 17:00

Goldman Sachs (GSGI34) supera expectativas no 2º trimestre, mas Bank of America (BOAC34) não empolga o mercado

INTER OU NÃO TER

De malas prontas pra Nasdaq: será que é hora de comprar Inter (BIDI11)? O Bank of America responde pra você

27 de maio de 2022 - 13:23

O BofA cortou o preço-alvo das units de R$ 36 para R$ 17 — o que representa um potencial de valorização de 29,5% com relação ao fechamento de quinta-feira (26)

AMIZADE COM BARREIRAS

Putin não pode mais contar com a China? Rússia enfrenta limites em sua rota de fuga das sanções; saiba quais

7 de abril de 2022 - 16:16

Embora os chineses sejam contrários às medidas punitivas impostas por EUA e Europa, Pequim não tem muita margem de manobra para ajudar Moscou. Mas algo sempre pode ser feito — saiba o que

PROJEÇÕES OTIMISTAS

Por que o Ibovespa vai terminar 2022 aos 135 mil pontos, segundo analistas do Bank of America

7 de abril de 2022 - 15:42

Caso a projeção se confirme, o Ibovespa chegará ao fim do ano acumulando ganhos de quase 29% em relação ao último pregão de 2021

ROTAÇÃO NO ÓLEO E GÁS

PetroRio é alternativa à Petrobras (PETR4)? Bank of America diz se é hora de comprar ações PRIO3

4 de abril de 2022 - 17:27

Disparada dos preços do petróleo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, aquisições e aumento da produção estão no cenário das petroleiras brasileiras

A RAINHA DA CELULOSE

Suzano figura entre as maiores baixas do Ibovespa após queda no lucro, mas BofA aposta em alta de 53% para SUZB3

10 de fevereiro de 2022 - 14:16

O apetite pelos papéis também é reduzido pela queda vertiginosa do dólar nos últimos dias, o que pode diminuir os ganhos com exportações

Está barato

Compre bolsa no Brasil e venda no México, recomenda o Bank of America

9 de fevereiro de 2022 - 9:30

Analistas do BofA decidiram buscar alternativas mais baratas nas bolsas e empresas na América Latina e elevaram a recomendação para as ações brasileiras

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar