Ibovespa respira em meio ao caos e sobe 9,48% na semana; dólar vai a R$ 5,10
O Ibovespa fechou a semana com um saldo positivo, algo que não acontecia desde a primeira quinzena de fevereiro. Medidas econômicas mais enfáticas deram ânimo aos investidores, embora o panorama do coronavírus siga muito nebuloso

O coronavírus continua se espalhando pelo mundo num ritmo alarmante, as casas de análise permanecem projetando impactos cada vez maiores na economia global e o cenário político brasileiro segue se deteriorando. Nada disso impediu o Ibovespa de subir quase 10% nesta semana.
É isso aí: por mais que o índice brasileiro tenha caído 5,51% nesta sexta-feira (27), ele ainda fechou o pregão aos 73.428,78 pontos, o que implica num salto de 9,48% nesta semana — vale lembrar que o Ibovespa conseguiu vinha de uma sequência de três altas consecutivas, acumulando 'gordura' para a sessão de hoje.
Essa é a primeira vez que a bolsa brasileira termina uma semana no azul desde o período entre 10 e 14 de fevereiro — uma época em que o coronavírus ainda não era uma preocupação global. Tempos distantes...
- Eu gravei um vídeo para comentar o tom mais apreensivo visto nas bolsas nesta sexta-feira. Veja abaixo:
Dito tudo isso: por que o Ibovespa conseguiu ter esse alívio, mesmo com o noticiário ainda turbulento e a falta de previsibilidade quanto ao futuro?
Bem, essa não é uma pergunta simples. Há uma série de fatores que atuaram em conjunto para dar esse empurrãozinho ao índice brasileiro — o que não significa que o mercado esteja com uma visão mais otimista em relação ao futuro. Digamos que, em meio ao caos, tudo se alinhou para um momento de calmaria.
Em primeiro lugar, há o fator técnico dos preços. Na segunda-feira (23), o Ibovespa bateu os 63.569,62 pontos, marcando a mínima de 2020 e o menor patamar desde julho de 2017. Naquele dia, o Ibovespa acumulava 45% de queda desde o começo do ano.
Leia Também
Naturalmente, uma queda tão expressiva — e tão súbita — provoca distorções nos valores das ações. E, após algumas semanas de forte turbulência, muitos já começaram a fazer as contas para tentar encontrar os preços-justos dos papéis, caçando eventuais pechinchas.
Assim, vimos nessa semana um maior impulso comprador por parte dos investidores, especialmente nas ações que tiveram as maiores baixas. Novamente: isso não quer dizer que o mercado ache que o pior já passou. É apenas uma leitura de que alguns ativos podem ter ficado baratos demais, mesmo considerando todos os riscos.
Medidas econômicas
É claro que essa postura mais 'corajosa' foi fortalecida pelo noticiário ligeiramente mais favorável no front econômico. Ao longo da semana, os governos e bancos centrais do mundo assumiram uma postura mais enfática, anunciando pacotes de estímulo e injeções de liquidez.
O destaque foi o plano econômico de US$ 2 trilhões, aprovado pelo Senado dos Estados Unidos — uma cifra muito volumosa e que supera qualquer intervenção feita durante a crise de 2008.
Esses pacotes serão suficientes para interromper os impactos do coronavírus sobre a economia? Não — e a disparada do desemprego nos Estados Unidos mostra que a crise chegou com tudo.
No entanto, são sinalizações importantes de que as autoridades estão fazendo o que é possível para tentar evitar um colapso ainda maior da atividade global — uma postura que serviu para trazer algum conforto aos investidores, ao menos na bolsa.
Essa postura mais enérgica também foi vista no Brasil, especialmente por parte do Banco Central: nesta sexta, por exemplo, foi anunciado um programa de financiamento de folha de pagamento para pequenas e médias empresas, no valor de R$ 40 bilhões.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, explicou que o pacote servirá para garantir o pagamento de, no máximo, dois salários mínimos por funcionário — uma medida que visa a sobrevivência das companhais de menor porte, justamente as que são mais ameaçadas pela crise.
Dólar = proteção
No câmbio, contudo, a cautela continuou elevada. O dólar à vista até chegou a aparecer abaixo dos R$ 5,00 ao longo da semana, mas terminou a sessão de hoje em alta de 2,11%, a R$ 5,1025 — acumulando um ganho de 1,51% nesta semana.
Afinal, por mais que esses pacotes e programas de incentivo sejam positivos, fato é que o coronavírus continua se espalhando rapidamente, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos — e não há previsão de desaceleração nos próximos dias.
Segundo dados da universidade americana John Hopkins, mais de 586 mil pessoas já foram infectadas no mundo todo, com 26 mil óbitos. Itália, Espanha e Estados Unidos são os novos epicentros da doença — nas últimas 24 horas, quase mil pessoas morreram em território italiano.
Assim, embora os investidores tenham assumido uma postura mais relaxada na bolsa nessa semana, o câmbio continuou exercendo seu papel defensivo. E, de certa maneira, a preocupação com o que pode acontecer durante o fim de semana também incentivou essa realização de lucros no mercado acionário nesta sexta.
Em tempo: mesmo com os ganhos dos últimos dias, o Ibovespa ainda acumula perdas de 29,51% em março e de 36,51% desde o começo do ano. Não se deixe enganar pelo saldo positivo da semana, o ambiente ainda é muito ruim.
Dólar abaixo de R$ 5? Como a vitória de Trump na guerra comercial pode ser positiva para o Brasil
Guilherme Abbud, CEO e CIO da Persevera Asset, fala sobre os motivos para ter otimismo com os ativos de risco no Touros e Ursos desta semana
Exclusivo: A nova aposta da Kinea para os próximos 100 anos — e como investir como a gestora
A Kinea Investimentos acaba de revelar sua nova aposta para o próximo século: o urânio e a energia nuclear. Entenda a tese de investimento
Entra Cury (CURY3), sai São Martinho (SMTO3): bolsa divulga segunda prévia do Ibovespa
Na segunda prévia, a Cury fez sua estreia com 0,210% de peso para o período de setembro a dezembro de 2025, enquanto a São Martinho se despede do índice
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista